A ENTREVISTA DO ATEU

Nas páginas amarelas da Revista Veja de 1º de junho de 2005, o ateu inglês Richard Dawkins foi entrevistado, cuja entrevista registramos a seguir.

Veja – O senhor já observou que a ciência pode ser (religiosa no sentido não sobrenatural da palavra). Poderia explicar essa expressão?

Dawkins – Eu não estava falando da religião que acredita em um Deus que ouve nossas preces. Einstein considerava-se religioso, embora não acreditasse em nenhum plano sobrenatural. Ele só usava a palavra (religião) para definir seu sentimento de espanto e mistério diante do universo. Eu empreguei a palavra no mesmo sentido em um ensaio, mas isso talvez não seja recomendável. Há muita gente ansiosa para deturpar formulações como essa. Muitos gostariam de trazer pessoas como Einstein para o bloco dos crentes, ao qual ele certamente não pertencia.

Veja – Um cientista não pode ser religioso?

Dawkins - Pode, e muitos cientistas são. Mas eu não consigo entender suas razões. Talvez seja um tipo de cérebro repartido: eles mantêm suas crenças religiosas em um nicho e a ciência em outro. Tenho dificuldade em simpatizar com isso. Se eu mantivesse crenças contraditórias, tentaria refletir sobre o tema até me decidir por um lado ou outro.

Examinando a entrevista desse ateu arrogante, naquilo que diz respeito à religiosidade de Albert Einstein, constatamos que, ao contrário do que afirma de forma indefinida, ele próprio é que pretende trazer Einstein para o bloco dos ateus para justificar o seu ateísmo, e atenuar as suas inquietações inerentes ao materialismo. Como se pode observar pelas inequívocas palavras de Einstein, ele acreditava em Deus, mas não nesse deus das religiões, (estas são os supermercados da fé), no qual também nós não acreditamos. Assim, explicitamente, ele identificou o seu Deus, como sendo o Deus que foi definido claramente pelo Filósofo Baruch de Espinoza. Vejamos as declarações do próprio Albert Einstein sobre as suas convicções religiosas, as quais, para o azar desse ateu sofista e malicioso, são insofismáveis.

A malícia e a má fé do ateu entrevistado, certamente não podem desqualificar e nem subverter o sentido dos pensamentos de várias pessoas de notável saber, respeitados em todo mundo. Vejamos esses pensamentos:

O físico Albert Einstein disse: (Tudo está determinado, o começo e o fim, por forças sobre as quais não temos controle. É determinado para um inseto, e para uma estrela. Seres humanos, verduras ou poeira cósmica...Todos nós dançamos uma música misteriosa, tocada à distância por um músico invisível), cujas palavras, ele disse numa entrevista publicada em 26 de outubro de 1929 pelo semanal americano The Saturday Evening Post. E ainda, a sua célebre frase (Deus não joga dados), ou seja, Ele não faz experiências que possam produzir quaisquer novidades ou imprevisões. O determinismo é absoluto, e tudo já está previamente estabelecido, da mesma forma que ocorre conosco, onde tudo está inserido na nossa natureza, que não podemos modificar, como se pode verificar em (Eclesiastes 1:9a11 e 3:15.)

Além dessa afirmação, Einstein disse: (Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Acredito no Deus de Espinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade).

Como Einstein acreditava no Deus de Espinoza, vejamos quem era esse Deus. Há 342 anos, Baruch de Espinoza teve a mesma percepção intuitiva de Zenão de Eléia e de Jacob Boehme, concluindo que o verdadeiro cristianismo esclarece que estamos e somos em Deus, e a encarnação não significa que Deus veio viver entre os homens, mas sim que Ele vive nos homens. Espinoza ataca duramente a teologia cristã por ter destruído essa verdade do cristianismo. Na verdade Deus se produz a Si mesmo, às coisas e ao homem, e esse modo de autoprodução é o próprio modo de produção de toda a realidade. Assim, Espinoza elimina a ideia fundamental da teologia e da filosofia cristãs, ou seja, a ideia de criação de um Deus pré-existente que tira o mundo do nada. Deus se produz e produz as coisas pelo mesmo ato, e Ele é a causa de Si mesmo e das coisas, como causa imanente e não transcendente. A sua produção não visa a fim algum, pois é o seu próprio fim, e entre esse ato de produção e o produto, não há distância a separá-los pois são uma só e mesma coisa. Em síntese, Deus se produz em Si mesmo, por Si mesmo, e para Si mesmo, pois Ele é tudo, Ele é o próprio Universo, que é imutável em si mesmo, como imutáveis são também os seres humanos em sua natureza.

Dawkins que se apresenta como ateu convicto, se tivesse um comportamento adequado à evolução, da qual ele tem consciência, mas está estacionado pois admite convicções imutáveis, ele deveria estudar o pensamento do geneticista Francis S. Collins, que foi Diretor do Projeto Genoma Humano, e um dos principais responsáveis pelo sequenciamento do genoma humano, e que também foi ateu e se converteu ao Cristianismo. Ele poderia iniciar a sua evolução estudando o que disse Collins: (Descobri que há uma harmonia maravilhosa nas verdades complementares da fé e da ciência. O Deus da Bíblia é também o Deus do genoma. Deus pode ser encontrado na Catedral e no Laboratório. Investigando a criação incrível e majestosa de Deus, a ciência pode na verdade ser uma forma de louvor).

Contudo, o ateu entrevistado não poderá compreender as palavras de Francis S. Collins, de Albert Einstein, de Baruch de Espinoza, de Jacob Boehme e de Zenão de Eléia, pois lhe falta a compatibilidade espiritual, conforme se pode observar em I Coríntios 2:4 a 16. Mas de todo modo, vale para os leitores, entre os quais podemos encontrar também os espiritualizados.

Como está escrito: (O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são absurdas, e não pode entendê-las, porque se compreendem espiritualmente. Mas aquele que é espiritual compreende todas as coisas, ao passo que ele mesmo não é compreendido por ninguém). (1 Coríntios 2:14,15)

Esse pobre, infeliz e angustiado ateu, incorre no mesmo erro em que milhões de pessoas se encontram enredados, concentrando suas investigações nos supermercados da fé, que são as denominações teológicas, redutos dos sofistas mercadores, que não têm nada em comum com a verdade cristã. Assim caminha o cego espiritual, baseando-se nos cegos escribas e fariseus, e regurgitando suas blasfêmias, como repercussões da sua ignorância, insensatez e má fé, tentando subverter o pensamento de Einstein, para justificar-se perante si mesmo.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 29/03/2021
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