Quantas vezes você abriu o Instagram, viu pessoas bem sucedidas e se sentiu culpado por ter mais idade e não ter conquistado as mesmas coisas? Você já percebeu que vídeos sobre como enriquecer rápido tem mais views no Youtube? Não é à toa que até crianças saibam o que é Hotmart. 
     Além disso, a cada dia, o mercado exige fluência em duas ou três línguas, experiência em diversas áreas e o tempo em que uma graduação era o maior diferencial se foi... Ariano Suassuna disse certa vez: “É tanta qualidade que exigem para dar emprego, que não conheço um patrão com condições de ser empregado!”. As informações da bolsa de valores mudam a todo momento e, nossa geração, além de buscar multifunções e empregos, almeja mais rendimento com os olhos vidrados no mercado.
     Pessoalmente, quando iniciei meu bacharelado ficava impressionada com professores se orgulhando de diversos empregos. Meus olhos brilhavam e eu pensava no quanto eram super-humanos! Foi assim que comecei a refletir sobre a sociedade do cansaço, exposta por Han. Quantas vezes não conseguimos assistir vídeos de cinco minutos? Confesso que muitas delas pulo para o final...nos irritamos com propagandas que exigem cincos segundos de atenção e a coisa está tão séria que os publicitários pensam progressivamente em estímulos mais óbvios e rápidos para os seus trabalhos. O tédio, hoje, não resulta em criação... mas em tentativas de descanso. Digo, tentativas, pois mesmo após longas noites de sono acordamos cansados. Fomos ensinados a descansar após o término de tarefas e nos presentearam com uma lista interminável de afazeres para o sucesso. O resultado? Muita frustração! 
    Um ciclo vicioso é criado. A lista de compras só aumenta, a de viagens também e parecemos mais longe do que o que realmente desejamos: liberdade! Pequenos “mimos” nos rendem faturas mais altas e o desejo por um padrão que não conseguimos sustentar acarreta em uma bola de neve. Tudo para provar o nosso “valor” a esta sociedade doente. O sono já improdutivo por expectativas fica pior, com dívidas. 
     A revolução industrial incentivou a concentração de pessoas nos grandes centros e a busca por produtividade nos deixou em déficit com o contato com a natureza que revela os atributos de Deus (Romanos 1:20); nos expôs a uma dieta que tem destruído o templo do Espírito e a mente que ligeiramente vaga pelas coisas do alto de tanta preocupação terrena. Isso me lembra a história do povo de Israel no tempo de êxodo. Escravos foram libertos mas constantemente lutavam contra costumes que estavam enraizados e muitas vezes caiam na idolatria. Nós éramos escravos, fomos libertos por Cristo e ainda somos tentados diariamente na sociedade do cansaço a idolatrar o eu(ego) e esquecer o nosso maior propósito. Nosso fardo não precisa ser tão pesado. O fardo de Jesus é leve! Não precisamos ser tolos e imprudentes jogando a responsabilidade de nossa vida profissional e financeira em Deus, isso depende de nós. Mas, é necessário entender que nossa existência é preciosa! Mais que sobreviver, viver! Descanse! 
     Frente a sociedade do cansaço, descansemos nossa mente e coração em Cristo! Que todo vazio “ocupado” por correr atrás do vento seja ressignificado pelo único preenchimento carregável, Jesus! 

“Não me neguei nada que os meus olhos desejaram; não me recusei a dar prazer algum ao meu coração. Na verdade, eu me alegrei em todo o meu trabalho; essa foi a recompensa de todo o meu esforço.Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há qualquer proveito no que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 2:10,11)
Abra a Porta e Gabriela Feitosa
Enviado por Abra a Porta em 15/03/2021
Código do texto: T7207219
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