Inícios... quem nunca se perguntou a origem das coisas? Quem nunca teve dúvidas sobre como o mundo, o homem e tudo foi criado? E sobre como as coisas chegaram ao que são hoje? É totalmente racional se perguntar isso. A curiosidade de saber como tudo começou sempre me perseguiu, sejam em filmes, séries, livros, histórias e até mesmo na vida real. A crônica de hoje retrata isso. Minha história com C.S. Lewis e também com As Crônicas de Nárnia começou justamente com este livro, por isso ele é tão especial. É com certeza um dos meus favoritos, pois, conta a criação de Nárnia, dando uma base para todas as outras histórias subsequentes. É uma excelente analogia à criação do mundo, citada em Gênesis. Também relata sobre como o mal entrou em Nárnia e o plano de redenção de Aslam, nos dando inúmeras referências bíblicas.
O Sobrinho do Mago, é o sexto livro da série As Crônicas de Nárnia a ser publicado, em 1955. Contudo, se você deseja acompanhar a história de forma cronológica, deve lê-lo primeiro. Inclusive, o livro de volume único utiliza essa ordem. Achei fantástica a ideia de C.S. Lewis em voltar e nos contar sobre como Nárnia foi criada. Este livro é diferente das outras crônicas, não apresenta o mesmo padrão no qual as crianças embarcam em grandes jornadas por Nárnia (afinal, neste, Nárnia está sendo criada), enfrentam desafios, problemas, são encorajadas pelo Grande Leão e se surpreendem com a forma como ele surge em cada história. É claro que estes elementos estão presentes, porém, outros elementos são somados a estes trazendo um aspecto único.
Bom, a partir de agora, se você não leu o livro, preciso te dizer que há Spoilers. Digory é o próprio “sobrinho do mago”, que no caso, é o Tio André, um homem peculiar, ambicioso e estranho, que se envolve com magia sem entender nada e se aventura na criação de anéis mágicos que levam para outros mundos (os quais ele não tem a mínima ideia de como são, porque é covarde demais para descobrir por si só). Digory mora com ele, tia Letta e sua mãe, que está extremamente doente e, ao que tudo indica, desenganada. É uma criança sofrida e infeliz por todo ambiente que o cerca. Conhece Polly, sua vizinha, e se tornam grandes amigos. Certo dia, através de manipulações de Tio André são enviados a outros mundos. A princípio chegam em um lugar chamado O Bosque Entre Dois Mundos e descobrem que este é só um local de passagem. Nele há inúmeros lagos, que na realidade são portais que de fato levam a outros mundos, dos quais, o nosso é apenas um; nada disso era do conhecimento de tio André.
As crianças descobrem como usar os anéis mágicos e com isso, chegam a Charn, um lugar escuro, velho, deserto e com ares de séculos de abandono. Neste local, Digory se depara com a primeira tentação, um sino e um bilhete abaixo. Ele não consegue conter sua curiosidade e ao tocar o sino, desperta a rainha má de seu próprio encantamento. A tal rainha, é Jadis! Isso é a razão pela qual as outras histórias de Nárnia começam a se desenrolar. Eles tentam despistá-la, mas não conseguem e ao voltar para seu mundo, acabam a levando consigo para Londres! Isso é inédito nas crônicas! Nenhum personagem de outro mundo vem para o nosso, é sempre ao contrário. Em Londres, a rainha continua sendo intragável, terrível e má, causando uma confusão enorme. Posteriormente, Digory e Polly usando os anéis mágicos, conseguem transportar a rainha de volta ao bosque, mas sem querer, levam também tio André, um cocheiro e seu cavalo. Que confusão!
No bosque, tentando resolver todo problema, entram em outro lago que os leva a um lugar escuro, onde nada havia...até que começam a ouvir uma canção e uma luz começa a surgir. Deparam-se com um momento tão sublime que eu jamais conseguiria descrever. Lá está O leão. Ele canta, e ao cantar, coisas começam a surgir. É o canto de Aslam que cria Nárnia, um
momento que me tirou lágrimas. Lewis é extraordinário em suas palavras e extremamente profundo. A partir deste momento, todas as páginas do livro são ainda mais encantadoras e emocionantes. Aslam cria, distribui funções e Digory procura formas de falar com ele para pedir-lhe um fruto que curasse sua mãe. Depois de todo trabalho do Leão, Digory é confrontado por ele por ter permitido que a rainha má acordasse; por sua culpa, ela entra em Nárnia, passa a habitar nela e a contamina. Após a conversa, Digory se mostra disposto a consertar o que fez e recebe uma tarefa de Aslam: buscar um fruto plantado no meio de um jardim distante. Ele vai e lá se depara com a rainha má que tenta o convencer do contrário. Ele luta consigo mesmo, resiste, volta e entrega o fruto a Aslam, completando a tarefa. Com o fruto, o Leão planta uma árvore que afastaria o mal de Nárnia por um tempo; dá um dos frutos da árvore a Digory para que leve à sua mãe. Ele volta pra casa, juntamente com Polly e tio André. Dá a maçã para sua mãe, que a come e após um período, é completamente curada. O cocheiro e sua esposa (chamada por Aslam) ficam e são coroados os primeiros rei e rainha de Nárnia. Digory planta o resto da maçã, a qual gera uma árvore mágica que futuramente é transformada em um guarda roupa.
Em todo o livro vemos claramente aspectos teológicos. O primeiro deles é a Doutrina de Deus, neste caso, especificamente A Criação. Encontramos também a Doutrina do Homem, em que se fala do pecado original e a Doutrina de Cristo, na qual destacamos a divindade e a expiação, obra redentora de Cristo.
Iniciaremos pela Doutrina de Deus na Criação. Veja as comparações: “- Aqui não é Charn. – Era a voz da feiticeira. – Aqui é um mundo vazio. Aqui é Nada. E de fato, parecia mesmo Nada. Não havia uma única estrela. Era tão escuro que não se enxergavam.” (LEWIS, 2020.p 99)
“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Genesis 1:2
Nos trechos a seguir vemos juntas a Doutrina de Deus e a de Cristo, na qual A Criação e a divindade de Cristo também estão juntas. Cristo Jesus estava presente e agiu na Criação. Observe os trechos do livro:
“No escuro, finalmente, alguma coisa começava a acontecer. Uma voz cantava. Muito longe...” (LEWIS, 2020.p 100). “Um momento antes, nada havia lá em cima, só a escuridão; num segundo, milhares e milhares de pontos de luz saltaram, estrelas isoladas, constelações, planetas...” (LEWIS, 2020.p 101,102). “A voz subiu, até que todo o ar vibrou com ela. E quando atingiu o mais potente e glorioso som que já havia produzido, o sol nasceu...até que se visse o próprio Cantor. Então todo o resto seria esquecido. Era um Leão. Enorme, peludo e luminoso, ele estava de frente para o sol que nascia...” (LEWIS, 2020.p 103).
Encontramos ligações dos trechos citados com os seguintes versículos:Gênesis 1:1 “No princípio criou Deus o céu e a terra”; Gênesis 1: 14: “E disse Deus: Haja luzes no firmamento do céu...”; Genesis 1:16: “E fez Deus duas grandes luzes; a maior para governar o dia, e a luz menor para governar a noite; ele também fez as estrelas.”
E minha parte preferida: “Polly achava a canção cada vez mais interessante, pois começara a perceber uma ligação entre a música e as coisas que iam acontecendo... com um indescritível frêmito, teve
quase certeza (como disse mais tarde) de que as coisas ‘saíam da cabeça do leão’. Ouvir a canção era ouvir as coisas que ele estava criando: olhava-se em volta, e elas estavam lá.” (LEWIS, 2020.p 107).
João 1: 1-3: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
Este trecho de João nos diz que Cristo Jesus (a Palavra) estava no princípio com Deus e que Ele é Deus, nos mostrando claramente a Sua divindade. Aslam é uma personificação de Jesus e Lewis nos mostra que através dele todas as coisas são criadas. Em Gênesis, Deus diz; no livro, Aslam canta. Em João, “todas as coisas foram feitas por ele”; no livro, todas as coisas são feitas por Aslam. O Leão cria e é ao mesmo tempo o meio pelo qual as coisas se criam, mostrando que Deus cria e Jesus é o meio pelo qual as coisas são criadas. Exemplificando assim, a presença de Deus Pai e Deus Filho no mesmo momento da criação.
Vemos agora a Doutrina do Homem, mais especificamente, sobre o pecado e a Doutrina de Cristo, sobre a expiação. Outra parte favorita:
“O Leão voltou a falar, mas não para Digory. - Vejam só, companheiros: antes que o mundo limpo e novo que lhes dei tivesse sete horas de vida, a força do Mal já o invadiu; despertada e trazida até aqui por este Filho de Adão... mas não se deixem abater. O mal virá desse mal, mas temos ainda uma longa jornada, e cuidarei para que o pior caia em cima de mim.” (LEWIS, 2020.p 137,138).
“Portanto, assim como pela transgressão de um veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também pela justiça de um veio o dom gratuito sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Romanos 5:18,19
Vemos nessas comparações o plano de Aslam para reparar o erro de Digory que prejudicou Nárnia, assim como Cristo veio para reparar o erro de Adão que se estendeu a toda humanidade. A expiação pode ser definida como “a obra que Cristo realizou em sua vida e morte para obter nossa salvação” (GRUDEN, W. 2017. p 471). Nesta crônica vemos apenas um vislumbre deste plano, o qual é consumado posteriormente. Sempre houve um plano de redenção e este era trazer sobre Si a pena da humanidade, como sacrifício vicário, para nos salvar da ira de Deus, nos mostrando Seu amor e justiça.
“Mas Deus demonstra o seu amor para conosco, em que sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, nós seremos salvos da ira por ele.” Romanos 5:8-19
O livro é recheado de referências bíblicas e se fosse citar todas, teríamos assunto para muitas páginas, por isso me dediquei a estas. Vemos de forma bem clara o plano de redenção de Aslam, assim como Cristo fez por nós, desde a fundação do mundo. Antes de sequer pensarmos em existir, ele já havia nos salvado. Gosto muito da frase que ouvi de um pastor amigo e referência, a qual nunca esqueci, e com ela encerro: Antes de Deus dissesse: Haja luz, Ele disse: Haja cruz!
O Sobrinho do Mago, é o sexto livro da série As Crônicas de Nárnia a ser publicado, em 1955. Contudo, se você deseja acompanhar a história de forma cronológica, deve lê-lo primeiro. Inclusive, o livro de volume único utiliza essa ordem. Achei fantástica a ideia de C.S. Lewis em voltar e nos contar sobre como Nárnia foi criada. Este livro é diferente das outras crônicas, não apresenta o mesmo padrão no qual as crianças embarcam em grandes jornadas por Nárnia (afinal, neste, Nárnia está sendo criada), enfrentam desafios, problemas, são encorajadas pelo Grande Leão e se surpreendem com a forma como ele surge em cada história. É claro que estes elementos estão presentes, porém, outros elementos são somados a estes trazendo um aspecto único.
Bom, a partir de agora, se você não leu o livro, preciso te dizer que há Spoilers. Digory é o próprio “sobrinho do mago”, que no caso, é o Tio André, um homem peculiar, ambicioso e estranho, que se envolve com magia sem entender nada e se aventura na criação de anéis mágicos que levam para outros mundos (os quais ele não tem a mínima ideia de como são, porque é covarde demais para descobrir por si só). Digory mora com ele, tia Letta e sua mãe, que está extremamente doente e, ao que tudo indica, desenganada. É uma criança sofrida e infeliz por todo ambiente que o cerca. Conhece Polly, sua vizinha, e se tornam grandes amigos. Certo dia, através de manipulações de Tio André são enviados a outros mundos. A princípio chegam em um lugar chamado O Bosque Entre Dois Mundos e descobrem que este é só um local de passagem. Nele há inúmeros lagos, que na realidade são portais que de fato levam a outros mundos, dos quais, o nosso é apenas um; nada disso era do conhecimento de tio André.
As crianças descobrem como usar os anéis mágicos e com isso, chegam a Charn, um lugar escuro, velho, deserto e com ares de séculos de abandono. Neste local, Digory se depara com a primeira tentação, um sino e um bilhete abaixo. Ele não consegue conter sua curiosidade e ao tocar o sino, desperta a rainha má de seu próprio encantamento. A tal rainha, é Jadis! Isso é a razão pela qual as outras histórias de Nárnia começam a se desenrolar. Eles tentam despistá-la, mas não conseguem e ao voltar para seu mundo, acabam a levando consigo para Londres! Isso é inédito nas crônicas! Nenhum personagem de outro mundo vem para o nosso, é sempre ao contrário. Em Londres, a rainha continua sendo intragável, terrível e má, causando uma confusão enorme. Posteriormente, Digory e Polly usando os anéis mágicos, conseguem transportar a rainha de volta ao bosque, mas sem querer, levam também tio André, um cocheiro e seu cavalo. Que confusão!
No bosque, tentando resolver todo problema, entram em outro lago que os leva a um lugar escuro, onde nada havia...até que começam a ouvir uma canção e uma luz começa a surgir. Deparam-se com um momento tão sublime que eu jamais conseguiria descrever. Lá está O leão. Ele canta, e ao cantar, coisas começam a surgir. É o canto de Aslam que cria Nárnia, um
momento que me tirou lágrimas. Lewis é extraordinário em suas palavras e extremamente profundo. A partir deste momento, todas as páginas do livro são ainda mais encantadoras e emocionantes. Aslam cria, distribui funções e Digory procura formas de falar com ele para pedir-lhe um fruto que curasse sua mãe. Depois de todo trabalho do Leão, Digory é confrontado por ele por ter permitido que a rainha má acordasse; por sua culpa, ela entra em Nárnia, passa a habitar nela e a contamina. Após a conversa, Digory se mostra disposto a consertar o que fez e recebe uma tarefa de Aslam: buscar um fruto plantado no meio de um jardim distante. Ele vai e lá se depara com a rainha má que tenta o convencer do contrário. Ele luta consigo mesmo, resiste, volta e entrega o fruto a Aslam, completando a tarefa. Com o fruto, o Leão planta uma árvore que afastaria o mal de Nárnia por um tempo; dá um dos frutos da árvore a Digory para que leve à sua mãe. Ele volta pra casa, juntamente com Polly e tio André. Dá a maçã para sua mãe, que a come e após um período, é completamente curada. O cocheiro e sua esposa (chamada por Aslam) ficam e são coroados os primeiros rei e rainha de Nárnia. Digory planta o resto da maçã, a qual gera uma árvore mágica que futuramente é transformada em um guarda roupa.
Em todo o livro vemos claramente aspectos teológicos. O primeiro deles é a Doutrina de Deus, neste caso, especificamente A Criação. Encontramos também a Doutrina do Homem, em que se fala do pecado original e a Doutrina de Cristo, na qual destacamos a divindade e a expiação, obra redentora de Cristo.
Iniciaremos pela Doutrina de Deus na Criação. Veja as comparações: “- Aqui não é Charn. – Era a voz da feiticeira. – Aqui é um mundo vazio. Aqui é Nada. E de fato, parecia mesmo Nada. Não havia uma única estrela. Era tão escuro que não se enxergavam.” (LEWIS, 2020.p 99)
“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Genesis 1:2
Nos trechos a seguir vemos juntas a Doutrina de Deus e a de Cristo, na qual A Criação e a divindade de Cristo também estão juntas. Cristo Jesus estava presente e agiu na Criação. Observe os trechos do livro:
“No escuro, finalmente, alguma coisa começava a acontecer. Uma voz cantava. Muito longe...” (LEWIS, 2020.p 100). “Um momento antes, nada havia lá em cima, só a escuridão; num segundo, milhares e milhares de pontos de luz saltaram, estrelas isoladas, constelações, planetas...” (LEWIS, 2020.p 101,102). “A voz subiu, até que todo o ar vibrou com ela. E quando atingiu o mais potente e glorioso som que já havia produzido, o sol nasceu...até que se visse o próprio Cantor. Então todo o resto seria esquecido. Era um Leão. Enorme, peludo e luminoso, ele estava de frente para o sol que nascia...” (LEWIS, 2020.p 103).
Encontramos ligações dos trechos citados com os seguintes versículos:Gênesis 1:1 “No princípio criou Deus o céu e a terra”; Gênesis 1: 14: “E disse Deus: Haja luzes no firmamento do céu...”; Genesis 1:16: “E fez Deus duas grandes luzes; a maior para governar o dia, e a luz menor para governar a noite; ele também fez as estrelas.”
E minha parte preferida: “Polly achava a canção cada vez mais interessante, pois começara a perceber uma ligação entre a música e as coisas que iam acontecendo... com um indescritível frêmito, teve
quase certeza (como disse mais tarde) de que as coisas ‘saíam da cabeça do leão’. Ouvir a canção era ouvir as coisas que ele estava criando: olhava-se em volta, e elas estavam lá.” (LEWIS, 2020.p 107).
João 1: 1-3: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
Este trecho de João nos diz que Cristo Jesus (a Palavra) estava no princípio com Deus e que Ele é Deus, nos mostrando claramente a Sua divindade. Aslam é uma personificação de Jesus e Lewis nos mostra que através dele todas as coisas são criadas. Em Gênesis, Deus diz; no livro, Aslam canta. Em João, “todas as coisas foram feitas por ele”; no livro, todas as coisas são feitas por Aslam. O Leão cria e é ao mesmo tempo o meio pelo qual as coisas se criam, mostrando que Deus cria e Jesus é o meio pelo qual as coisas são criadas. Exemplificando assim, a presença de Deus Pai e Deus Filho no mesmo momento da criação.
Vemos agora a Doutrina do Homem, mais especificamente, sobre o pecado e a Doutrina de Cristo, sobre a expiação. Outra parte favorita:
“O Leão voltou a falar, mas não para Digory. - Vejam só, companheiros: antes que o mundo limpo e novo que lhes dei tivesse sete horas de vida, a força do Mal já o invadiu; despertada e trazida até aqui por este Filho de Adão... mas não se deixem abater. O mal virá desse mal, mas temos ainda uma longa jornada, e cuidarei para que o pior caia em cima de mim.” (LEWIS, 2020.p 137,138).
“Portanto, assim como pela transgressão de um veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também pela justiça de um veio o dom gratuito sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Romanos 5:18,19
Vemos nessas comparações o plano de Aslam para reparar o erro de Digory que prejudicou Nárnia, assim como Cristo veio para reparar o erro de Adão que se estendeu a toda humanidade. A expiação pode ser definida como “a obra que Cristo realizou em sua vida e morte para obter nossa salvação” (GRUDEN, W. 2017. p 471). Nesta crônica vemos apenas um vislumbre deste plano, o qual é consumado posteriormente. Sempre houve um plano de redenção e este era trazer sobre Si a pena da humanidade, como sacrifício vicário, para nos salvar da ira de Deus, nos mostrando Seu amor e justiça.
“Mas Deus demonstra o seu amor para conosco, em que sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, nós seremos salvos da ira por ele.” Romanos 5:8-19
O livro é recheado de referências bíblicas e se fosse citar todas, teríamos assunto para muitas páginas, por isso me dediquei a estas. Vemos de forma bem clara o plano de redenção de Aslam, assim como Cristo fez por nós, desde a fundação do mundo. Antes de sequer pensarmos em existir, ele já havia nos salvado. Gosto muito da frase que ouvi de um pastor amigo e referência, a qual nunca esqueci, e com ela encerro: Antes de Deus dissesse: Haja luz, Ele disse: Haja cruz!