Como você reage diante da dor? Da perda, do abandono, da solidão?
Analise comigo a seguinte situação: após anos a fio de espera, oração, vigílias, novenas pedindo ao Senhor que te enviasse um (a) consagrado (a) para dividir a vida, a 2 semanas do casamento, este (a) prometido (a) simplesmente rompe o relacionamento sem muitas explicações ou esclarecimentos, te deixando completamente destruído (a). Tamanha decepção e frustração seria, não é verdade?! Agora, vamos imaginar que estamos lá nos arredores de Jerusalém, meados do ano 33, onde a maior promessa de toda uma história de salvação caminha no meio do povo, realizando curas, milagres, pregando a esperança e amando a quem jamais conheceu um resquício de misericórdia e ocorre, no meio de uma noite escura, às escondidas, um ato de traição que desagua no maior sofrimento que esta terra já viu, onde um Homem assume sobre si toda a carga de dor e pecado que jamais O pertenceria, e o faz para que você pudesse, um dia, alcançar o céu.
Não há quem, no mínimo, não se comova com a morte de um inocente, principalmente quando o dito inocente é Alguém que fez tanto bem a tantas pessoas, inclusive a você.
A desolação após o naufrágio, a perda, a frustração, a dor, é, por vezes, inevitável. Ao passar por uma forte tempestade tudo que desejamos é um período de recuperação, de cura, de recomeço. Porém, o que acontece é que nem sempre há espaço para uma luz no meio do luto, do fracasso, da miséria.
E foi assim em 33. O clima comum era de desespero. A esperança surgiu rápido e sumiu dolorosa. Onde iríamos nós? A quem suplicar? O medo se reinstala, as misérias voltam a se exibir, o olhar baixo é a lei do ambiente e o sentimento de solidão parece ser a única companhia plausível.
Se retorna aos costumes antigos (Jo 21), se resolve voltar para onde "não devia ter saido" (Lc 24, 13), assume-se um ceticismo como defesa (Jo 20,24) e por aí vai ...
Mas, em meio a tudo isso, a mente humana dificilmente tem a visão ampla da extraordinária simplicidade com a qual o Senhor age no meio do caos interno que criamos para lidar com as feridas.
Com a melhor pedagogia possível, Ele simplesmente surge, e, imersos no tal caos, demoramos por perceber Sua presença que sempre esteve ali, ao lado, nos ensinando o que já sabíamos até que caia a nossa ficha e constatamos "poxa, eu já ouvi isso antes, por que continuo tão teimoso?".
Sim, Ele permanece e permanecerá em cada naufrágio, em cada dor, e sempre que for necessário dará a mesma lição que eu e você já conhecemos mas relutamos em acatar. Ele andará 10, 15, 40 km conosco, até o momento que os nossos olhos se abram e percebamos que caminhamos o tempo todo com O Autor do recomeço ao lado. Porque sim amigo (a), amor é um amar constante e Ele ama constantemente todos, inclusive os mais orgulhosos.
No início, te dei um exemplo de relacionamento, mas a partir desse ponto, eu quero te apresentar todas as áreas de sua vida que por algum contratempo ou alguma desgraça desestabilizou seu plano de curso de tal maneira que hoje você é um desses discípulos de Emaús, discutindo e remoendo a dor, caminhando para trás quase sem esperança.
Preciso te dizer que não importa onde decida caminhar, Ele sempre vai te lembrar de onde e porque veio e para onde vai. Ele sempre vai te fazer suspirar pela alegria do reencontro. Ele sempre vai estar junto, ainda que você demore perceber, mas em algum gesto, será inevitável negar.
Jesus sempre, sempre, estará no caminho, ou melhor, Ele é o caminho.
Abra a Porta e Joyce Lima
Enviado por Abra a Porta em 05/05/2021
Reeditado em 06/05/2021
Código do texto: T7248584
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.