Um Deus de amor um só Espírito, um vivo entendimento.
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. (Atos 2:6). Este versículo faz parte do vivo acontecimento do dia de pentecoste. Esta narrativa tem início no versículo um do capítulos dois do livro de Atos e segue até o versículo treze.
Esta passagem é muito comentada e da apoio a certas variantes teológicas, mas aqui nós manteremos o foco na ação do Espírito de Deus para com o seu povo, e agora os da igreja que também fazem parte como filhos de uma sagrada adoção.
Vamos contextualizar o caro acontecimento. Havia três grandes festivais hebraico aos quais todo varão hebreu que vivesse dentro de um raio de trinta quilômetros de Jerusalém estava obrigado legalmente a assistir: “A Páscoa, o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos”.
O nome de Pentecostes significa: "A quinquagésima" e tinha também o nome "A festa das Semanas". Chamava-se assim porque acontecia nos cinquenta dias, uma semana de semanas, depois da Páscoa. Segundo os historiadores, comemorava-se a Páscoa em meados de abril; portanto o Pentecostes caía a princípios de junho. Pois nessa época as condições para viajar eram as ideais.
À festa do Pentecostes acudia possivelmente tanta ou mais gente que à da Páscoa. Isto explica a quantidade de países, idiomas e dialetos mencionados neste capítulo, porque nunca havia em Jerusalém uma multidão mais internacional que nesse momento. A festa tinha seus significados principais. Tinha um significado histórico, pois recordava a entrega da Lei a Moisés no monte Sinai. Também tinha um significado agrícola.
Na Páscoa se oferecia a Deus o primeiro ômer de cevada; no Pentecostes se ofereciam dois pães em gratidão pelo fim da colheita. Tinha outra característica única. A Lei estabelecia que nesse dia não se devia fazer nenhum trabalho servil (Levítico 23:21; Números 28:26). De modo que era feriado para todos, e as multidões nas ruas eram maiores que nunca.
Mas quando estudamos a bíblia com afinco deixando de lado os eitos, preceitos e preconceitos. Este acontecimento nos remete a um tempo no qual o povo falava um único idioma, mas o egoísmo e a desobediência os separaram em vários idiomas: (Portanto, vinde! Desçamos! Confundamos a linguagem dos seres humanos, a fim de que não mais se entendam uns com os outros!” Gên 11:7). Este versículo faz parte da narrativa da fatídica construção da torre de babel.
Naquela época a desobediência e o egoísmo trouxe a confusão e a separação, e agora a viva obediência traz a união e a coesão. Eis o poder de Deus se num tempo foi preciso confundir as falas, no novo tempo se fez clara as falas. Esta é a força do amor que as vezes foge da nossa compreensão. Aqui aprendemos que, quando o amor e a obediência se fazem presente se mostra a comunhão que traz os mistérios da vida à tona.
Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).