Pistis a viva virtude da fidelidade da confiança e da fé.
Entretanto, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, (Gál 5:22). Este versículo faz parte da passagem onde Paulo descreve as virtudes do fruto do Espírito.
Esta passagem é muito estudada, mas pouco compreendida porque muitos pensam que as virtudes citadas são virtudes teológicas, mas se estudarmos com afinco veremos que Paulos traça aqui é uma relação de virtudes éticas. Virtudes que devem aflorar ao nos relacionarmos com o próximo. E o interessante é que muitos se esquecem que o desrespeito para com o próximo nos tira a semelhança com Cristo.
Hoje vamos estudar a virtude ética da fidelidade pistis (πιστις). Pistis é um termo corrente no novo testamento, pois está ligado a fé, ou seja, a viva confiança na salvação e no amor de Cristo Jesus. Mas aqui ela se faz diferente pois está diretamente ligada no relacionamento diário com o próximo. Embora isso pareça fora da linha de pensamento.
Em (Mat 23:23) vemos Jesus admoestar os fariseus pelo capricho que tinham e respeitar os rituais e os demais deveres que se mostrava aparente. Eles eram exageradamente meticulosos aplicavam o dízimo às poucas plantas do pomar. Eram tão meticulosos com o dízimo que o aplicavam a um só raminho de hortelã.
E, entretanto, essas mesmas pessoas podiam ser culpadas de cometer injustiças, eram duros, arrogantes e cruéis, e esqueciam da obrigação maior a misericórdia, eram capazes de fazer juramentos e promessas com a deliberada intenção de quebrantá-los e assim faziam caso omisso da fidelidade. Em outras palavras, obedeciam aos amiúdes da Lei e esqueciam as coisas que realmente importam. Pois sempre se faz mais fácil dar do que sobra materialmente e cumprir ritos e rituais, do que dar de si mesmo.
O triste que hoje ainda fazemos isso somos fiéis naquilo que exige pouco de nós. Pregadores, cantores, obreiros e líderes são fiéis em cima do púlpito e do palco, mas ao descer dele se mostram sem misericórdia e amor, ou seja, não são fiéis ao serviço do amor. E mais, é comum ouvirmos um texto fora do contexto em que muitos de nós enche o peito e diz: “Maldito o homem que confia no outro, e ainda faz a ressalva é bíblico”.
E por fim devemos entender que aquele que vive com a alma cheia de desconfiança jamais será leal ao próximo. Seja ele líder ou liderado, porque no peito que abriga a desconfiança não há lugar para a fidelidade, a confiança ou a fé. Pois quem não deposita confiança no próximos jamais terá fé em Deus. Fidelidade, confiança e fé são virtudes que devemos praticar, pois é o seu praticar que nos fortalece no amor, e nos torna a imagem e semelhança de Cristo Jesus.
Cabe a cada um de nós, nos autoavaliar para saber como andamos no quesito da virtude pistis, orar ao Espírito Santo para que faça seu fruto crescer em nosso interior. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).