Vasos de barro cheio de tesouro, que é o evangelho do amor.

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. (2Co 4:7). Este versículo dá início a uma exortação que Paulo faz aos de Coríntios. Para que entendamos que a grande força que existe em nós, não se trata tanto do poder que temos, mas sim da maneira que reconhecemos as nossas fraquezas, e como podemos vencê-las.

Tesouro, aqui Paulo usa a palavra grega thesauros (θησαυρος), que entre seus significados tem o de: Lugar onde se guarda coisas preciosas de grande valia ou valor. Sendo assim cada Cristão deve ser um armazém que abastece o mundo de pensamentos valorosos e que leva a outrem ao seu crescimento. Mesmo que tudo a sua volta se mostre difícil ou ruim, o Cristão persevera no bom pensar e no agir para o bem. Um Cristão deve sempre primar em falar algo que eleva o viver da humanidade.

Ele também usa outra frase que é o vaso de barro skeuos (σκευος), vaso, e ostrakinos (οστρακινος), barro. Esta era uma metáfora grega comum para “corpo”, já que os gregos pensavam que as almas estavam aprisionadas temporariamente nos corpos. Mas Paulo mostra algo diferente, ele mostra que o ser humano tem dentro de si algo caro e valioso, que vai muito além de almas presas num vaso de barro.

E como podemos ver: “Que o próprio Deus da paz vos santifique integralmente. Que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (1Ts 5:23).” Ou seja, o ser humano é completo em sua forma, corpo soma (σωμα), alma psuche (ψυχη) e espírito pneuma (πνευμα).

E quando nos colocamos a servir o próximo em amor e verdade o nosso ser trabalha em todos seus níveis, mas se deixarmos que o orgulho religioso tome conta do nosso ser de nada valeremos e como vaso que se quebra perdemos a nossa validade. Ou seja, devemos deixar que o vaso que somos nós se enchamos do fruto do Espírito (Gál 5:22-26).

E na exata medida em que o vaso se enche do fruto do Espírito vamos aprendendo a servir em amor e verdade. E o nosso serviço se torna um Evangelho vivo, ou seja, o Evangelho que Jesus nos ensinou e nos mandou levar a todos. Pois o Evangelho vivido vale muito mais que a letra ou a palavra dita.

E devemos ter sempre em mente que a força para vencer as adversidades que virão não está em nós, mas sim no Pai que é o dono do evangelho do amor, eis o retrato do imperfeito levando o perfeito ao imperfeito. Então jamais deixemos que os nossos eitos, preceitos e preconceitos vençam o amor. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).