Sol. Do Sagrado Coração de Jesus
(Jo 19,31-37)(11/06/21)
 
Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus; com efeito, sempre que nos lembramos do coração o relacionamos com o amor, com a ternura; pois, assim como este orgão do nosso corpo é a fonte que alimenta naturalmente a nossa vida, de igual modo, o amor do Sagrado Coração de Jesus, é a Fonte que nos sacia a sede de vida eterna, como Ele, disse: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva (Zc 14,8; Is 58,11)." (Jo 7,37b-38).
 
São Bernardo, monge e doutor da Igreja (séc. XII), assim se expressou em uma de suas homilias: "Onde encontrará a nossa fragilidade repouso e segurança senão nas feridas do Salvador? Perfuraram-Lhe as mãos e os pés, e, com um golpe de lança, também o lado. Por esses buracos abertos, posso provar o mel do rochedo (Sl 80, 17) e o óleo que escorre da pedra dura, vendo «como o Senhor é bom» (Sl 33,9). 
 
Ele formulava desígnios de paz (Jer 29,11) e eu não o sabia: «Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro?» (Rom 11,34). Mas o prego que O perfurou é uma chave que me abre o mistério dos seus desígnios.
 
O que nos revelam as suas chagas? Os pregos e as feridas gritam que, verdadeiramente, na pessoa de Cristo, Deus Se reconciliou com o mundo. O ferro trespassou-O, tocando-Lhe o coração, a fim de que Ele pudesse compadecer-Se das minhas fraquezas. O segredo do seu coração torna-se visível nas feridas do seu corpo, onde vemos a descoberto o grande mistério da sua bondade, a misericordiosa ternura do nosso Deus, «Sol nascente que nos visitou do Alto» (Lc 1,78). 
 
Esta ternura torna-se manifesta nas suas feridas, que mostram claramente que Tu, Senhor, és clemente e compassivo, e cheio de grande misericórdia, porque não há maior amor do que dar a própria vida (cf Jo 15,13) por um condenado à morte.
 
Todo o meu mérito reside, pois, na piedade do Senhor, e não me faltará mérito enquanto não Lhe faltar a piedade: multiplicando-se a misericórdia de Deus, numeroso será o meu mérito. E as muitas faltas que tenho a reprovar-me? «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20).
 
Se «a bondade do Senhor se estende por todo o sempre», por mim, «cantarei eternamente as misericórdias do Senhor» (Sl 102,17; Sl 88,2). É esta a minha justiça? Senhor, recordar-me-ei apenas da tua justiça: é ela a minha justiça, pois Tu tornaste-Te para mim justiça de Deus (Rom 1,17)."
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando Maria OFMConv.
Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 11/06/2021
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