Homilia do 10°Dom do tempo comum (Mc 3,20-35)(06/06/21)
Caríssimos, no Evangelho de hoje, Jesus nos fala do pecado que jamais será perdoado, trata-se do pecado contra o Espírito Santo que consiste em atribuir suas ações a influência do demônio. Ora, todo pecado mortal é obra do inimigo de nossas almas; por isso, quem faz a vontade de Deus, percebe que as tentações são ações do maligno, e desse modo, trata de combate-las pela oração, pela comunhão Eucarística e pela vivência da Palavra de Deus.
O Santo Padre, o Papa Francisco, comentando esse Evangelho, disse: "Os escribas eram homens instruídos nas Sagradas Escrituras e encarregados de as explicar ao povo. Alguns deles são enviados de Jerusalém à Galileia, onde a fama de Jesus começava a difundir-se, a fim de o desacreditar aos olhos do povo; para desempenhar a função de linguarudos, desacreditar o outro, privar da autoridade, que coisa feia! E eles foram enviados para fazer isto.
Com efeito, Jesus curava muitos doentes, e eles pretendem fazer crer que não o faz com o Espírito de Deus — como fazia Jesus — mas com o do Maligno, com a força do diabo. Jesus reage com palavras fortes e claras, não tolera isto, pois aqueles escribas, talvez sem se darem conta, estão a cair no pecado mais grave: negar e blasfemar o Amor de Deus que está presente e age em Jesus.
E a blasfema, o pecado contra o Espírito Santo, é o único pecado imperdoável — assim diz Jesus — porque parte do fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus. Mas este episódio contém uma admoestação que serve a todos nós.
Com efeito, pode acontecer que uma grande inveja pela bondade e pelas boas obras de uma pessoa possa levar a acusa-la falsamente. Há nisto um grande veneno mortal: a maldade com que, de maneira intencional se pretende destruir a boa fama do outro.
Deus nos livre desta terrível tentação! E se, examinando a nossa consciência, nos apercebermos que esta erva daninha está a germinar dentro de nós, vamos imediatamente confessa-lo no sacramento da Penitência, antes que se desenvolva e produza os seus efeitos malvados, que são incuráveis. Estai atentos, pois esta atitude destrói as famílias, as amizades, as comunidades e até a sociedade." (Papa Francisco, Angelus, 10/06/18).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.