Há um propósito em cada uma de nossas características criadas por Deus. Uma delas, provavelmente uma das mais promitentes, é o nosso coração. Por esse termo, vamos levar em consideração não o sentido biológico, mas o sentido figurado, ou seja, a fonte de nossas emoções. 
A Bíblia é cheia de menções a essa perspectiva do coração, mas quero me atentar aqui a duas delas que estão no livro de Provérbios. A primeira é a de que do nosso coração procedem as fontes da vida. E a segunda é a de que nosso coração é enganoso.
Vivemos tempos em que se dá uma extrema importância ao coração. Ao que se sente. Às emoções de modo geral. São populares os discursos que nos mandam seguir o coração. É a chamada revolução afetiva. Porém, como bem nos alertou o livro da sabedoria, essas emoções podem ser deveras enganosas, e, por mais que nos apontem os bens infinitos das mais intensas emoções, elas podem, como novamente o rei Salomão aponta, nos levar à morte.
Por outro lado, muitos, temendo os imprevistos que o viver pelas emoções podem trazer, partem para o outro extremo. O viver apenas pela razão. Simplesmente mudando a tragédia de lado, como C.S.Lewis aponta em seu livro “Abolição do homem”, tornam-se “homens sem peito”.
Diante desse dilema, resta-nos a dúvida a respeito do que fazer com nosso coração. E o apóstolo João tem, em uma simples frase, a resposta para essa pergunta: “Deus é maior que o nosso coração”. Aqui temos o segredo do que eu chamaria de um viver com sabedoria. Como criação de Deus, nosso coração, nossas emoções, nossas vontades são parte do “e viu Deus que isso era muito bom”. Nossas alegrias, nossos desejos, nossos sentimentos em geral são instrumentos da glória de Deus. Porém, como tudo em nós humanos foi sujeito à queda, esta morada de nossas emoções pode ser talvez pedra de tropeço se delas fizermos ídolos, ou colocarmos nela a nossa razão de viver. Assim, ao invés de vivermos submissos a essa maravilhosa e complexa criação de Deus que é o nosso coração, ou, ao invés de suprimi-la como se fôssemos “homens sem peito”, submetamos nosso querido coração ao criador. E assim, a cada dia vamos aprender diante da sua grandeza, que é maior do que qualquer sentimento ou mesmo apatia, a fazer a sua vontade e a glorificá-lo com tudo o que somos.
Abra a Porta e Mayara Lima
Enviado por Abra a Porta em 06/10/2021
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