Aprendemos a ver o mundo a partir de nossas experiências. É assim que, muitas vezes, a criança aprende a andar. Ela cai, ela se levanta, e assim vai reconhecendo os movimentos e os ambientes até finalmente caminhar com segurança. Conforme vamos crescendo, nem sempre é preciso literalmente viver as situações para saber seu possível desfecho. Às vezes basta analisá-las a partir do conhecimento adquirido ao longo dos anos para então prever seus possíveis resultados. Este conhecimento costuma funcionar como um mecanismo que nos protege de situações ruins, por vezes preservando a própria vida. Entretanto, ele nem sempre funciona muito bem.
Quando se trata de nossas emoções, toda essa arte de viver passa a ser bem mais complexa. Isso porque nem sempre aquilo que sentimos está completamente conectado  à realidade. Ao contrário, por vezes, fundamentados em experiências anteriores, podemos interpretar de modo equivocado aquilo que se nos apresenta. Como óculos que se embaçam após a chuva, algumas experiências ao invés de nos ajudar a enxergar melhor a realidade, acabam por distorcê-la.
O grande e principal problema está, entretanto, em quando tentamos aplicar nossas experiências negativas  ao caráter do próprio Deus. É comum ver em ilustrações um Deus com um caráter sisudo, temível não por um estado de maravilhamento, mas tão somente de risco. E esse tipo de representação, ou pensamento, podem acontecer porque, assim como julgamos as circunstâncias a partir de nossas vivências, podemos também interpretar o próprio caráter de Deus a partir de nossas lentes humanas. Das lentes de nossas decepções, do sofrimento, das injustiças e dos nossos pecados. Contudo, diferentemente de muitas dessas situações pelas quais passamos ao longo da vida, Deus é completamente bom. 
Nesse ponto então, chegamos a um momento onde é preciso fazer uma escolha. A bíblia nos convida a não nos conformarmos com esse mundo e a sermos transformados pela renovação da nossa mente para que experimentemos a vontade de Deus. E essa vontade é descrita como boa, agradável e perfeita. E isso nos garante que, o que quer que nos seja entregue da parte Dele, isto só pode ser BOM. Resta-nos então, nesse contexto, a decisão de em que iremos acreditar: em nossas lentes viciadas e distorcidas ou na Sua palavra e na Sua bondade. 
Diante disso, sempre que me pego ansiosa quanto às coisas da vida, essa tem sido minha oração: “Senhor, ajuda-me a olhá-lo do jeito certo”. Há momentos que como um pai, Deus precisa nos corrigir,  há outros, que ele quer nos ensinar, outros ainda, ele quer sim nos presentear. Mas em todos eles, estejamos seguros: Deus sempre está nos amando. Assim, aprendi que confiar em Deus não depende das circunstâncias, mas sim de vê-Lo do jeito certo. Não com nossos olhos viciados, mas através da cruz. A prova genuína de que somos amados mesmo quando não vemos.
Abra a Porta e Mayara Lima
Enviado por Abra a Porta em 25/04/2021
Código do texto: T7241252
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