Há momentos na vida da gente que tudo que temos são incertezas e medos, a ansiedade toma conta por um futuro incerto, nossa alma fica inquieta e somos sufocados por nossas próprias emoções, então depois nos culpamos por tamanha incredulidade no Deus que está no controle de tudo, e vem aquele anseio de se desfazer e começar de novo, afinal não somos obras prontas, somos apenas obras, trabalho de todo dia. O nosso consolo e esperança vêm de saber que aquele que começou a boa obra em nós há de completar.
“Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus”. (Filipenses 1.6)
O fato é que enquanto estivermos neste mundo passaremos por aflições, dúvidas e dores, passaremos por momentos de longa espera sem saber ao menos o que estamos esperando, não temos uma visão final da obra, não sabemos para que serve cada dor até que termine. Recentemente li um poema escrito por Grant Colfax Tullar que ilustra muito bem como se dá esses momentos:
“Minha vida é apenas uma tapeçaria entre mim e meu Senhor; eu não escolho as cores, ele trabalha incansavelmente. Muitas vezes, ele tece tristeza e eu, em tolo orgulho, esqueço que ele vê o lado certo; e eu, apenas o avesso. Apenas quando o tear ficar mudo e as lançadeiras cessarem de esvoaçar, então Deus desenrolará a tela e me explicará a razão de tudo. Nas habilidosas mãos do Tapeceiro, os fios escuros são tão necessários para a composição que ele planejou quantos fios dourados e prateados.”
Nós não podemos entender agora, somos apenas obras nas mãos do Tapeceiro. Nossa visão do tempo não é a dEle, somos escravos das nossas próprias limitações, tudo fora da nossa visão está além do nosso controle, apenas sabemos que tudo ocorre para nos aperfeiçoar no tempo certo, o Tapeceiro que tece nossas vidas sabe quais os pontos cruzar, sabe o começo e o fim da sua obra sem perder um fio sequer, e cabe a nós esperar pacientemente e confiar no Artista sublime, naquele que enquanto estamos cansados, trabalha incessantemente e não se cansa, naquele que conhece sua obra como ninguém e tem um plano traçado de como será o resultado de sua criação – à sua imagem e semelhança.
Desta forma, quando ele tecer a tristeza e vierem os dias sombrios, que tenhamos fé para dizer: “Senhor eu não entendo agora, mas confio em Ti. Ajuda-me a suportar.”. Devemos confiar, pois apesar de não podermos ver agora o outro lado da tapeçaria, conhecemos o tapeceiro, o grande Artista, sabemos a direção nos movendo e nos movimentando nEle. Afinal, o que te movimenta? Quem sabe são as amarras da ansiedade ou os pontos incertos da dúvida, mas hoje eu te convido a se mover Nele, trocar o medo e a ansiedade pela fé e a coragem, as dúvidas pela certeza que te baste, vivendo um momento de cada vez e repousando no colo do tapeceiro, deixe-o conduzir sua obra.
“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17.28)
O tapeceiro e eu somos bons amigos, confio em seu trabalho mesmo quando não entendo e penso que aquela linha não me levará a lugar nenhum, me alegro abundantemente quando ele tece felicidade, e agradeço até quando ele tece adversidade, pois minha esperança repousa na eternidade.