Em defesa do Papa Francisco
EM DEFESA DO PAPA FRANCISCO
Miguel Carqueija
De vez em quando eu esbarro com acusações terríveis lançadas contra o Papa. A principal delas é que Bergoglio é comunista. Ora bem, custo a crer que isso tenha relação com a humanidade do pontífice, a simplicidade e o empenho em favor dos pobres, dos necessitados, excluídos e perseguidos. As ações concretas que ele desenvolve (ouviram falar da lavanderia instalada no Vaticano, aberta à população de rua para que possam tomar banho e lavar a roupa gratuitamente?) com a maior naturalidade. Afinal, crer nisso seria elogiar os comunistas, que não são amigos dos pobres e oprimidos coisíssima nenhuma, já que comunista gosta de viver à tripa forra, de oprimir, e provoca miséria.
Uma estranha acusação, que li em comentários no youtube, é que ele é um falso papa, que o legítimo é Bento XVI (o grande Bento XVI, a quem muito estimo e admiro), e que Bento XVI só renunciou porque foi ameaçado de morte. Que esdrúxulo argumento esse, lançado sem nenhuma fundamentação. Ora, usando de pura lógica: se Bento XVI houvesse sido ameaçado de morte para renunciar ele simplesmente não renunciaria, certo? E assim se desmonta uma grande tolice. Temos imagens bem recentes de Ratzinger. Acham mesmo que ele teria condição ainda de conduzir a Igreja Católica com eficácia? É um venerável ancião, mas renunciou em 2013 por sentir que não teria mais resistência física para a Jornada Mundial da Juventude que naquele ano se realizou aqui no Rio de Janeiro. Isso Bento XVI explica num livro lançado após sua renúncia, “O último testamento”.
A propósito, naquela JMJ ficou evidente que a contra-cultura esquerdista odeia Francisco. O evento foi perturbado de longe (graças à polícia) por uma tal “marcha das vadias” que circulou pelas ruas nas proximidades, quebrando imagens da Virgem, jogando crucifixos ao chão e pisando neles (dizem que fizeram coisas ainda piores).
Mas o que liquida a questão é ter o Papa Francisco canonizado o Papa João Paulo II. Ora, sabemos que o grande pontífice polonês é o homem que derrubou a Cortina de Ferro, a União Soviética e o Muro de Berlim. Honestamente, alguém acha que se Francisco fosse comunista, teria feito esta canonização? Pensem bem: se Francisco é comunista então não é papa, e se não é papa não tem poder para realizar uma canonização válida. É importante esclarecer que ninguém “vira” santo numa canonização. Em qualquer canonização a pessoa canonizada já era santa, já estava no Céu. A canonização é o reconhecimento oficial da Igreja de que tal pessoa praticou as virtudes cristãs em grau heróico.
Mas permanece a questão: um papa comunista, ou seja, um falso papa, pode fazer canonizações válidas? Se não pode, então a canonização do grande João Paulo II não é válida?
Nunca vi os inimigos do Papa Francisco enfrentarem esta questão. E isto envolve outra questão: iria um papa comunista canonizar um papa que destruiu o comunismo em sua época? Muito pelo contrário, este ato oficial de Francisco endossa as ações de João Paulo II.
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021.
(imagem Canção Nova)
EM DEFESA DO PAPA FRANCISCO
Miguel Carqueija
De vez em quando eu esbarro com acusações terríveis lançadas contra o Papa. A principal delas é que Bergoglio é comunista. Ora bem, custo a crer que isso tenha relação com a humanidade do pontífice, a simplicidade e o empenho em favor dos pobres, dos necessitados, excluídos e perseguidos. As ações concretas que ele desenvolve (ouviram falar da lavanderia instalada no Vaticano, aberta à população de rua para que possam tomar banho e lavar a roupa gratuitamente?) com a maior naturalidade. Afinal, crer nisso seria elogiar os comunistas, que não são amigos dos pobres e oprimidos coisíssima nenhuma, já que comunista gosta de viver à tripa forra, de oprimir, e provoca miséria.
Uma estranha acusação, que li em comentários no youtube, é que ele é um falso papa, que o legítimo é Bento XVI (o grande Bento XVI, a quem muito estimo e admiro), e que Bento XVI só renunciou porque foi ameaçado de morte. Que esdrúxulo argumento esse, lançado sem nenhuma fundamentação. Ora, usando de pura lógica: se Bento XVI houvesse sido ameaçado de morte para renunciar ele simplesmente não renunciaria, certo? E assim se desmonta uma grande tolice. Temos imagens bem recentes de Ratzinger. Acham mesmo que ele teria condição ainda de conduzir a Igreja Católica com eficácia? É um venerável ancião, mas renunciou em 2013 por sentir que não teria mais resistência física para a Jornada Mundial da Juventude que naquele ano se realizou aqui no Rio de Janeiro. Isso Bento XVI explica num livro lançado após sua renúncia, “O último testamento”.
A propósito, naquela JMJ ficou evidente que a contra-cultura esquerdista odeia Francisco. O evento foi perturbado de longe (graças à polícia) por uma tal “marcha das vadias” que circulou pelas ruas nas proximidades, quebrando imagens da Virgem, jogando crucifixos ao chão e pisando neles (dizem que fizeram coisas ainda piores).
Mas o que liquida a questão é ter o Papa Francisco canonizado o Papa João Paulo II. Ora, sabemos que o grande pontífice polonês é o homem que derrubou a Cortina de Ferro, a União Soviética e o Muro de Berlim. Honestamente, alguém acha que se Francisco fosse comunista, teria feito esta canonização? Pensem bem: se Francisco é comunista então não é papa, e se não é papa não tem poder para realizar uma canonização válida. É importante esclarecer que ninguém “vira” santo numa canonização. Em qualquer canonização a pessoa canonizada já era santa, já estava no Céu. A canonização é o reconhecimento oficial da Igreja de que tal pessoa praticou as virtudes cristãs em grau heróico.
Mas permanece a questão: um papa comunista, ou seja, um falso papa, pode fazer canonizações válidas? Se não pode, então a canonização do grande João Paulo II não é válida?
Nunca vi os inimigos do Papa Francisco enfrentarem esta questão. E isto envolve outra questão: iria um papa comunista canonizar um papa que destruiu o comunismo em sua época? Muito pelo contrário, este ato oficial de Francisco endossa as ações de João Paulo II.
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021.
(imagem Canção Nova)