QUEM É A PALAVRA DE DEUS - O MESTRE OU O LIVRO?
BÍBLIA É UM PLURAL = REUNIÃO DE VÁRIOS ESCRITOS
A resposta seria que A Palavra de Deus é Jesus. Porque no princípio o verbo estava em Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós. A palavra é Deus, a palavra é Jesus.
Mas como justificarmos que a Palavra de Deus, para o cristão, é Jesus?
O único relato que cita Jesus escrevendo alguma coisa é quando ele faz rabiscos na areia.
Os ensinamentos de Jesus eram passados de boca em boca, a tradição oral.
Os escritos (só os privilegiados sabiam ler e escrever) foram feitos muito depois da morte de Jesus e estavam espalhados, separados de acordo com seus autores.
Por exemplo, o primeiro relato escrito de que se tem notícia é a carta de Paulo, escrita cerca de 55 anos depois que Jesus partiu.
Lucas vivia em Roma tinha ouvido falar do Mestre e partiu em sua busca para Jerusalém, mas quando chegou Jesus já não estava.
Lucas escreveu seu Evangelho ouvindo aqueles que conviveram com Jesus, principalmente sua mãe e o que presenciou na vivência com os primeiros cristãos (só chamados de cristãos muito tempo mais tarde).
E assim foram todos os escritos sobre Jesus. Porque a missão que Jesus deixou para os apóstolos foi “anunciar, pregar, evangelizar, contar a mensagem do Mestre”
E para a missão era preciso viajar, andar sol a sol, passar necessidades, se esconder, serem protegidos e abrigados, dependerem da caridade das comunidades dos primeiros seguidores de Jesus.
Não nos esqueçamos que a perseguição a Jesus era também contra qualquer pessoa que fosse identificada como adepto do movimento de Jesus.
Os primeiros cristãos deram a vida pela mensagem do Mestre e por seu reino na terra.
Graças a eles a mensagem e o movimento de Jesus sobreviveram ao tempo, há mais de 2.000 anos. Os mártires se contam daquela época até hoje.
Mesmo para preservar os escritos, muitos se sacrificaram. Como sabemos, escritos esmaecem com o tempo, escritos que eram com produtos químicos.
Quem preservou os escritos constantes da Bíblia foram os copistas, pessoas letradas, que sabiam ler, escrever, que precisavam conhecer o idioma em que estavam escritos, o grego, o latim, o hebraico e aramaico. Quem eram essas pessoas?
Os copistas, monges católicos juramentados, capacitados para exercerem a missão de reproduzirem os escritos prestes a desaparecerem pela ação do tempo. Para isso, usavam o que já estava relatado e a tradição, isto é, o que se sabia do assunto, contado pelos antigos e preservado através do tempo.
A Igreja Católica, ao longo do tempo, preservou os escritos que hoje compõem o Novo Testamento. Também decidiu quais livros entrariam para o Velho Testamento e quais relatos entrariam para o Evangelho, Novo Testamento.
A Religião Judaica é a guardiã dos relatos do Velho Testamento, a Torá. Eles também decidiram quais relatos entrariam ou não.
Existe a Septuaginta, que é a edição traduzida do hebraico para o grego, do Velho Testamento, destinada aos judeus do Egito, feita entre os Séculos III e II Antes de Cristo.
A Igreja Católica usou para a sua edição completa da Bíblia a Septuaginta, para o Velho Testamento, enquanto que os protestantes traduziram do hebraico.
A Igreja Católica determinou quais livros entrariam na edição completa, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Protestantes e católicos, portanto, tem o Novo Testamento iguais, de acordo como foi organizado pela Igreja Católica.
Vamos à polêmica da Bíblia, se ela substitui Jesus. Depois cada um tira a sua própria conclusão. Quem é a base, o sustento, o fundamento de uma Igreja (Igreja somos nós, não é uma religião) e mesmo de uma Religião, o livro ou a pessoa do Mestre Jesus, o Verbo feito Carne que habitou entre nós.
O Evangelho (A Boa Nova de Jesus) é anterior à invenção da imprensa, quando só existiam folhas esparsas com as narrativas da existência de Jesus, feitas pelos evangelistas e muitos outros que escreveram sobre Jesus.
A Imprensa (Prensa - Tecnologia que permitiu fazer gravação da escrita em papel, facilitando o acesso a livros) surgiu só em 1455, inventada pelo alemão Gutemberg.
Em 1522 o também alemão Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo fez a primeira tradução da Bíblia para uma língua moderna, o Alemão. Anteriormente existiam as edições em grego, latim, hebraico ou aramaico. Lutero substituiu a palavra penitência (motivo do seu desentendimento com Igreja Católica) por reviravolta. Lutero era um um monge agostiniano católico.
Em 1681 o português João Ferreira Annes D’Almeida, que vivia na Holanda, fez a tradução do Novo Testamento para o português, um marco, pois a tradução foi a partir das línguas originais. A primeira edição impressa dessa tradução foi feita em Amsterdã, Holanda, em 1681. A Biblioteca Nacional de Lisboa possui o único original, corrigido à mão por Almeida. Almeida morreu em 1691. A versão completa em Português ocorreu 1753, também com tradução do Antigo Testamento, por Almeida, ainda na Holanda.
Até então e até hoje a Igreja Católica usava e ainda usa a Vulgata, a Bíblia traduzida para o Latim.
Em 2001 a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros da Igreja Católica) lança a versão oficial em Português, com linguagem simples e coloquial, de fácil entendimento.
Existem 300 versões da Bíblia, em todos os idiomas e algumas modalidades no mundo.
Em 2010 foi publicada e impressa a Tradução Brasileira pela Sociedade Bíblica do Brasil, com grafia e Português atualizado de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.
Existem equívocos e exageros em algumas traduções.
- William Tyndade, inglês, logo depois de Martinho Lutero, fez a tradução para o inglês, onde trocou a palavra Igreja para Congregação, uma provocação ao Papa.
- Eugene Nida, linguística, emprega numa versão em inglês, nos Estados Unidos, a palavra dólares no lugar de sestérios, a moeda romana da época.
- Em 2008 surgiu a Green Bible (Bíblia Verde) não traduzida em Português, que cita 1000 passagens sobre Ecologia quando Jó fala dos animais.
- A Bíblia Illuminated (Bíblia Iluminada) tradução no inglês tem design ultramoderno e fotos de famosos como Mandela e Angelina Jolie.
Com o decorrer do tempo, pois, apareceram edições, assim como interpretações da Bíblia conforme interesses, preferências e política.
- Em pleno Século XXI, pastores fundamentalistas (fazem interpretação literal=ao pé da letra da Bíblia, sem considerar a época, a cultura, hábitos e costumes dos tempos em que foram feitos os escritos).
- Nos Estados Unidos, tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução, sendo que desde 1950 a Igreja aceita as teorias de Darwin.
- Jerry Falwel e outros defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros.
-No Oriente Médio rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificarem a invasão de terras árabes.
Por quê? Porque está na Bíblia, dizem os radicais.
Hoje os principais estudiosos dizem que “a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Este é o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regada há 3.000 anos por centenas de mãos, cabeças e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência.”
E então, sua religião se baseia na pessoa do Mestre ou num livro escrito através de 3000 anos? Quem atestou que os livros da Bíblia eram autênticos e bons para nos edificar? Essa Instituição existe?BÍBLIA É UM PLURAL = REUNIÃO DE VÁRIOS ESCRITOS
A resposta seria que A Palavra de Deus é Jesus. Porque no princípio o verbo estava em Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós. A palavra é Deus, a palavra é Jesus.
Mas como justificarmos que a Palavra de Deus, para o cristão, é Jesus?
O único relato que cita Jesus escrevendo alguma coisa é quando ele faz rabiscos na areia.
Os ensinamentos de Jesus eram passados de boca em boca, a tradição oral.
Os escritos (só os privilegiados sabiam ler e escrever) foram feitos muito depois da morte de Jesus e estavam espalhados, separados de acordo com seus autores.
Por exemplo, o primeiro relato escrito de que se tem notícia é a carta de Paulo, escrita cerca de 55 anos depois que Jesus partiu.
Lucas vivia em Roma tinha ouvido falar do Mestre e partiu em sua busca para Jerusalém, mas quando chegou Jesus já não estava.
Lucas escreveu seu Evangelho ouvindo aqueles que conviveram com Jesus, principalmente sua mãe e o que presenciou na vivência com os primeiros cristãos (só chamados de cristãos muito tempo mais tarde).
E assim foram todos os escritos sobre Jesus. Porque a missão que Jesus deixou para os apóstolos foi “anunciar, pregar, evangelizar, contar a mensagem do Mestre”
E para a missão era preciso viajar, andar sol a sol, passar necessidades, se esconder, serem protegidos e abrigados, dependerem da caridade das comunidades dos primeiros seguidores de Jesus.
Não nos esqueçamos que a perseguição a Jesus era também contra qualquer pessoa que fosse identificada como adepto do movimento de Jesus.
Os primeiros cristãos deram a vida pela mensagem do Mestre e por seu reino na terra.
Graças a eles a mensagem e o movimento de Jesus sobreviveram ao tempo, há mais de 2.000 anos. Os mártires se contam daquela época até hoje.
Mesmo para preservar os escritos, muitos se sacrificaram. Como sabemos, escritos esmaecem com o tempo, escritos que eram com produtos químicos.
Quem preservou os escritos constantes da Bíblia foram os copistas, pessoas letradas, que sabiam ler, escrever, que precisavam conhecer o idioma em que estavam escritos, o grego, o latim, o hebraico e aramaico. Quem eram essas pessoas?
Os copistas, monges católicos juramentados, capacitados para exercerem a missão de reproduzirem os escritos prestes a desaparecerem pela ação do tempo. Para isso, usavam o que já estava relatado e a tradição, isto é, o que se sabia do assunto, contado pelos antigos e preservado através do tempo.
A Igreja Católica, ao longo do tempo, preservou os escritos que hoje compõem o Novo Testamento. Também decidiu quais livros entrariam para o Velho Testamento e quais relatos entrariam para o Evangelho, Novo Testamento.
A Religião Judaica é a guardiã dos relatos do Velho Testamento, a Torá. Eles também decidiram quais relatos entrariam ou não.
Existe a Septuaginta, que é a edição traduzida do hebraico para o grego, do Velho Testamento, destinada aos judeus do Egito, feita entre os Séculos III e II Antes de Cristo.
A Igreja Católica usou para a sua edição completa da Bíblia a Septuaginta, para o Velho Testamento, enquanto que os protestantes traduziram do hebraico.
A Igreja Católica determinou quais livros entrariam na edição completa, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Protestantes e católicos, portanto, tem o Novo Testamento iguais, de acordo como foi organizado pela Igreja Católica.
Vamos à polêmica da Bíblia, se ela substitui Jesus. Depois cada um tira a sua própria conclusão. Quem é a base, o sustento, o fundamento de uma Igreja (Igreja somos nós, não é uma religião) e mesmo de uma Religião, o livro ou a pessoa do Mestre Jesus, o Verbo feito Carne que habitou entre nós.
O Evangelho (A Boa Nova de Jesus) é anterior à invenção da imprensa, quando só existiam folhas esparsas com as narrativas da existência de Jesus, feitas pelos evangelistas e muitos outros que escreveram sobre Jesus.
A Imprensa (Prensa - Tecnologia que permitiu fazer gravação da escrita em papel, facilitando o acesso a livros) surgiu só em 1455, inventada pelo alemão Gutemberg.
Em 1522 o também alemão Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo fez a primeira tradução da Bíblia para uma língua moderna, o Alemão. Anteriormente existiam as edições em grego, latim, hebraico ou aramaico. Lutero substituiu a palavra penitência (motivo do seu desentendimento com Igreja Católica) por reviravolta. Lutero era um um monge agostiniano católico.
Em 1681 o português João Ferreira Annes D’Almeida, que vivia na Holanda, fez a tradução do Novo Testamento para o português, um marco, pois a tradução foi a partir das línguas originais. A primeira edição impressa dessa tradução foi feita em Amsterdã, Holanda, em 1681. A Biblioteca Nacional de Lisboa possui o único original, corrigido à mão por Almeida. Almeida morreu em 1691. A versão completa em Português ocorreu 1753, também com tradução do Antigo Testamento, por Almeida, ainda na Holanda.
Até então e até hoje a Igreja Católica usava e ainda usa a Vulgata, a Bíblia traduzida para o Latim.
Em 2001 a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros da Igreja Católica) lança a versão oficial em Português, com linguagem simples e coloquial, de fácil entendimento.
Existem 300 versões da Bíblia, em todos os idiomas e algumas modalidades no mundo.
Em 2010 foi publicada e impressa a Tradução Brasileira pela Sociedade Bíblica do Brasil, com grafia e Português atualizado de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.
Existem equívocos e exageros em algumas traduções.
- William Tyndade, inglês, logo depois de Martinho Lutero, fez a tradução para o inglês, onde trocou a palavra Igreja para Congregação, uma provocação ao Papa.
- Eugene Nida, linguística, emprega numa versão em inglês, nos Estados Unidos, a palavra dólares no lugar de sestérios, a moeda romana da época.
- Em 2008 surgiu a Green Bible (Bíblia Verde) não traduzida em Português, que cita 1000 passagens sobre Ecologia quando Jó fala dos animais.
- A Bíblia Illuminated (Bíblia Iluminada) tradução no inglês tem design ultramoderno e fotos de famosos como Mandela e Angelina Jolie.
Com o decorrer do tempo, pois, apareceram edições, assim como interpretações da Bíblia conforme interesses, preferências e política.
- Em pleno Século XXI, pastores fundamentalistas (fazem interpretação literal=ao pé da letra da Bíblia, sem considerar a época, a cultura, hábitos e costumes dos tempos em que foram feitos os escritos).
- Nos Estados Unidos, tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução, sendo que desde 1950 a Igreja aceita as teorias de Darwin.
- Jerry Falwel e outros defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros.
-No Oriente Médio rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificarem a invasão de terras árabes.
Por quê? Porque está na Bíblia, dizem os radicais.
Hoje os principais estudiosos dizem que “a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Este é o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regada há 3.000 anos por centenas de mãos, cabeças e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência.”
Dirce Carneiro
Maio/21
Fontes: super.abril.com.br, Wikipédia.