Existe uma possibilidade grande de vivermos um cristianismo raso, precisamos estar atentos a necessidade de olhar para Cristo não como algo para termos fé, mas para alguém, e a partir disso percebermos que devemos estar atentos a tudo o que Cristo disse, não se trata só de um homem que morreu por nós, mas um homem que trouxe ensinamento, um homem que queria gerar comunhão conosco. Como Paulo alertou aos coríntios: "Sede meus imitadores, como eu mesmo o sou de Cristo." Para que seja gerada comunhão com o Pai precisamos ser imitadores de Cristo.

“Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam;” (Lucas 6:27)

     Todo ensinamento de Cristo tem como alvo o nosso coração, é para que a partir da obediência a sua palavra Ele assuma o controle sobre as nossas vidas, e assim sejamos imitadores dEle. O caminho da obediência gera uma visão integral de Deus. Abraão é chamado "pai de todos", mas para que ele fosse pai de todos era necessário que ele tivesse a visão real da paternidade de Deus. Abraão obedeceu a ordem do sacríficio de Isaque, e mesmo que poupado, ele sentiu a dor de ter que sacrificar seu filho. A obediência de Abraão possibilitou que ele tivesse comunhão com o Pai, Abraão sentiu a mesma dor que o Pai no sacrifício de Cristo. Ele é o pai de todos porque ele era capaz de dar seu filho assim como o Pai deu.
  Quando Cristo ordena que amemos os nossos inimigos é para que sejamos imitadores dEle, não só, mas para que amemos como Ele amou. Amar os nossos inimigos é liberar amor altruísta, não condicionado pelo amado, não por quem ele é, não pelo que ele faça, é amor de graça, sem merecimento, é só amor.

“A regra para todos nós é perfeitamente simples. Não perca tempo se preocupando se você ‘ama’ o seu vizinho; aja como se o amasse. Assim que passamos a agir desse modo, encontramos um dos grandes segredos. Ao se comportar como se amasse uma pessoa, em pouco tempo você passa a amá-la." C. S. Lewis

      A ideia que Lewis trás não é de que sejamos falsos, mas que deixemos ser conduzidos por Deus, agindo como devemos agir, praticando a fé, até que a prática traga entendimento ao nosso coração.
      Pobre é a nossa fé se não nos atentarmos a todas a palavras de Cristo, se o tivermos só como sinal de salvação, Cristo veio como homem para mostrar aos homens o que é ser homem, pisou nessa terra para que aprendamos a seguir seus passos, Ele veio para trazer comunhão entre nós e o eterno. Se aceitamos alguns de seus ensinamentos e desprezamos outros, não é Cristo que amamos, mas nossa visão dEle, e nossa visão sobre Cristo é pobre, é interessada, não em quem Ele é, mas no que pode fazer. O desafio maior da fé é permanecer até o fim, só assim seremos salvos, e só permaneceremos até o fim se estivermos em comunhão com Cristo. Amar os nossos inimigos é imitá-lo, é buscar ser como Ele. Não é que seremos cem por cento iguais a Ele, mas que desejemos ser iguais a Ele com todas as nossas forças.
     A ordem de Cristo sobre amar os nossos inimigos é também o chamado de amar como Ele ama, o pecado trouxe inimizade entre nós e Deus, se eu amo como Cristo ama, se eu expresso esse amor incondicional eu entendo um pouco do amor de Cristo por mim. Que possamos ao ler a palavra do Senhor, não escolhermos o que nos agrada, mas vivamos integralmente a fé em Cristo. Não é só crer, mas procurar ser como Ele, isso gera comunhão.
Abra a Porta e Gabriel Antunes
Enviado por Abra a Porta em 26/03/2021
Reeditado em 12/06/2021
Código do texto: T7216122
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