As três cruzes da região do Caparaó – (João 19.17, 18)

- A cruz não é símbolo do cristianismo, mas símbolo de morte! Se fosse símbolo do cristianismo, teríamos, por ISONOMIA, a concorrência com a mangedoura, o berço, o ventre de Maria, o barco de pesca (que pertencia à Empresa de João, André e Simão Pedro), como também a coroa de espinhos, etc.

- Não pode ser meio de superstição.

- Muito menos de idolatria (ícone).

- Não deve ser meio de comércio. (Crucifixo)

- Muitos a transformaram em relíquia, a ponto de dizerem que em muitas capelas do mundo inteiro, há LENDAS de que “conservam e guardam pedaço da cruz de Cristo”. SE VERDADE FOSSE, seria o caso de se construir outra Arca de Noé com as mesmas dimensões com A QUANTIDADE DE PEDAÇOS DA CRUZ DE CRISTO espalhados pelo mundo inteiro!

- Tenho um parente (MGA - proprietário de terra, ex-contínuo e oficial de Justiça aposentado) que, em conversas informais, sempre lembrava dessas três cruzes!

- Gravei suas lembranças, diligenciei-me algumas vezes pelas zonas rurais, para vê-las de perto.

- Conheci seus locais pessoalmente. São elas:

I- CRUZ COBERTA

1.1 A primeira cruz, de nossos focos, denominada de “Cruz Coberta”, encontra-se encravada na zona rural de “Santa Cruz”, no Distrito de Itaici (Muniz Freire-ES), na Fazenda do Sr Renato Alves.

1.2 Quem toma a direção do lugarejo “Meia Quarta” (Itaici) em direção ao Distrito de Santíssima

Trindade (município de Iúna-ES), chega lá!

1.3 Essa cruz foi afixada ali, dentro de um pequeno nicho que, por sua vez, está coberto de um telhado, com paredes em volta, para os transeuntes e religiosos que passam por ali!

II- CRUZ DO TENENTE

2.1 Depois do lugar denominado de “Ponte Alta”, na estrada de terra de Muniz Freire – Iúna, à beira da estrada empoeirada, vê-se ali, a segunda cruz, denominada de “Cruz do Tenente”!

2.2 É produto de uma história infeliz, onde alguém assassinou um tenente que, com poucos segundos de vida, foi cair à beira da estrada, perto de um riacho, tendo ali, uma ponte estreita e de madeira. O local fica a alguns kilômetros da cidade de Iúna-ES.

III- CRUZ DO MULADEIRO

3.1 Quem vai de MUNIZ FREIRE A CASTELO (ES), após a “Serra do Apolinário”, (alguns kilômetros após a capela de “São Cristóvão”), tomando o sentido (direção) ao Distrito de VIEIRA MACHADO, vislumbra-se, também, um riacho, próximo à “ponte de madeira”, uma terceira cruz, fincada à beira da estrada poeirenta, que é denominada de “Cruz do Muladeiro”, pois a vítima que sofreu fatídica morte de “tocaia”, foi um pobre Muladeiro – um tocador de tropa de burros, veículo, da época, corriqueiramente usado nos transportes de cargas de curta ou longas distâncias, uma vez que ainda não havia os automotores, que surgiram posteriormente!

- A CRUZ À BEIRA DA ESTRADA FAZ AS PESSOAS OU OS FAMILIARES, principalmente, lembrarem os casos de morte antecipada ou triste de uma pessoa querida do passado!

- Não recomendo para ninguém esse costume, exatamente pelo fato de levar muitos a reviverem fatos indignos e desumanos ocorridos com alguém que provavelmente não mereceu, pois a vida, SÓ DEUS (em último caso, o ESTADO, no país onde há a pena capital) PODE TIRÁ-LA!

- A cruz é realmente, símbolo de morte, de tristeza, de suplício, de castigo desumano e que causa muito horror!

- Falamos das Três Cruzes da região do Caparaó, mas podemos pensar nas TRÊS CRUZES encravadas no Monte Calvário (Gólgota), em Israel, no dia do sacrifício de Jesus!

- A de GESTAS (crucificado à esquerda), a de DIMAS (crucificado à direita) e a de JESUS CRISTO (crucificado no meio).

- Na cruz da ESQUERDA, estava quem evidencia ou representa os que endurecem o coração, não se convertem e se voltam contra Jesus e seus ensinos!

- Na cruz da DIREITA, estava quem lembra ou representa os que reconhecem o Senhorio de Jesus Cristo, Sua Deidade, sua Onipotência, sua Onisciência e Onipresença, Seu Reinado, sua Graça e se entrega a Ele, mesmo na última oportunidade de vida, agarrando-se a ela!

- A cruz do MEIO, a indigna, a mais pesada (sustentava o crucificado Jesus), que a própria ciência não soube até hoje declinar o nome de sua ÁRVORE ORIGINÁRIA, mas um poeta disse que “essa cruz não era dEle, mas sim, era minha, era tua!”, mas Ele a tomou sobre si, levando os nossos pecados sobre tal madeiro, em cumprimento de profecias vétero testamentárias!

MUNIZ FREIRE /ES, março de 2020 - Fernandinho do forum