Os mútuos deveres do amor Cristão.
Porquanto tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo provenientes das Escrituras, mantenhamos firme a nossa esperança. (Rom 15:4). Este versículo faz parte de uma exortação que Paulo faz aos de Roma, ela se inicia no versículo um e segue até o versículo sete do presente capítulo, aqui ele elenca alguns dos mútuos deveres, que devem permear a igreja enquanto corpo de Cristo.
Aqui trataremos de dois deles:
1 – O estudo das escrituras devemos estudar as escrituras pois ela é o fundamento de nossa fé enquanto pistis(πιστις), confiança que permeia o relacionamento entre o amor de Deus e o nosso praticar do amor. Mas ao estudar as escrituras não façamos como aquele que lê um livro comum, mas atentando para a contextualização e para o todo. E jamais usemos um versículo separado do seu contexto, pois quando fazemos isso erramos.
O estudo correto das escrituras nos leva a compreender o agir de Deus na vida do seu povo. Pois ela nos mostra os erros e acertos daquele tempo, dando-nos um mapa de como viver. Ela também revela a vontade do Pai, os deveres e as promessas que acompanham a vida daquele que escolhe viver o amor. Fortalecendo a fé e nos revestindo de bom ânimo diante das adversidades da vida aqui na terra.
2 – Paulo também cita a paciência enquanto hupomone (υπομονη), mas hupomone vai além daquilo que comumente entendemos por paciência. Ela é a característica da pessoa que não se desvia de seu propósito e de sua lealdade; ela é a fé e a piedade que mesmo diante das maiores provações e sofrimentos não se desvia do amor, porque respeita a vida, que o Pai criou.
A comunidade cristã deveria estar marcada pela integridade de hupomone acompanhada de makrothumia. Pois aqui se inicia o vivo respeito do amor para com a vida. Aqui começamos a entender este grande termo hupomone. É muito mais que paciência; é a adequação triunfante que pode fazer frente à vida, é a força que não somente aceita as coisas, mas sim, as aceita e aceitando-as, transforma-as em glória, mostrando parte do reino do Pai aqui na terra.
Hupomone e makrothumia (μακροθυμια), seguem juntos na vida do Cristão enquanto discípulo de Cristo, pois os dois se complementam. Pois se hupomone é o temperamento que não sucumbe facilmente sob o sofrimento, makrothumia é o autodomínio que não retalia apressadamente o erro. Ou seja, um se opõem à covardia ou ao desânimo; outro, à ira e vingança.
Eis dois de entre tantos deveres e virtudes que aquele que decide ser discípulo de Cristo deve buscar. Pois o amor em sua simplicidade se faz complicado quando o egoísmo é mais presente do que o servir em amor e verdade. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).