Fé, a companheira do sofrimento
O cristianismo brasileiro está impregnado pela praga da confissão positiva. Eu não sei mais quem não usa desses artifícios em suas pregações, com vistas a conquistarem a admiração de todos. Eu estou cansado de ouvir insinuações do tipo, “estás sofrendo, tem alguma coisa errada.” Como se o cristão tivesse já recebido a glorificação e não mais fosse sujeito as agruras normais da vida. Insinuam que o sofrimento seja falta de fé, ou talvez desobediência, ou que é porque o crente deixou de ser salvo, e tantas outras besteiras.
Pelo contrário, a fé pode perfeitamente coabitar com o sofrimento. Para entender isso basta olhar para a vida de alguns personagens bíblicos, como viveram para Deus, e como em consequência foram pessoas sofredoras. Vejamos, pois, os profetas, a começar por Abrão, depois Moisés, Isaías, Jeremias, Jó... No novo testamento Jesus, Paulo, Estêvão, Pedro... E sabemos também que muitos dos assim chamados pais da igreja, que foram posteriores aos apóstolos, não tiveram vida fácil, por causa do testemunho de Cristo. Em filipenses 1.29 está escrito que nosso privilégio não é apenas crer nele (Cristo), mas também padecer por ele.