A ampola com o sangue do mártir. Imagem Cleofas.

16 de dezembro de 2020: o sangue de San Genaro não se liquefez

16 de dezembro de 2020: o sangue de San Genaro não se liquefez

Miguel Carqueija

O famoso sangue de São Januário (San Genaro no original italiano), conservado numa ampola fechada na Catedral de Nápoles, na Itália, tradicionalmente e há séculos se liquefaz milagrosamente diante das pessoas, em determinadas datas (três por ano), fato documentado e inegável, um dos muitos milagres que atestam a veracidade do Cristianismo, milagres esses que não se limitam às curas de doenças. É o caso dos milagres eucarísticos (como o de Lanciano), o milagre do Sol em Fátima, os estigmas (como do Padre Pio), o manto de Nossa Senhora de Guadalupe, o Santo Sudário, os corpos incorruptos etc.
Pois bem, e isso é sério: anteontem, 16 de dezembro de 2020, uma quarta-feira, o sangue do mártir não se liquefez. Já existe matéria sobre isso no youtube. Quando isso acontece, é considerado sinal de desgraça na Itália ou no mundo. Não desejo ser alarmista mas precisamos ser realistas: Deus não pode estar satisfeito com a humanidade, tal o grau de decadência, de deterioração moral e abandono da Fé e da Religião, que hoje se verifica; como se isso não bastasse, o ódio à Igreja e aos valores cristãos, de modo que hoje em dia cultua-se até mesmo a blasfêmia, travestida de “arte”.
Seguindo a via larga da perdição, a raça humana está cada vez mais atraindo a desgraça para o nosso mundo.
Foi agora noticiado que ontem, dia 17, já ocorreu um forte terremoto no Milanês, onde não costumam ocorrer sismos, sendo, conforme a notícia, o mais violento dos últimos 500 anos na região. Vamos aguardar os acontecimentos. Mas o fato é que precisamos todos nos voltar para Deus. Não esqueçamos o que a Virgem Maria vem pedindo incessantemente em suas múltiplas aparições: oração (especialmente o terço, que deve ser rezado diariamente), jejum, penitência, esmola, cuidar da natureza, mudar de vida (abandonar a vida de pecados).
Fiquemos atentos aos acontecimentos. Abaixo, dados históricos da wikipedia (parte).


São Januário (San Genaro), bispo da Igreja Católica: imagem wikipedia.

Januário (Latim: Ianuarius; Italiano: Gennaro - século III) é considerado um santo católico; alega-se que foi bispo de Benevento, Itália, e é mártir tanto para a Igreja Católica Romana como para as Igrejas Católicas Ortodoxas.
Januário (em italiano Gennaro), patrono de Nápoles, foi bispo de Benevento no século III. De acordo com a tradição, Januário chamava-se Prócolo e pertencia à família patrícia dos "Ianuarii", consagrada ao deus Jano.
Condenado à morte no ano 305, segundo conta-se, durante as perseguições de Diocleciano, é considerado santo e mártir tanto para a igreja católica como para as ortodoxas.


A liquefação acontece 3 vezes por ano, 19 de setembro, dia de S. Januário, 16 de dezembro, porque nesse dia, em 1631, foi feita uma procissão com as relíquias de S. Januário que impediu a iminente erupção do vulcão Vesúvio e no sábado que antecede o primeiro domingo de maio, dia da primeira trasladação do corpo do santo.[3]
As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor, as relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente, iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis convencem-se de que a demora se deve aos seus pecados, então rezam orações penitenciais, como o salmo "Miserere", quando o milagre ocorre, o Clero entoa um solene Te Deum, a multidão irrompe em vivas, os sinos repicam e toda a cidade rejubila.[4]
O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior, na menor, encontra-se disperso em fragmentos.[5]
A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Varia o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.[6]
Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas e há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso. Em janeiro de 1991, o Professor G. Sperindeo fazendo uso, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa e é considerado pela Igreja Católica como inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.[7]
A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil.[8]
A falta do milagre sempre esteve ligada a momentos nefastos da história da cidade: em setembro de 1939 e 1940, datas do início da Segunda Guerra Mundial e da entrada da Itália na guerra; em setembro de 1943, durante o início da ocupação nazista; em 1973, quando Nápoles foi atingida por uma epidemia de cólera; e, em 1980, por fim, ano em que se deu um terremoto de alta magnitude em Irpínia.[9]