Carta a uma velha amiga

É isso, mostre, fale, revele você. Traga você ao mundo, traga o conhecimento de si ao mundo ou se preferir, para fora. Devolva, retribua ou como em realidade é, entre no fluxo.

E isto não é feito por um texto ou escrita bem redigida. Isto é feito por você, você é o livro e a caneta, você é a revelação sobre você mesmo. Então, atue, aja. E compreenda, a ação é "ação pura", ou seja, não é reação, não depende do que está fora ou do outro para que esta surja, só depende do que em você, você entende, conhece ou sabe. Esta é a verdade primária, essas são a asas que precisam se abrir. Talvez, verás ali, em suas asas, formas e extensões que não imaginou que existia, talvez você não conheça plenamente suas asas, apenas uma parte da mesma. Ao conhecer apenas um pedaço de suas asas, o que acontece? Você interpreta esse pedaço segundo suas crenças e nessa interpretação, você consegue ver essas crenças, saber da mesmas e talvez, concluir que estava sob o jugo de algumas coisas ilusórias - seus medos, infantilidades, histórias e mais histórias de condicionamentos. É assim que se desmancham algumas crenças. É assim que você vai se libertando de você mesmo e trazendo mais de Você ao mundo, reconhecendo o tamanho de suas asas. Talvez o pedaço que você trouxe em dado momento, não seja toda a verdade, não seja a asa inteira, mas é uma parte e nela cabe as transformações, através da visão de mais um pouco delas mesmas. E até que as veja completamente, só há um jeito de sabê-las, trazendo-as ou devolvendo-as ao mundo, devolvendo o que é você, trazendo o que é em você, até o momento.

Sim, tudo pode ser diferente do que se pensa agora, mas mesmo que seja diferente ou seja um engano, é o que nesse agora pode trazer ou ser, das suas asas.

Limitar-se ou trazer esse limite ao mundo, apropriando-se do que a vida lhe concedeu, é tornar-se isolado em si mesmo, é trancafiar a si mesmo, é tornar-se uma ilha crendo-se oceano, é estar subjugada às suas próprias ilusões. É preciso ver seus limites, até onde você chegou ou sabe sobre si mesmo ou sobre suas asas. Sem ver suas inverdades, suas ilusões, acreditará que estas são a verdade e nisso estará, você, enganado e enganando.

E isso não é um recado ou um convite, não é uma ordem ou diretriz. Essas palavras precisam nascer dentro de ti, primeiramente, precisam do sopro da criação para que nelas você viva e saiba e assim sendo, certamente a ação pura e original em si, renascerá em continuidade e portanto, no fluxo da vida que é você.

Não se trata e nunca se tratou de ser você, eu ou o outro. Não são os pronomes aqui o que está em jogo. É alma, é vida, é amor, Deus, Criação, chame como quiser, mas não se esqueça que "reter é perecer", soltar é saber e assim, renascer em continuidade, como a vida que é. E lembre-se soltar para você, para que Você se liberte.

(Carta a uma velha amiga)

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Kátia de Souza - 16/10/2021

Kátia de Souza (psicoescritora)
Enviado por Kátia de Souza (psicoescritora) em 19/10/2021
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