Filosofias vãs como hedonismo e o humanismo, convenceram indivíduos a viverem como se os prazeres humanos representassem dignidade, o que justifica o sentido da vida projetado tão avidamente no conforto ofertado nesse século. A gravidade é tamanha que até mesmo a maternidade, a saúde e a tranquilidade financeira são encaradas como direitos divinamente garantidos. Isso é, muitos vivem com a expectativa de que gerarão filhos, que terão saúde e alcançarão conforto financeiro para usufruir do melhor desta terra, chegando a afrontar Deus quando inférteis, doentes ou pobres.
Veja bem, caro leitor, não defendo a busca por uma vida desgostosa e recheada de abnegações, mas sim o reconhecimento de que não somos dignos, tudo o que recebemos de bom é graça (e aqui me refiro à graça comum). Não é à toa que graça se trata de um favor imerecido, afinal o Autor da Vida é aqu’Ele que determina todas as coisas e isso deve ser levado em conta.
Lembro-me de um texto que li há alguns anos, no qual a autora denunciava a busca da felicidade como merecimento. De fato, não merecemos nada e enquanto não compreendermos essa verdade, viveremos infelizes e insatisfeitos, afinal, vivemos em um tempo no qual a maior parte da sociedade não tem perspectiva de eternidade e teme por suas vidas ao ponto de, ainda que vivos, serem capazes de deixar de viver e, covardemente, se encasularem por anos (acredite, há quem o faça).
É fato que a troca equivalente precisa ser ensinada e aprendida: para obter algo é necessário oferecer algo de igual valor. Afinal, relembrando a Santa Tereza D’ávila: se algo possui um alto valor, possui também um alto custo. A não compreensão dessa lição faz com que as pessoas orem com fervor: “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje” e desprezassem a parte que diz “seja feita a Sua vontade”.
É fundamental sabermos que somos dignos de morte e Deus nos poupou com sua graça. Na cruz, Jesus entregou Sua vida para que fôssemos salvos. Ele sentiu aquilo que nós merecemos sentir: dores pelo pecado e sentença de morte. E ali, na cruz, Ele expressa, não com sentimento, mas com uma prática jamais vista entre os homens: entrega sua própria vida promovendo a salvação da humanidade.
Abra a Porta e Raquel Araújo
Enviado por Abra a Porta em 13/09/2021
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