O Domínio de Si Mesmo
O domínio de si mesmo
A maior perfeição que um homem pode desenvolver ao longo de sua caminhada é o domínio de si mesmo, pois os resultados de um arrebatamento desenfreado é o fato de um único individuo, incapaz de se governar, poder arremessar uma família, uma cidade, um estado e mesmo uma nação para a miséria e ruína. A falta de domínio próprio, tem convulsionado a história com as catástrofes de suas vítimas. Muitos crimes e tragédias domésticas, dramas familiares e crimes passionais ocorrem quando o ser humano convulsiona perante o ciúme e a cólera, que ofuscam suas ideias e sua razão. É muito difícil ao indivíduo ter o pleno controle de seus sentimentos, suas palavras e momento que perde este controle, se torna um escravo de seu temperamento irascível, e este temperamento é muito humilhante para este ser que não consegue dominar sua própria mente.
Muitos indivíduos nunca aprenderam a ter o controle e conter o arrebatamento de sua ira, palavras, ofensas que dirigem ao alvo do seu ódio incontrolado. Um indivíduo que não consegue se controlar é como um barco sem rumo à mercê dos ventos e das ondas, e fazem deste um joguete extraviado de seu rumo e lhe impedem de conseguir atingir seus desígnios. Se o homem conseguir ter o controle de si mesmo, não apenas dominará suas paixões, mas também poderá adquirir uma ascendência sobre tudo que lhe rodeia.
Mas como o homem pode alcançar um equilíbrio sereno e inalterável? Dominando simplesmente a retidão de seus pensamentos e deste modo dominar a retidão de suas condutas, e saberá também reger com acerto suas ações, resguardando-se dos maus pensamentos e das emoções passionais. Se seu espirito estiver frente a alguma mesquinha paixão, este não deve lhe dar o combustível de pensamentos sinistros, mas sim, apagá-los com a serenidade de ânimo que deseja para todos seus semelhantes.
Muitos homens dizem não poder controlar seus ímpetos e nem frear seus arrebatamentos irascíveis, mas não fazem nenhum esforço para vencerem suas paixões, sendo necessário muita perseverança no seu desejo sincero de vencê-las, e poder evoluir continuamente. Somos vítimas de nossos pensamentos e do temperamento irascível e, estes, provem do excessivo amor próprio, do exagerado egoísmo, da pueril vaidade, e nenhum homem digno de assim ser chamado, permitiria que semelhantes vícios o dominassem.
É deplorável ver um homem, cujas condições notáveis o destinam a ser o senhor de si mesmo, tornar-se um escravo por completo do seu temperamento irascível, gritando como um energúmeno pelo descuido de um empregado, pela imprudência de um amigo, pela desobediência de um filho, pelas advertências da esposa ou pelas dificuldades de seus negócios.
Existe uma enorme distância entre os arrebatamentos da cólera por contrariedade mínima, e as tremendas catástrofes da vida, mas se pensarmos bem, veremos que não é possível chegarmos ao mais, sem termos passado pelo menos, e ninguém será capaz de resistir impavidamente a um contratempo gravíssimo, que lhe devore a fortuna ou coloque sua vida em risco, se não estiver habituado a sofrer com paciência a falta de um botão na camisa ou mesmo que um tropeção que lhe arranque a unha do pé. Aquele que está acostumado a dominar as vicissitudes da vida, adquire a firmeza de caráter que lhe dará respeitabilidade e prestigio em toda e qualquer circunstância.
O governo e o domínio de si mesmo não consistem unicamente em dominar as emoções, mas também em ser capaz de concentrar as energias físicas e mentais para combater e vencer qualquer prova, dificuldade a que venha a ser submetido. Quem não aprender a governar o temperamento e a resistir aos seus impulsos, é como uma pena levada pelo vento e se, deixar-se levar pelas paixões e emoções, nunca poderá governar nada, pois não sabe governar a si próprio.
Muitos usam a desculpa de que as paixões e emoções são demasiadamente violentas para que a vontade de um homem comum às possa vencê-las, e se considera que para se poder alcançar o pleno domínio e a posse absoluta da natureza superior de um verdadeiro homem é necessária a virtude, em um grau tão elevado, que somente um santo as atingiria.
O Grande Arquiteto do Universo, nunca submete ninguém a provas, tentações ou vicissitudes, as quais ele não possa resistir e em seguida, evoluir para vencê-las. As virtudes são dinamicamente contrárias aos vícios, assim como a ação é igual e contrária a reação, e somente pelo esforço individual e continuo, poderemos aperfeiçoar o caráter com que viemos a existência.
O homem não precisa ser escravo das emoções desenfreadas, a não ser que deseje. Todo aquele que está disposto a pagar o que isso lhe custa, pode ser rei de si mesmo. Somente pessoas ineptas não conseguem assenhorar-se do seu reino e domínio mental, e abrem as portas do seu espirito a toda sorte de discórdias, ódios, invejas, egoísmo e se sentem impotentes e miseráveis. Não lhes ocorre que assim sucede, porque não dominaram seus pensamentos, e consentem que os inimigos da sua paz, seu bem-estar, lhes desenhem horríveis imagens no cérebro, para converterem o seu reino mental em uma jaula e ficam aprisionados em usa própria ignorância da realidade, em vez de a manterem com um TEMPLO dedicado ao culto dos seus sentimentos mais elevados e poderem sempre evoluir para atingirem o que está em cima.