PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,31-37)(12/02/21)
Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra que toda decisão tomada a partir de qualquer tentação, resulta em grande perda, às vezes irreparável. Ora, o pecado antes de ser consumado passa pelo crivo de três etapas: tentação, consentimento, e decisão, só depois é que vem a prática. Felizmente pode ser interrompido antes que se consuma, e isso mediante o arrependimento, e o abandono das sugestões do maligno.
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Com efeito, se comete algum pecado mortal, a alma perde o estado de graça, ou seja, perde a comunhão com Deus, como vimos na primeira leitura de hoje; e por isso, apresenta as seguintes consequências negativas, enfraquecimento diante de outras tentações; medo e uma certa rejeição da proximidade de Deus; perca do sentido da vida e do senso do Sagrado.
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Todavia, diante da tragédia do pecado que vemos devastar a vida humana e a criação, devemos nos perguntar: como enfrentarmos as tentações e vence-las? Ora, sabemos claramente que as tentações são ações do maligno, e para vence-lo, Jesus nos ensinou o combate espiritual por meio da oração, do discernimento e da prática da Palavra de Deus. Em suma, de nos mantermos unidos à Ele que é o autor e consumador de nossa fé.
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O Evangelho de hoje nos apresenta a cura de um surdo-mudo, da qual podemos colher os seguintes ensinamentos: a cura se deu após a intercessão dos que recorreram a Jesus; e, para que aquela alma se abrisse à ação da Santíssima Trindade, representada pelos gestos do Senhor no ato da cura: "Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”
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Portanto, caríssimos, a partir do exemplo que vemos no jardim do Éden e da cura do surdo-mudo, tenhamos a firme convicção de que, ainda que sejamos pecadores, Deus jamais se esquece de nós ou nos rejeita, pelo contrário, sempre nos procura para nos oferecer o seu perdão e as condições para não pecarmos mais; para isso, basta o reconhecimento de que somos pecadores e o arrependimento sincero para que Ele nos liberte do pecado e de todos os males.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.