A pego aos eitos, preceitos e preconceitos em detrimento a vida. (Parte final)

Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. (Mar 5:13). Este versículo faz parte da passagem na qual Jesus cura e livra uma pessoa da perturbação dos maus espíritos.

Dando continuidade ao nosso estudo, lembremos que invés do povo ficar agradecido pela cura, eles se revoltaram e pediram a partida de Jesus. Na parte anterior vimos os porquês de tal ação. A rotina da vida tinha sido transtornada, algo de novo estava a acontecer. (Ler os versículos de Mar 5:1-20).

Como já vimos as mudanças assustam as pessoas principalmente se afetam a nossa comodidade social, nosso apego aos bens e em nossas crença e superstições religiosas. Então o povo começou a implorar a Jesus que se afastasse daquela região que lhes pertencia. (Mar 5:17). Desta feita nos ocuparemos das crenças religiosas.

Quando falamos sobre religião vem à mente de muitos, um conjunto de crenças, de dogmas, de rituais e de um cultuar de algo que está fora e longe de nós. E este agir nos leva aos ismos da história que na maioria das vezes causam desavenças, guerras e mortes. Ou seja, o que deveria unir a humanidade, se torna causa de desunião.

E como muitos já sabem religião vem do latim, religare, religar, atar, ou seja, tem o significado de religação. Essa religação se refere entre uma nova ligação entre o ser humano e Deus Pai, ou seja, um retorno ao amor primeiro. O ser humano tem como dever primevo cuidar do seu semelhante, do planeta e de toda vida que nele há. Mas invés disso fecham-se em seus gabinetes e discutem vidas que eles não cuidam, e sobre um amor que eles não praticam.

E ainda vemos um outro modo de agir, quando gritamos interiormente para que a relações pessoais não atrapalhem a nossa religiosidade. É comum em nosso viver diário depararmos com pessoas de diferentes crenças, e ao invés de as olharmos com o amor que Cristo nos ensinou as olhamos com um certo preconceito e pedimos para deus nos livrar delas, mas Jesus nos ensinou a levar o amor a todos sem distinção.

E por último devemos atentar para aquele grito interior de: "Não perturbe minhas crenças." Há um tipo de religião que diz: "O que foi bom para meus pais é bom também para mim", ou "Todo tempo passado foi melhor". Queremos ficar inertes sem nos inteirarmos das coisas novas, porque sabemos que o novo sempre traz a responsabilidade de quebrarmos velhos paradigmas e o danoso e subjetivo preconceito. Quando estudamos o Evangelho vemos por várias vezes Jesus quebrar paradigmas, leia: (João 4:7-30; Mat 11-19; Luc 19 1-19).

E mais, ao aceitarmos o saber dessa nova realidade teríamos que tomar o trabalho de repensar tudo e chegar a novas conclusões. Há uma certa covardia intelectual, uma letargia da mente e um sonho da alma que são materialmente, e terreamente terríveis, e as vezes impossível de vencermos.

Os gadarenos expulsaram ao Cristo que tinha vindo perturbá-los. E hoje ainda agimos assim, expulsamos Cristo todos os dias pelo medo de amar, pela preguiça de cuidarmos do próximo, e mais pela incapacidade de vencermos os nossos eitos, preceitos e preconceitos. Cabe a cada um de nós se autoavaliar e se pôr a obra dum verdadeiro religar deixando que o amor de Cristo Jesus seja realmente o supremo árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 08/02/2021
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