"Pouco te ama aquele que ao mesmo tempo ama uma outra criatura, sem amá-la por tua causa. Ó amor, que sempre ardes e não te extingues jamais! Ó caridade, meu Deus inflama-me." 
Rogar a Deus para ser inflamado pelo Amor para amar é uma das orações mais bem pronunciadas nas circunstâncias em que vivemos, neste mundo decaído que tanto necessita ser alcançado pelo Amor. 
Você teria coragem de rogar a Deus para inflamar, encher e transbordar de amor? 
O amor é o movimento da dor, é o movimento máximo da imitação ao Cristo que como se não bastasse descer ao nosso nível na encarnação, ainda andou entre nós sendo a máxima referência da verdade, bondade e amor Ágape. Amor este que o levou a cruz por nós, nos possibilitando um novo viver, um novo caminhar, não mais escravos de si mesmo, dos temores ou dos medos que nos cercam, mas escravo dele, vivendo com Ele, por Ele e para Ele. 
Em minha mente é impossível abordar o amor e não lembrar de Agostinho de Hipona quando ele expressa: " Estou seguro, Senhor, de que te amo; disso não tenho dúvidas. Feriste-me o coração com a tua palavra, e comecei a amar-te. O céu, a terra e tudo que neles existe dizem-me por toda parte que te ame, e não cessam de repeti-lo a todos os homens, 'de modo que eles não têm desculpa' [Romanos 1:20] (...). 
A relação com o Criador, com o soberano sobre todas as coisas provoca em nós a tão bendita ferida capaz de gerar amor. 
A convicção de que saberão quem somos pelo Amor deveria nos guiar a intensidade de nunca desprezar nenhuma oportunidade sequer para comunicar através de atitudes o amor que nos guia aos dias de infortúnio para nos provar que em dias assim também pertencemos a Ele, esses dias são dele e Ele é quem produz em nós a convicção incomparável do privilégio que é amá-lo, conhecê-lo e servi-lo. Somos feridos pelo Amor para amar. 
Ao olhar sua existência hoje, as pessoas podem confirmar que você é um pequeno Cristo? 
Saberão quem nós somos pelo Amor, saberão quem nós somos pelo amar, saberão quem somos não porque vivemos para nós, mas porque não há vida de verdade longe de Cristo. 
Repousemos nossos pensamentos nessas palavras que trazem tanto conforto em dias sombrios, que produz mais amor e mais amar: " (...). Mas, que amo eu quanto te amo? Não uma beleza corporal ou uma graça transitória, nem o esplendor da luz, tão cara aos meus olhos, nem as doces melodias de variadas cantilenas, nem o suave odor das flores, dos unguentos, dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão suscetíveis às carícias carnais. Nada disso eu amo, quando amo meu Deus. E, contudo, amo a luz, a voz, o perfume, o alimento e o abraço, quando amo o meu Deus: a luz, a voz, o odor, o alimento, o abraço do homem interior que habita em mim, onde para minha alma brilha uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não destrói, de onde exala um perfume que o vento não dissipa, onde se saboreia uma comida que o apetite não diminui, onde se estabelece um contato que a sociedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus." 
O que você ama de forma primária determinará como será sua vida aqui e o destino que você terá na eternidade, se no céu ou no inferno. 
A quem você tem se curvado? O que você ama em primeiro lugar? 
Esse saber quem somos pelo Amor começa na Criação revelando o caráter criativo de Deus, passa pelo processo de queda, a nossa queda em Adão e Eva, onde o ápice reside na morte de cruz e a ressurreição do Cristo que aponta para a consumação de todas as coisas, onde Ele mesmo nos guiará à Ele, a morada eterna onde todo o aspecto turvo é sem definição ganhará clareza, pois estaremos com a própria Luz e o próprio Amor capaz de abrir definitivamente os nossos olhos para vê-lo face a face e nos guiar a máxima da fé cristã: Somente a Ele a glória pelos séculos dos séculos, amém. Enquanto esse dia não vem, que todos possam saber quem somos pelo Amor.
Abra a Porta e Osvaldo Santos
Enviado por Abra a Porta em 16/07/2021
Código do texto: T7300874
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