COMO LER E PREGAR O SALMOS 5
COMO PREGAR PARA QUE TODOS ENTENDAM
Eu estou lendo o saboroso livro “Pregação Bíblica”, de Haddon Robinson. É um livro com mais de 800 páginas. São anos de artigos do “PreachingToday.com”. Os artigos são escritos pelos melhores pregadores americanos. Num desses mais de 100 artigos, o de número 90 é “Como Pregar Para que Todos Entendam”. Essa é uma meta – pregar a todos – que é irreal, na verdade. O evangelho não fala igual para pessoas diferentes e nem todos tem o mesmo nível de compreensão na igreja. Não podemos igualar um novo-convertido com um crente com vinte anos de evangelho. Ainda assim o pregador deve tentar falar a todos, porém sabendo que isso é irreal na verdade. Se um ou outro não compreender o que você está dizendo, isso é normal. Se um ou outro não gostar do que você disse, também é normal.
O irmão Haddon Robinson, nesse artigo disse que Napoleão quando enviava seus mensageiros lhes dava três ordens: sejam claros, sejam claros e sejam claros. A Bíblia já é um livro difícil. Superior a qualquer filosofia humana, realmente tem pontos controversos e muito difíceis de compreender. A igreja precisa ler livros sobre homilética e aprender a pregar. Pregar não é abrir a Bíblia e falar qualquer coisa, longe disso.
No artigo como pregar para que todos entendam, no livro de Haddon Robinson, que por coincidência esse cap. É dele mesmo, Haddon nos dá dicas do que é pregar claramente. Ele fala sobre os pregadores que querendo ser claros fazem algumas coisas. Primeiro alguns desses pregadores têm a tendência de andar pela Bíblia toda, para tentar explicar um texto, um ponto, um tema. Na verdade, em muitos casos, menos é mais.
O segundo ponto eu acho muito esclarecedor, principalmente em meios que se usam elaborar sermões para pregar. Igrejas assim buscam pregações as mais corretas possíveis e Haddon nos fala que existem sinais, dicas, para quem lê, como parágrafos, pontuação, travessões e o leitor já sabe do que se trata. Um espaço em branco antes de um parágrafo nos fala que vai começar um assunto novo no parágrafo. Outro espaço branco o outro parágrafo no fala que mais outro assunto vai começar no parágrafo seguinte. Porém oralmente não se percebe isso. Como falar com o povo de forma que seja claro o que se diz, pois a mídia escrita é uma coisa, oralmente a pregação é outra coisa. Ele fala então que devemos usar da repetição. Eu acrescento uma palavra que ele não disse no artigo: Repetição progressiva.
Por exemplo: Ao se pregar a oração do pai-nosso, podemos mostrar que Jesus resignificou Deus, elevando-o à categoria de pai. Podemos mostrar que o Deus do Antigo Testamento cresceu demais de conceito, quando foi elevado a Pai. Podemos mostrar que no Antigo Testamento já havia a idéia de Deus como Pai da nação de Israel, mas era mais como o criador da nação e não o Pai pessoal que Jesus falou. Podemos mostrar que Jesus chamou Deus de seu Pai e que falou que Deus é o nosso Pai.
Outro ponto importantíssimo que Haddon nos lembra é: Essa pregação quer levar o povo onde? Qual é o propósito de eu pregar e pregar essa pregação? Não poucos pregam sem propósito. Ele Le um texto da Bíblia, desconexo com a mensagem da semana passada e com a semana que vem. Toda semana é um assunto novo, que não se fecha nunca, e muitas vezes tratado de forma superficial. Se você der o básico para a sua igreja, o que eles terão no fim é o básico. A igreja nunca vai crescer. Mas o pregador deve se fazer a pergunta: Acabando esa mensagem, esse povo deve sair com que conhecimento, o que eu quero que eles levem para casa? O que devem levar para a vida?
Um sermão que não sabe para onde quer levar os seus ouvintes sofre de clareza. Pregador fraco usa palavras fracas para pregar, assim como usa de idéias fracas, rasas, sem profundidade teológica, bíblica. O pregador deveria se perguntar: Se eu fosse o ouvinte e não o pregador, o que aprenderia com essa mensagem? Muitas mensagens são tão esquecíveis que não passam da porta de saída da igreja. Muitos usam um texto comum, repetido ao extremo, com idéias comuns, dito de forma rasa, com palavras sem impacto, com um monte de versículos desconexos, com um monte de personagens que não tem nada a ver um com o outro e no fim não se sabe onde o pregador queria levar o povo.
Por ultimo Haddon nos lembra que um bom sermão é coroado com uma conclusão forte. O pregador ruim apresenta a idéia que gerou aquele sermão já nos primeiros minutos. O auge do sermão foi apresentado no inicio, daí em diante o sermão só vai decrescer, diminuir em intensidade e idéias, que vão ficando mais rasas quanto mais se fala. O correto é o sermão todo levar àquela idéia que gerou o sermão e não o contrário. O bom pregador faz suspense, ele não entrega o melhor de cara. Mas não existe uma conclusão, por melhor que seja que salve todo um sermão ruim. A conclusão, de seus lá cinco minutos, pode até destacar o ponto final, mas não vai salvar um sermão ruim de trinta minutos ruins anteriores, ou mais. Alguns pregam mais ou menos e acabam de estragar tudo no fim.
Durante um tempo eu escrevi alguns contos de mistério, para mim mesmo, para aprimorar a escrita, para compreender como funcionava a coisa. As técnicas que os livros ensinam sobre como escrever mistério, ou desvendar um suspense, um assalto, por exemplo, é o escritor elaborar como quer que seja esse suspense, esse assalto, que será mostrado no fim do livro e ir traçando os caminhos para se chegar até esse final. Você sabe como será o final, mas os outros não. Essa era a técnica de Agatha Christie, famosa escritora de suspense. Em assassinato no Expresso do Oriente, morre alguém no trem e o inspetor descobre que praticamente todos no trem tinham motivos para matar aquele homem, mas quem é que realmente o matou?
Se você é um pregador, elabore o final do seu sermão e faça com que seu texto chegue ali. Depois pense como é que você vai pregar o assunto, falar, até que chegue nesse final. Pregadores fracos entregam o melhor do seu sermão nos primeiros cinco minutos iniciais, daí pra frente é só ir esperando o sermão ir desmoronando, até chegar num final totalmente esquecível.
SALMOS 5
Podemos definir o Salmos 5 como a oposição do ímpio x o crente.
O crente (1-3)
O ímpio (4-6)
O crente (7-8)
O ímpio (9-10)
O crente (11-12)
A primeira coisa que deveríamos observar é por que no Antigo Testamento há tantas palavras más, de ódio e vingança contra o não cristão, definido por uma palavra pejorativa acusatória: O ímpio – aquele que não tem fé, aquele que despreza a religião, aquele que não respeita os valores cristãos, o pecador?
Ao lermos o Novo Testamento, principalmente as palavras de Jesus nos evangelhos, destoa demais o crente odiar, pedir em oração, clamar, para a destruição do ímpio. Por que enxergamos isso no Antigo Testamento? Em primeiro lugar deveríamos observar que eles não tinham o Espírito Santo transformando as suas naturezas. O Espírito só seriaderramado sem limitação no Novo Testamento. O que para nós é comum, para eles nem existia. Poucos tinham o Espírito Santo e ainda assim o tinham por limitação, nós do Novo Testamento temos o Espírito Santo limitado, quer dizer: no Antigo Testamento, o Espírito era limitado para a obra que a pessoa fizesse. Havia limitação para o reinado, havia limitação para o sacerdócio, havia limitação para o profeta. No Novo Testamento não há fim em buscar e receber do Espírito Santo. Buscar sem limitação sobretudo quer dizer receber revelações e poder ilimitados. Eles não tinham o Espírito Santo. E quem o tinha não o tinha plenamente operando uma transformação na sua natureza caída. Como eram salvos então o crente do Antigo Testamento? Pela Lei, não pelo Espírito.
A segunda coisa a se observar ao lermos em tantos lugares do Antigo Testamento, principalmente nos Salmos e nos profetas, o pedido de destruição do ímpio é que – e nos impressiona – é que Deus permitiu isso. Não devemos retirar essas palavras amargas da Bíblia, mas antes compreendê-la, por que está ali? Apocalipse nos ajuda a decifrar isso. A partir do cap. 4 de Apocalipse, lemos que o céu está em festa, enquanto o mundo está literalmente sendo destruído por todo tipo de pragas divinas. Por que o céu está em festa? Por que chegou a hora da destruição do pecado, do pecador, do Diabo, dos demônios. Chegou a hora de serem enxugadas todas as lágrimas. Chegou a hora de morar com Deus para sempre, eternamente. Chegou a hora da vitória. Só tem uma batalha final, que é a Tribulação e depois disso é vitória, glória, paz, sossego, a reconciliação do universo com Deus, é o fim do pecado, da desgraça, da injustiça.
Devemos orar para o pecado acabar no universo de Deus? Sim, lógico. Devemos orar para a destruição do pecador? Biblicamente sim, a não ser que ele se converta. Nós, a igreja do Novo Testamento, no séc XXI não somos ensinados a orar para o fim do pecado, para a destruição do Diabo, dos demônios, do bandido, do assassino, do ímpio, mas deveríamos. Deveríamos orar compreendendo e pedindo que a Tribulação venha e venha logo. A Tribulação não é a desgraça do crente, como muitos falam errado, sem ler e entender a bíblia. A Tribulação é a batalha final, onde o pecado será destruído de vez, e vai sair a fome, a doença, o mal, a malicia, as tribulações sexuais, os ódios, a malignidade. Apocalipse é festa. É festa de vitória, onde a Igreja será participativa. A igreja vai sim passar pela Tribulação, vitoriosa, contra as forças do mal e vai ganhar multidões para Cristo nessa época. Alguns pregam Apocalipse como se as desgraças, o julgamento, fosse no crente, com o crente. Algumas leituras nos querem fazer entender que a Tribulação é para o crente, não é. A Tribulação é para o ímpio, para o mundo pecador. O crente vai passar pela Tribulação guardado por Deus e vai vencer. O crente irá para a eternidade, terá seu corpo glorificado, mudado e não haverá mais o mal no universo. Só haverá a glória de Deus, só haverá o Reino de Deus em plenitude.
Nós oramos para Deus salvar as pessoas, o ímpio, o pecador, o perdido, o bandido, a prostituta, qualquer um, mas nós oramos pelo fim do pecado também. Apocalipse mostra o fim do Diabo, o fim da dor, das lágrimas, da injustiça. É festa. Devemos comemorar com os anjos, devemos entrar em sintonia com o céu, pois é época de julgamento do mal, é época do fim do pecado.
1-3 – O salmista ora a Deus, gemendo, pois sua dor é muito forte.Ele grita por socorro ele implora a Deus. Ele pede resposta, pois diz que de manhã apresenta a sua oração e aguarda a resposta com esperança.
Recentemente li sobre um pastor que foi visitar uma família que estava passando pro problemas sérios. Ele observou abismado que o casal, apesar de crente há algum tempo, era infantil e básico demais. Chamou a sua atenção que o evangelho que pregaram e eles era um evangelho que não falava do mal, da dor, da perseguição do crente, das provações e tentações. Afinal, que evangelho era esse?
O salmista nos da a chave para a dor, o gemido, o sofrimento: orar a Deus e aguardar com fé. Muitas vezes é muito difícil ter fé e não poucas vezes é muito difícil orar, mas devemos nos esforçar e confiar. Parece que a oração mais correta possível é orar por alinhamento. É orar para compreender qual é a vontade de Deus e seguir nesse caminho. A oração que não pede, que não explica a Deus o que Deus deve fazer é a mais correta. Devemos apresentar a nossa situação, mas não dizendo o que Deus tem que fazer, pois de qualquer jeito Ele faz o que quer, quando quer, se quiser. Devemos orar e confiar, o que muitas vezes significa esperar não se sabe o quê acontecer, nem quando e nem como. Oramos e esperamos alguma coisa, sem ver, sem muitas vezes saber nem se Deus ouviu a nossa oração. Ouviu, Ele sempre ouve, a Bíblia confirma isso. Ore na sua dor, no seu gemido, na sua angustia e espere o que Deus vai fazer. Se demorar, espere, mesmo assim. Confie em Deus. Pense que se Deus não fez antes é porque não dava para fazer antes. O mundo é globalizado, unido , uma coisa só, um jogo de dominó, onde as peças são colocadas de pé, uma atrás da outra e se uma cair Cia todo o jogo. Deus pode tudo, mas Ele obedece as suas próprias leis que deixou no universo. Deus não foge de suas leis por ninguém. Até Cristo obedeceu as leis espirituais de Deus.
4-6 – “Tu não é um Deus que tenha prazer na injustiça, contigo o mal não pode habitar.” Essa frase é um resumo de como Deus observa o pecado, o pecador e o mal. Lendo e estudando Salmos, vi uma observação importante sobre o ódio. Ódio segundo o original não é desprezar para sempre, mas amar menos. Quando lemos na Bíblia que Deus odeia essa pessoa, significa que ele ama menos essa pessoa por causa do seu pecado.
7-8 – Observe o que o salmista disse: Eu pelo teu amor vou entrar na tua casa. Não é: Vou entrar na tua casa por que te amo, pois a verdade é que Deus é quem nos amou primeiro e causa amor em nós por Ele. O que não é difícil por causa da sua excelente personalidade. Nós não vamos à casa de Deus, nós somos levados a ela, nós somos carregados pelo Espírito Santo – graças a Deus. O homem pecador por si só não busca a Deus, o pecado é uma lei espiritual em nós muito forte que só outra lei poderia suplanta-la. Essa outra lei é a Lei da Graça (Romanos 6).
Por causa dos meus inimigos, que pode ser a doença, o desemprego, a insegurança, alguém, ele pede para Deus aplainar o seu caminho. Deixa o meu caminho um pouco menos acidentado, um pouco mais reto, para que eu possa passar. Tira esses altos e baixos, tira essas depressões, esse momentos ruins, difíceis.
De novo, o crente pode orar e deve orar. O que posso orar? Podemos orar tudo o que concerne aos ser-humano. Eu explico na igreja isso da seguinte maneira: Um animal, por exemplo um cachorro, tem as necessidades de cachorro. Um cachorro não vai pedir para ir ao cinema, ou a os shopping, ou quer comprar aquela roupa ova, ou sapato novo, mas um homem, uma mulher vai. O homem, a mulher, pode orar tudo o que um homem, ou uma mulher, um ser-humano precisa. Podemos orar para viajar, ir à praia, ir ao restaurante, comprar gás, pagar as contas, comprar um livro novo que não precisamos, mas queremos. Podemos orar tudo o que concerne ao ser-humano e devemos orar. Peça. Jesus disse repetindo: Pedi, pedi, e receberás.
9-10 – “Condena-os Deus. E Essa fala nem era preciso orar, pois o ímpio já está condenado. O que nossas orações fazem é acelerar o processo. Coisa dura é cair nas mãos do Deus vivo. É dito que a rainha Elizabeth da Inglaterra certa vez disse: "Tenho mais medo de um crente de joelhos do que de todo o exército britânico." O ímpio, quando se mete a perseguir um crente, está se metendo numa grande enrascada. O nosso Pai é o dono do universo. Imagine alguém atacar seus filhos, você pai, você, mãe os vai defender terrivelmente. Imagine agora alguém se levantar á toa, sem motivo contra um filho de Deus? O dono do universo tem o universo como recurso para punir aquela pessoa. Paulo disse assim: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele". Romanos 12:20 Qual é o sentido real, judaico, sobre o que quer dizer brasas vivas na cabeça a gente não sabe, essa nos parece ser uma frase perdida no tempo. Mas compreendemos o que Jesus disse? Sim. Se o teu inimigo, aquele que te odeia, que quer te ver morto, sofrendo, tiver fome, de o que comer pra ele, se ele tiver sede, de água pra ele. Fazendo assim você faz com que a sua bondade seja um julgamento da pessoa. Você causando o bem onde tem mal, o mal tem obrigação de se converter.
11-12 – Alegrem-se todos os que se refugiam em Deus. Exultem os que amam o teu nome. O Senhor abençoa o justo. O teu favor o protege como um escudo.
Apesar de gemermos de dor, de aflição, por tantas coisas, o crente pode e deve se alegrar me Deus. A palavra que acho mais forte nesses versículos é que diz que Deus abençoa o crente. Abençoar significa que a benção de Deus está sobre o crente. Essa benção são as leis do Reino de Deus operando no crente, para o seu bem. Pensando em remédios, o principio ativo do Reino das Trevas é a morte. O pecado gera morte. O principio ativo do Reio de Deus é vida. Tudo o que fizermos no Reino vai dar certo. O fim do crente fiel, o que não larga a Deus é vitória.
Amém
Fique na paz