Onde reina o amor e o domínio próprio está o real paraíso.
E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. (Gên 2:18). Está passagem faz parte da criação, onde Deus vê e supre uma necessidade humana. Daqui entre outra tantas tiraremos uma lição importante, sobre o aspecto interior e o sentir do ser humano.
Lembremos que nos versículos anteriores o homem estava no paraíso onde Deus, o supria de tudo. Mas em seu interior havia um descontentamento, ou seja, a falta de um igual. Pois com este igual ele poderia contar e compartilhar seus desejos e vontades. E quando esta vontade lhe é suprida por Deus ele se alegra e diz: Então exclamou Adão: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’, porquanto do ‘homem’ foi extraída”. (Gên 2:23).
Passou-se um tempo vemos que mesmo no paraíso conversando com Deus estes ainda tinham algo que ambicionavam. Havia um fruto proibido. E a serpente ardilosa aguça o seus desejos egóicos como veremos: Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. (Gên 3:4-5). Eis aqui a união do desejo e da tentação.
E como desfecho vemos: E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. (Gên 3:6). E então o ser humano se torna conhecedor do mal, e sendo imagem e semelhança de Deus, mas incapaz de controlar a si mesmo, foi expulso do Edem.
E nesta caminhada pelo tempo vemos que ainda hoje mesmo rodeados por sofisticadas tecnologias continuamos o mesmo, somos levados como um barco à deriva à mercê dos ventos e das ondas do mar da vida. Ou seja, se o mar está sereno de acordo com os nossos desejos, vontades, eitos preceitos e ambições sorrimos, mas se ao contrário roubamos, matamos e choramos.
O pior é que muitos de nós ainda hoje fazemos isso em busca de um paraíso, queremos paz, mas fazemos guerra; queremos alegria, mas causamos tristezas; pregamos sobre Deus e divindades, mas sucumbimos ao chumbo da materialidades; falamos de amor e igualdade, mas vivemos de paixões e unilateralidades.
E sem nos autoconhecermos seguimos alimentando o ego em suas obras (Gálatas 5:19-21). Mas precisamos urgentemente nos auto-observar e meditarmos e orarmos para que brote em nosso interior o fruto do Espírito: Entretanto, o fruto do Espírito é: Amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas virtudes não há Lei. (Gál 5:22-23).
E se assim o fizermos o paraíso será onde estivermos, mesmo e meio a guerras, aflições, doenças e pandemias. Teremos paz, pois o real valor de um paraíso está dentro de nós. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).