APOCALIPSE LIÇÃO 9 (Ap.14.1-9)

O CORDEIRO DE PÉ NO MONTE SIÃO (Ap. 14.1-5)

Esse é mais um capítulo introdutório em Apocalipse. Voltamos ao inicio de novo. É importante para a igreja que inicie com o Cordeiro vitorioso, no Monte Sião. Os pés pisando uma terra significa soberania nessa terra. O cap. 12 acaba com o Dragão pisando os pés na areia da praia - o que é: influência na terra, ou no mundo - invocando o monstro que veio do mar. Mas agora é mostrado que Jesus está no comando e não o Diabo.

DEVOCIONAL – “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8:38,39 – Paulo trata aqui de uma fortaleza, na confiança de que Deus nos ama e não vai nos abandonar. “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” Salmos 34:19 No capítulo anterior de Apocalipse, apareceu o Dragão - o diabo, a primeira besta – o anticristo, a segunda besta, o falso profeta. A situação parecia de completo abandono, por parte de Deus, mas João vê o Cordeiro de pé, no Monte Sião – a Nova Jerusalém.

Apocalipse foi um livro escrito para animar os irmãos, em meio à guerra religiosa do fim dos tempos que iria acontecer e frente às inúmeras e constantes guerras e batalhas que pareciam não acabar mais. O próprio Deus reconhece, são muitas as aflições do justo. Nós sofremos muitas coisas que aparentemente não tem solução, mas a promessa é que o Senhor nos livra de todas. Fique firme, por mais difícil que esteja sendo. Siga lutando com as armas da graça: oração, jejum, cultuar a Deus.No fim o Cordeiro vai vencer e nós também.

O Monte Sião aqui não trata-se da Cidade Santa, a Nova Jerusalém, a Sião Celeste (Hb 12:22; Ap. 22). E conforme o cap. 7, os 144 mil representam a totalidade da igreja, em todos os tempos. Essa igreja trazia na testa o nome de Jesus e de Deus, ou seja, era selada com o Espírito Santo, numa progressão da Trindade. Deus Pai, no Antigo Testamento está no Céu; Deus Jesus está na terra, nos evangelhos, que é a transição do Velho para o Novo Testamento e Deus Espírito Santo agora está dentro de nós. Ou seja, a Bíblia mostra Deus indo de encontro ao homem, ou fazendo uma obra de conversão, trazendo o homem a si.Primeiro tínhamos o Deus de longe, o Deus desconhecido. Depois tivemos o Deus que estava perto, que abraçava, que ouvíamos a voz e os ensinamentos. Agora temos o Deus dentro de nós, que nos fala de dentro para fora e sendo um com o nosso espírito, vai nos transformando mais nele, sem retirar a nossa personalidade.

Essa cena não é cronológica, imediatamente ao capítulo 13. Cristo não volta nesse momento. Como interpretar o Cordeiro de pé, nesse capítulo? E quem são os 144 mil?

Esses 144 mil, como entendido no cap 7, são a igreja, que agora é mostrada com novas características. O caráter espiritual e a condição dos redimidos são apresentados em detalhes tanto como um modelo quanto como uma advertência para os cristãos das sete igrejas (Ap. 2-3), que se encontravam cercados pela perseguição judaica e romana, bem como por falsos mestres. Essas qualidades são sua (1) pureza - a ponto de a igreja, a noiva, ser representada como virgem; (2) a sua relação com o Cordeiro – o seguem onde ele vá; (3) e a sua ética, não mentem. Essa é a igreja ideal: pura, relacionada, ética.

E enquanto há palavras de blasfêmia sendo ditas na terra, há um cântico novo sendo entoado no céu. A igreja que hoje chora, sofre e é perseguida, ainda há de cantar um novo cântico, especial, que só ela saberá. Ainda vamos nos alegrar no Senhor.

A MENSAGEM DOS TRÊS ANJOS (Ap. 14.6-13)

Vemos aqui três anjos voando pelo céu, com uma mensagem evangélica final. Nós imaginamos que anjo não evangeliza, antes que o evangelho foi dado aos homens, por que os homens pecaram e devido ao pecado sabem e sentem na prática, o que estão falando. Os anjos que nunca pecaram, não sabem o que é o pecado. Seu conhecimento é teórico.

Nós não sabemos a extensão do ministério angélico, mas podemos compreender, que de certa forma, é liberado aos anjos trazer a revelação da palavra para aquele tempo na história, na igreja. Não nos esqueçamos que as Sete Cartas dos cap. 2 e 3, são dirigidas aos Anjos da Igreja. Nós não sabemos até onde vai esse mistério. Definimos pelo mais fácil, que o anjo da igreja é o pastor, e se não for?

Muitas igrejas não conseguem alcançar a palavra profética, ficando aquém da revelação universal e atemporal, que vai empurrar não só a igreja local para frente, mas toda a igreja contemporânea. Deus tem uma mensagem para a igreja, que as igrejas não estão alcançando. Pouquíssimas igrejas numa geração conseguem entrar no Reino e receber do Reino, palavra proféticas que dizem respeito a toda a igreja e não só à igreja local e datada.

Nós podemos trabalhar os problemas da igreja, sem saber qual é a vontade de Deus, ou podemos buscá-lo para que o Senhor nos dirija. São coisas muito diferentes. A maioria da igreja serve ao homem, ou buscam sanar os problemas imediatos dos homens, com ministrações datadas, como curas, ou palavras de ânimo, para hoje. Por outro lado tem poucas, mas tem algumas igrejas, que buscam uma palavra profética e recebem orientação divina, do que devem profetizar para acontecer nessa Terra e no futuro.

O PRIMEIRO ANJO (Ap 14.6-7)

Apocalipse mostra várias anjos envolvidos em juízos. O tema da mensagem do primeiro anjo pronunciado em alta voz, para todos ouvirem, era: “Temam a Deus e glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas".

Observe que estamos já nessa passagem no meio da Tribulação e os anjos ainda estão dando mensagens para a igreja. Talvez essas sejam as três últimas mensagens da ultima hora, ou toda a Tribulação seja a mensagem final. Apesar de o anjo trazer a mensagem, quem prega é a igreja. Essa mensagem não nos parece ser dita de tal forma que cause arrependimento, mas cause acusação.

Observe que a mensagem de Jonas (cap. 3.4), era que em quarenta dias Nínive seria destruída, mas eles ouviram isso e se arrependeram e creram. Mesmo uma mensagem de destruição, ao cair no ouvido certo, terá efeito. A mensagem do primeiro anjo, dita para o tempo da Tribulação, é muito mais leve que a de Jonas, apesar que não dita para convencer, mas para acusar.

Se achamos estranho o ministério dos anjos, não achamos estranho Deus. Ele delega funções. O Filho tem seu ministério, o Espírito o seu. O homem, desde o inicio sempre teve sua participação no plano de salvação. Deus levantou, homens, mulheres, reis, profetas e sacerdotes para a obra. Os dons do ministério, profeta, evangelista, etc, são dons delegados, ou responsabilidades divididas por Deus, aos homens comissionados. Quando Deus dá um dom, ele está delegando um dom, dividindo a responsabilidade. Então não devemos estranhar o ministério dos anjos, só não compreendemos exatamente o que é que eles fazem. E o vôo no céu, enquanto o anjo proclama sua mensagem, quer dizer que a mensagem é para todo mundo.

O SEGUNDO ANJO (AP. 14.8)

“Caiu, caiu, Babilônia”, prenuncia o segundo anjo. Apocalipse contém expressões que não devem ser entendidas literalmente. (Apocalipse 1:1) Por exemplo, menciona uma mulher que tem o nome “Babilônia, a Grande”, escrito na testa. Informa-se que essa mulher está sentada sobre ‘multidões e nações’. (Apocalipse 17:1, 5, 15) Visto que nenhuma mulher literal seria capaz disso, Babilônia, a Grande, só pode ser simbólica. Então, o que essa prostituta simbólica representa?

Em Apocalipse 17:18, essa mesma mulher simbólica é descrita como “a grande cidade que tem um reino sobre os reis da terra”. O termo “cidade” indica um grupo organizado de pessoas. Visto que essa “grande cidade” controla “os reis da terra”, a mulher chamada Babilônia, a Grande, só pode ser uma organização influente de alcance internacional. Pode-se corretamente chamá-la de império mundial. Que tipo de império? Um império religioso. Ou o sistema espiritual satânico que a Bíblia descreve como mundo. É interessante vermos esse sistema de mundo, que age desde Adão e Eva ser destruído definitivamente. Não conhecemos a vida sem o mundo, sem Babilônia, como será?

O TERCEIRO ANJO (Ap. 14.9-13)

Os adoradores da besta beberão o cálice da ira de Deus sem mistura (Ap 14.10), ou sem misericórdia, sem oportunidade de arrependimento (Jo 3:36).

George Ladd comentando sobre a ira de Deus, escreve: Duas palavras são usadas para descrever o julgamento de Deus: cólera (thumos) e (orge). Orge é o tipo de ira que parte de uma disposição já tomada, enquanto que thumos representa uma ira mais passional (relativo a paixão, emoção, sentimento). Na maior parte do Novo Testamento é usada a palavra orge para a ira divina; fora do Apocalipse thumos aparece só uma vez em Romanos 2:8. Em qualquer caso, a ira de Deus não é uma emoção humana; é a reação preestabelecida da Sua santidade à pecaminosidade e rebelião humanas. Qualquer interpretação da

mensagem do Novo Testamento que não inclua a ira de Deus está atenuada e mutilada.

Os adoradores da besta serão atormentados eternamente (14:11). Há enormes dificuldades de compreender uma pena eterna, perene, que nunca se apaga, para os pecadores. Há alguns versículos na bíblia que parecem apontar para uma destruição logo assim dada a sentença de juízo, mas há muitos outros que falam de uma pena eterna. Ainda é um mistério para nós o que vai acontecer com os que rejeitarem a Cristo.

O motivo da provação - “Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (Bíblia NAA - 1 Cor 11.32) O crente tem muitas provações, aqui nessa terra, para não ser condenado no futuro.

POR QUÊ A TRIBULAÇÃO OCORRE PARA ESSES PECADORES DA ULTIMA HORA? – A irmã Stephanie fez essa pergunta. Por quê para esses e não para todos, ocorre a Tribulação. Eles são um simbolismo do que acontecerá com todos os pecadores. Mas a questão não é a Tribulação acontecer com esses pecadores, mas antes que o pecado e a apostasia são tão grandes, que permite o surgimento do Anticristo. Aliás isso já ocorre na macumba, no espiritismo, no budismo e outras religiões. Em um monte de gente falando diariamente com mentes superiores, que são demônios. Mas na Tribulação esse relacionamento demoníaco estará no auge, dando então abertura, para que venha o anticristo.

O diabo sempre teve o sonho de provar que pode governar melhor do que Deus. E ele tentará, mas desde a suas ascensão ao poder, será combatido pela igreja, que nunca o deixará governar. Nessa época os demônios estarão soltos, andando entre os homens e muitos deles vão falar e conviver com demônios o dia inteiro. Cuidado!

Amém

Fique na paz

BIBLIOGRAFIA

Comentário Exegético Apocalipse – Grant R. Osborne

Comentário Hagnos Apocalipse – Hernandes Diaz Lopes.