Pe. Pio de Pietrelcina

Sobre a leitura de "Padre Pio, A História Definitiva -- de C. Bernard Ruffin." Minha Biblioteca Católica.

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O que é um Santo? Depois de chegar à metade desse livro, que ficou meses na fila de leitura, decidi escrever algumas poucas palavras sobre meu entendimento a respeito da realidade da Santidade. Um Santo, mes amis, é alguém que esteve tão próximo de Jesus Christo a ponto de se transformar em um verdadeiro e cativante exemplo de como segui-Lo, imita-Lo, obedecê-Lo. Esse tipo humano especial, pelo testemunho de sua vida de consagração e entrega, parece mesmo dotado de um amor extraordinário por Jesus; um amor que não poderia se manifestar sem uma intervenção divina.

Francesco Forgione, o Pe. Pio de Pietrelcina, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi um exemplo perfeito de Santidade. Há aqueles que nascem com o talento extraordinário para a matemática, como Newton ou Feynman; outros, porém, são prodígios musicais, como Bach ou Mozart; e ainda outros nascem com o talento incomum para a arte da literatura, como Machado ou Dostoiévski. Contudo, há um outro tipo de disposição manifesta em alguns indivíduos que os arrebata, literalmente, do ordinário: a Santidade. Padre Pio fora um desses iluminados pela chama do amor desmedido a Deus.

Entretanto, diferentemente dos talentos "comuns", isto é, daqueles que expandem o horizonte de percepção do indivíduo somente para as coisas mundanas, apontando só timidamente para a existência de uma realidade muito para além do mensurável, a Santidade é um talento que se distribui de forma igualitária. Os outros, não. Um sujeito pode ser bom em matemática, um outro, em música, mas esses talentos se limitam ao domínio de recortes da realidade. Ademais, limitam-se também às potências intelectivas dos indivíduos.

A Santidade, por sua vez, expressa o vocativo universal: a conformidade da alma em Christo; a participação definitiva no Ser. Desse chamado [vocare] ninguém pode escapar -- pelo menos de ouvir. Os Santos, através da coparticipação com a Graça Divina, manifestaram uma firme resolução de dedicar suas vidas nesse mundo àquilo que verdadeiramente importa: ir a Christo e nEle permanecer. Pe. Pio se deixava guiar unicamente por esse propósito, tudo o mais em sua vida era contingente. Há aqueles que, conscientes do dever de serem Santos, caem tristes por, sempre e sempre, sucumbirem às tentações. Numa carta a um Padre amigo, datada de março de 1918, Pe. Pio diz: "(...) Caminhe alegremente com um coração aberto e sincero na medida do possível.

Se não puder manter essa santa alegria, ao menos nunca perca a coragem e a confiança em Deus. Diga frequentemente a Nosso Senhor, junto do santo Rei Davi: 'Sou teu, salva-me' (Sl. 118,94), e, como Maria Magdalena, em pé diante dele: 'Rabi, meu mestre!' (Jo. 20,16). Então deixe tudo em Suas mãos. Com você, dentro de você, ao redor de você, e mesmo através de você, Ele santificará Seu nome, ao qual deve ser dado honra e glória eterna. Nada tema... e não tema nada que possa separá-lo de Deus. Não desfaleça por causa da escuridão em que seu espírito se encontra na maior parte do tempo. Lembre-se que Jesus está sempre muito próximo, não importa qual seja o estado de sua alma".

Vitor Marcolin
Enviado por Vitor Marcolin em 09/03/2021
Reeditado em 29/09/2021
Código do texto: T7202521
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