Paz como dom. (Eirene / Shalom).

Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar. (João 14:27). Aqui Jesus nos fala sobre um dom que advém do Espírito Santo que é a paz. No grego a palavra (eirene), no hebraico shalom, O interessante é que estes termos vão muito além de uma simples liberdade de dificuldades, estão ligados a tudo que contribui de forma ativa para o bem supremo do ser humano. Ou seja, é a tranquilidade serena que habita no coração proveniente da plena consciência de que nosso tempo e a nossa vida real está guardada nas mãos amorosas de Deus. E que estaremos protegidos em nossa alma na doce evolução do amor.

Para nós paz tem o significado de ausência total de conflitos seja ele físico, moral ou psicológico. Ou seja, se trata de ausência de conflitos, tantos externos, quanto internos. É comum vermos muitos de nós cumprimenta a outrem com Shalom. Mas devemos entender que a palavra Shalom (שלום) tem a mesma raiz da palavra LEHASHLIM (להשלים), que significa “completar”. Ou seja, ao desejarmos Shalom para alguém desejamos que tudo lhe seja completado em sua transformação espiritual, rumo a viva semelhança com Cristo. E na maioria das vezes isso não se apresenta prazeroso a carne.

E mais, é comum buscarmos milagres para sanar as nossas dificuldade. No hebraico entre outras palavras para milagre vemos a palavra néss, que significa fuga, escapar, de uma situação. Mas quando começamos a entender que a vida aqui na materialidade existe para completar e aprimorar a vida espiritual que é eterna. Buscaríamos e primaríamos em se ater ao dom da paz que nos fortalece e não nos leva a escapar.

Aqui entendemos que a paz anunciada aqui é, um tipo de paz ativa que contribui para um bem supremo que vai além da vida comum. Pois a paz que o mundo nos oferece é uma paz escapista, uma paz que surge do evitar dos problemas, de um negar-se a enfrentar as coisas, ou seja, de enganar-se a si mesmo, pois basta o soprar morno de uma brisa de dificuldade e ela se esvai.

A paz oferecida aqui por Jesus é a paz da conquista. Aquela paz que nenhuma experiência boa ou ruim de nossa vida, pode nos tirar; é uma paz que nenhuma dor, perigo ou sofrimento pode desfazê-la; é uma paz que nos leva a compreender o erro do próximo e a perdoá-lo. Ou seja, é uma paz que independe das circunstâncias exteriores, porque é um dom e sendo um dom ela faz parte de nós e nada pode tirá-la de nós.

Está é a paz que Jesus oferece para aquele que decide segui-lo em amor e verdade, não como um religioso, mas como discípulo que segue as pegadas do mestre. E, aqui se faz vivo o entendimento do salmo tão citado e pouco entendido, “o Salmo vinte e três”. Que a paz de Cristo Jesus seja contigo neste dia que se inicia.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 28/01/2021
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