APOCALIPSE LIÇÃO 8 “O DRAGÃO ATACA A IGREJA”

INTRODUÇÃO - Ap. 12:1-18

1. O livro de Apocalipse tem duas grandes divisões: 1-11 falam da perseguição do mundo contra a igreja e os juízos de Deus aos ímpios em resposta as orações dos santos; 12-22 falam da perseguição cruel do quarteto do mal que ataca a igreja: Satanás, o Anticristo, o Falso Profeta e a Grande Babilônia e a vitoria retumbante de Cristo e sua igreja sobre esses inimigos.

2. Na primeira divisão (1-11) tivemos três seções: (1) os sete candeeiros (1-3), (2) os sete selos (4-7) e as (3)sete trombetas (8-11).

Na segunda divisão (12-22), teremos quatro seções: (1) o quarteto do mal ataca a igreja (12-14), (2) as sete tacas, o juízo de Deus sobre os ímpios (15-16), (3) a vitoria retumbante de Cristo sobre a Grande Babilônia, o Anticristo e o Falso Profeta (17-19) (4) e a vitoria final de Cristo sobre o diabo, os ímpios e a morte e os novos céus e nova terra (20-22).

3. Em cada seção, cobre-se todo o período que vai da primeira a segunda vinda de Cristo, ou seja, nós temos sete seções em Apocalipse, ou a história da primeira vinda de Cristo, até a segunda, contada sete vezes de forma diferente. E sempre Jesus volta na sétima vez, na ultima.

4. O tema principal da segunda divisão do livro (12-22) é a mesma da primeira (1-11): a vitoria de Cristo e de sua igreja. Contudo, aqui (cap. 12 em diante, até o 22) a luta do diabo e seus anjos contra a igreja é contada de forma mais grave, ou, com maiores detalhes, mas entenda que essa luta é desde o inicio da Tribulação, só que está sendo contada agora.

É comum classificar os capítulos 12 e 13, como o centro do Apocalipse, pois estabelece o tema central que é a guerra de Satanás contra Israel/Igreja e contra Deus, e entre o Cordeiro e a besta, ou monstro (que é o anticristo) (cap 13).

AP 12.1-2 - UMA MULHER GRÁVIDA NO CÉU. (GN 37.9)

João viu um grande sinal no céu, uma mulher grávida prestes a dar à luz. O sinal que devemos atentar não é a mulher, mas o filho que está prestes a nascer: Jesus. O redentor da humanidade vai nascer. Ele é o sinal de mudança no universo. Essa mulher a principio significa Israel no Antigo Testamento, que deveria dar à luz a um filho. Mas essa mulher significa também a igreja, ou os evangelhos que geram o Filho. A referência da lua, do Sol e doze estrelas sobre sua cabeça nos remetem à visão de José, em Gênesis 37.9. As estrela indicam que essa mulher tem autoridade.

AP 12.3-4 - UM DRAGÃO ATACOU A MULHER GRÁVIDA

O outro sinal, que João viu no céu é o opositor da mulher, Satanás. Vermelho significa que ele tem cor de sangue, de guerra. O dragão tem 7 cabeças e 10 chifres (Ap 12.3). A Besta, ou monstro, tem 10 chifre e 7 cabeças (Ap 13.1). Isso porque as cabeças são o foco principal do Dragão e os chifres são a característica do Monstro do Mar. O Dragão e a Besta estão unidos de alguma forma. Sete cabeças fala da pretensão de exercer domínio sobre a Terra, e dez chifres são dez reis ou governos, que recebem a autoridade da besta e a devolvem a ela. (Ap. 17.12-14; Daniel 7.7,8,20,24) Sete coroas é de novo, a pretensão de conseguir domínio sobre a Terra, imitando a Cristo. Na Tribulação as forças do mal sofrerão ataques da igreja cheia da Trindade, que nunca o deixarão governar. As orações, jejuns, pregação e consagrações da igreja na Tribulação será um enorme entrave para o governo do anticristo, que na prática nunca ocorrerá em paz. Deus na igreja nunca dará tréguas.

Enquanto o texto avança, versículos 1, 2,3... a história regride. Observe que a narrativa da mulher remete a toda a história do Antigo Testamento, até os evangelhos, onde o Filho nasceu. A história do dragão volta mais ainda, até a batalha no céu, onde os anjos pecaram e a terça parte foi expulsa do céu. Eu acredito que primeiro os anjos caídos vieram para o universo, mas com o tempo observaram que só se criou vida num único planeta: a Terra, onde passaram a concentrar seus ataques. Satanás consegue combater e destruir o povo do mundo, mas a igreja que deixa sua ignorância bíblica e seu pecado, não.

Satanás estava pronto para matar o filho, quando ele nascesse, mas não podia fazer isso pelos seus poderes, que são proibidos por Deus, mas usando o próprio homem. Na época do nascimento de Jesus, o rei Herodes, ouviu o Diabo e mandou matar todas as crianças de 2 anos para baixo, para quem sabe assim atingir o rei profetizado que estava nascendo: O Messias que pisaria a cabeça da Serpente. Dia desses o pastor Vinicius nos trouxe uma palavra que é bom lembrar: O Diabo não tem amor algum em si, sendo feito de absoluto ódio.

AP 12.5-6 - ELA DEU À LUZ UM FILHO QUE FOI ARREBATADO – A MULHER FUGIU PARA O DESERTO

A mulher deu à luz um filho homem, que foi arrebatado para o céu. Esse filho que governará todas as nações é Cristo. Esse filho que nasceu é Rei. Aqui aparece o Cristo exaltado. João não fala do ministério, morte e ressurreição de Jesus. O que interessa é que o Filho nasceu e o Filho é Rei.

A fuga da mulher ao deserto significa duas coisas: a primeira é uma referência a Israel no deserto, com Moisés e a segunda é que Deus protege o seu povo, mesmo no deserto, ou na fuga.

AP 12.7-12 - GUERRA NOS CÉUS

O relato da mulher grávida, pronta para nascer o filho, nos fala de Israel no Antigo Testamento que tinha como meta principal gerar um Filho. O Filho que nasceu é Filho da igreja, ele nasce nos evangelhos, que são a transição do Antigo para o Novo Testamento. Se a visão da mulher grávida regrediu até Gênesis e avançou até os evangelhos, a descrição da guerra no céu regride até antes da fundação do mundo e segue até o final da Tribulação, com a perseguição da igreja, pelo dragão. Os céus louvaram quando o dragão e os anjos do dragão foram expulsos, mas alertaram: Celebrem os céus, mas ai da terra e do mar. (Ap 12.12)

AP. 12.13-18 - EXPULSO DO CÉU, O DRAGÃO ATACA O POVO DE DEUS

Expulso do céu o Dragão começa a perseguir a mulher, ou, o povo de Deus. As asas de águia podem significar rapidez para Deus a proteger, num “lugar preparado para ela” (12.14), onde tentações e perseguições são lançadas sobre ela como uma grande torrente (12.15), mas a criação de Deus vem em seu auxílio e a resgata (12.16). Isso deixa o dragão ainda mais furioso e ele sai para guerrear contra a descendência dela, a igreja (12.17). Então o Dragão fica na areia do mar, ou na praia (AP. 12.18) e invoca o monstro, ou besta, que vem do mar (Ap 13)

RESUMO

A primeira seção dos selos, trombetas e taças enfatizou a soberania de Deus em seu trono (4.2,3; 5.6,7) e se iniciou com a adoração a Deus e ao Cordeiro nos capítulos 4 e 5. Esta segunda seção se concentra no trono (13.2) e na adoração do dragão (13.4,8,12,14,15). Portanto, temos aqui a grande batalha entre Deus e a falsa trindade (16.13). Embora os santos sejam perseguidos e mortos (13.7), a morte deles é sua grande vitória sobre Satanás (12.11; 15.2-4) e o juízo das forças do mal é certo (14.17—16.21). Assim, apesar de a apropriação pretensiosa do poder por parte de Satanás estar no centro das atenções, Deus continua sendo soberano, e fica claro que tudo o que o dragão faz somente acontece por causa da permissão divina. Ainda assim, muitos dos temas de 4.1—11.19 continuam, como a lei da retribuição, o chamado ao arrependimento por meio dos juízos, a depravação total dos habitantes da terra, o chamado à perseverança dos santos e, especialmente, a soberania absoluta de Deus.

Amém

Fique na paz

BIBLIOGRAFIA

Estudo no livro de Apocalipse – Hernandes Dias Lopes

Comentário Exegético de Apocalipse – Grant R. Osborne

pslarios
Enviado por pslarios em 19/02/2021
Código do texto: T7188179
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