O ato de perdoar traz paz a alma e faz serena a atmosfera.
Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. (Mat 6:12). Este versículo faz parte da oração modelo que Jesus nos ensinou, no sermão do monte. Ela é a penúltima petição, e traz consigo um acordo no qual quem ora faz para com o Pai. Que muitos o faz sem se dar conta que é: “Me perdoa, assim como eu perdoar”.
A palavra grega traduzida para perdoar é, ophiemi (αφιημι), que entre seus vários significado tem o de: deixar de lado uma dívida, (opheiletes οφειλετης); remir ou esquecer aquilo que lhe devem. Então ao pronunciarmos a petição acima estamos fazendo um acordo com o Pai, de que Ele nos perdoe de acordo e da maneira que perdoamos. Só para ressaltar não cabe aqui a mistura com o perdão advindo da graça.
Sei que alguns ditos estudiosos dirão: “o perdão veio através da graça”, sim e estão certos. Mas o que aqui se fala é no perdão diário dos relacionamentos e do viver cristão. Pois cada vez que somos capazes de perdoar e de amar, nos tornamos imagem e semelhança de Cristo. E fazemos com que o reino de Deus se faça presente aqui na terra como nos céus.
E por que Jesus nos ensinou esta petição? Sendo Ele o maior Mestre da escola da vida sabia das nossas limitações humanas, sabia o quanto se faz difícil gerenciar nossas reações nas situações estressantes. Tinha consciência de que facilmente erraríamos, e fatalmente puniríamos o próximos, e a nós mesmos com o pernicioso sentimento de culpa.
E aqui cabe outro alerta o arrependimento sincero traz paz, mas o sentimento de culpa esmaga a alma e mata o ser humano. Por isso se faz rico o arrependimento ante o erro, e na sequência, o vivo perdoar, estas duas ações nos livra das reações impensada e destrutivas. Trazendo para a atmosfera de um lar, de uma igreja o de uma comunidade, um clima tranquilo e solidário entre os que ali habitam.
Onde o sentir philostorgos (φιλοστοργος) impera, e o amor amigo se une ao amor família e tornando o viver comum e familiar, de uma família onde Deus é o Pai e Jesus é o amigo e irmão mais velho, ou seja, a divina família do amor. Assim deveria ter sido a nação do povo escolhido e a igreja. E em um tempo será, mas os que agirem e pensarem diferente do amor que Jesus nos ensinou ficarão de fora.
Cabe a cada um de nós fazer a escolha; vida eterna, num reino onde o amor impera em semelhança a Cristo; ou vida efêmera, onde a morte finda tudo em semelhança a materialidade. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).