Ser espiritual é entender o que é ser um ser humano.
Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Declarou-lhe o advogado da Lei: “O que teve misericórdia para com ele!” Ao que Jesus lhe exortou: “Vai e procede tu de maneira semelhante”. (Luc 10:35-36). Estes versículo termina a resposta ao questionamento do advogado. E se revela a real meta da parábola do bom samaritano.
Em nosso tribunal mental sempre vemos assentado o julgamento preconceituoso. Onde rotulamos as pessoas como más. No outro estudo vemos que Jesus estava acostumado com a ideia de que a humanidade é má por si só. Eis o perigo que devemos cuidar para não incorrer. O ser humano tem sim uma propensão para o mal, mas tem também uma viva propensão para bem.
E é, isso que Jesus trata aqui na parábola, Ele mostra que o doutor da lei que se julgava bom e justo carregava dentro dele o mal, e o samaritano que era julgado como mal, interiormente o bem. O problema de acreditar que as pessoas são fundamentalmente más é que essa crença faz com que tenhamos vergonha de sermos seres humanos.
E então começamos a atuar como bonzinhos, Jesus diz algo sobre isso em (Mat 23:13), onde Ele começa a expressar seus ais. Só para entendemos o conceito a palavra do grego para aí é, ouai (ουαι), está palavra segundo os linguistas e de difícil tradução porque, pôr mais correta que seja não expressa o sentimento que ela traz. Ela implica ira como dor. Mas ela relata uma ira justa, a ira que surge do coração que ama e está destroçado pela cegueira teimosa do ser amado.
Aqui não há apenas uma atmosfera de denúncia raivosa, mas sim de uma triste tragédia. Daquele que considera a natureza humana desprezível e má, e muitos de nós que buscam descobrir uma maneira de se livrar da sua parte humana deixa de cuidar das vidas. Ou seja, torna-se um ser desumano, e sem perceber mata a si mesmo. Jesus ensina que ser espiritual é acima de tudo cuidar de vidas. O problema dos ortodoxos era acreditar que eles não eram como as outras pessoas. Eles se achavam mais espirituais do que humanos.
Na época em que Jesus contou a parábola do bom samaritano havia um forte preconceito racial entre judeus e samaritanos. Naquele tempo, os samaritanos eram considerados pessoas más, os ortodoxos, os sacerdotes e os religiosos eram tidos como bons. O fato de o próprio Jesus ser judeu e fariseu dava ainda mais força à mensagem da parábola. E enfatiza que devemos deixar de lado os eitos, preceitos e preconceitos em prol das vidas que nos rodeiam.
O interessante é que hoje, os termos foram invertidos. “Bom” e “samaritano” referem-se a qualidades positivas, e ser chamado de “fariseu” tem uma conotação certamente negativa. E finalmente aqui Jesus nos ensina graficamente que as pessoas não são boas ou más. Mas sim a maneira como age, cuida e serve a as vidas que as rodeiam é que mostra quem ela é.
E que desprezar a nossa condição humana não nos torna espirituais, mas sim, nos autoconhecendo e buscando a transformação interna do nosso eu aos moldes de Cristo, é que faz nascer em nós o Fruto do Espírito, isso sim nos tona Espirituais. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).