O intuito do texto de hoje é fazer um paralelo entre os sofistas (antigos) e os atuais (a partir da ótica cristã) e o Evangelho. Para tal, é necessário sabermos quem foram os sofistas.
Estes eram um grupo de pensadores itinerantes que viveram na Grécia Antiga. Eram mestres e dominadores da arte da argumentação e da retórica, e diferente dos filósofos de sua época, não se preocupavam com a origem do universo e muito menos com a busca pela verdade. Enquanto os filósofos defendiam que o universo tinha uma origem (arché) específica e que a verdade era absoluta, os sofistas não se importavam com as origens, defendiam que a verdade era relativa (cada um tinha a sua) e não tinham compromisso com ela. Seu foco principal era ganhar uma discussão na base da argumentação, independente se aquilo era verdade ou não. Eram também professores e ensinavam exatamente isso aos jovens, além de cobrarem pelo ensino (outro ponto que era duramente criticado pelos filósofos da época).
Diante deste cenário, nos levo a pensar no quanto os sofistas estão presentes hoje, não apenas em meios acadêmicos, mas também, no meio religioso, que é o ponto a ser discutido.
Partindo da premissa do Evangelho, para nós cristãos, a verdade é própria Palavra de Deus, além da própria pessoa de Jesus Cristo, conforme diz em João 17:17 “a tua palavra é a verdade” e João 14:6 “eu sou o caminho, a verdade, e a vida...”. Assim, da mesma forma que os sofistas antigos não tinham compromisso com a verdade (defendida em sua época), vemos inúmeros “pastores” e líderes cristãos tomando a mesma posição: não tem compromisso com a verdade, que é a Palavra de Deus.
Alguns são exímios pregadores, tem uma ótima retórica e forte argumentação, inclusive, até cobram por suas pregações. Outros, encontram formas de extorquir covardemente dinheiro dos fiéis. Pregam mentiras e afirmam coisas antibíblicas. Pregam com o intuito de agradar as pessoas e não a Deus. Pregam sem preocuparem se aquilo é verdade ou não, sendo que alguns tem consciência do que fazem. Pregam para afirmar seu ponto de vista e convencer as pessoas. Homens assim, não passam de sofistas, que usam a Bíblia como mero instrumento de manipulação. São cegos guiando cegos.
Essa é a relação entre os sofistas (atuais) e o Evangelho que gostaria que analisássemos. Quando vemos homens com essas atitudes percebemos o quanto o Evangelho (a verdade) tem sido corrompido e desrespeitado. Muitos excluem versículos descaradamente porque não concordam, outros, porque não sabem explicá-los e outros, porque não querem confrontar seus pecados.
Essa geração de religiosos que tem se formado nos últimos anos é terrivelmente perigosa, pois leva as pessoas a acreditarem em um tipo de Jesus que nunca existiu e a criarem suas próprias verdades, afinal, “tudo é relativo”. Leva as pessoas a criarem seu próprio evangelho, algo totalmente inaceitável.
Mas afinal, o que é ter compromisso com a verdade e com a Palavra de Deus? É estudar e aplicar as Escrituras Sagradas com humildade, amor, reverência, temor e não criar aberturas para justificar os pecados. É falar contra o pecado (algo bem raro atualmente) e
também viver longe dele. Além de falar, é viver conforme as escrituras nos instruem, portanto, é não ser hipócrita! É viver em santidade, dignidade e retidão diante de Deus e diante dos homens. É não ensinar falsos ensinos, não apoiar, nem encobrir pecados. É não falar o que as pessoas querem ouvir, é falar o que realmente diz a palavra de Deus.
Assim, se existem estes tipos de sofistas, que se levantem verdadeiros cristãos que tem compromisso com a verdade para que esse tipo de falácia não se espalhe. É dever daqueles que conhecem o verdadeiro evangelho, defendê-lo. Se estamos lidando com a Palavra de Deus, não ousemos fazer de qualquer jeito, não ousemos falar mentiras. Se estamos lidando com a Palavra de Deus, que façamos como ela merece: com verdade, transparência, honestidade, dignidade, pureza, cuidado e não com mentiras e manipulações.