Fé e esperança

Publicado no Jornal do Commercio

Caminhos da Fé 21.03.2021

“Se podes? Tudo é possível aquele que crê” Marcos 9:23

Todo aquele que possui fé terá a esperança como porto de chegada. Coexistem harmonicamente e se uma delas enfraquece, teremos o reflexo na outra. Integram o cotidiano de todo ser humano nas pelejas da vida. Tudo que realizamos tem um objetivo e a vontade de atingi-lo tem por base a fé. Consta em Hebreus 11:1 - “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”.

Contudo a razão não pode estar ausente desse binômio. Sem ela essa estrutura não tem sustentação, pois a consciência do objetivo colimado deve estar presente, já que somos os seres inteligentes da criação e não podemos prescindir do raciocínio lógico.

Temos no Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB Ed.131ª, Capítulo XIX, item 7: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da Humanidade”. Por outro lado, a fé cega, que é desprovida do bom senso, pode desaguar nos excessos do fanatismo, que igualmente padece da falta de fundamento. Resulta dessa irreflexão o insucesso do que se almeja sendo essa irracionalidade prejudicial a todos.

Referimo-nos a Rodolfo Calligaris no livro Páginas do Espiritismo Cristão, pg.17, onde consta: “(...) a fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer”. Nos caminhos da fé temos que percorrer os degraus da paciência, resiliência e perseverança para que as conquistas que repousam na esperança sejam alcançadas. É um percurso que no dia a dia consolida nossas aspirações sempre amparadas pela prece e louvor a Deus.

Imprescindível nessa trajetória é a realização de obras. A fé não pode constituir-se em sentimento inerte. Tal qual a caridade que é o amor na dimensão dinâmica, ela necessita do labor diário para que não esmoreça a esperança. Corroborando essa assertiva, citamos Tiago 2:18 – Mas alguém dirá: ”Você tem fé; eu tenho obras”. Mostre-me sua fé sem obras e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras”.

Nesse contexto devemos entender que é preciso ter mérito naquilo que pretendemos conseguir. Nem sempre o que queremos será o melhor e não raro, não merecemos. Lembremo-nos de que estamos vinculados à Lei do Merecimento e que Deus soberano e justo nos proverá daquilo que necessitamos.

No livro O Consolador, questão 257, encontramos: “A esperança é a filha direta da fé. Ambas estão uma para outra como a luz reflexa dos planetas está para a luz central e positiva do Sol. A Esperança é como o luar que se constitui dos bálsamos da crença. A Fé é a divina claridade da certeza”. Elas são fortalecidas quando concebemos a reencarnação e a imortalidade da alma.

A cada existência renovam-se as oportunidades e aspirações. Temos nas Bem-Aventuranças o manual perfeito para nortear o nosso sentimento de esperança. (Quem tem fé está no caminho daquilo que plantou no terreno da esperança).

Luiz Guimaraes Gomes de Sá

Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus

www.cecpj.org.br

LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 21/03/2021
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