Por Que Ler Nárnia? 

Muitos conhecem “As Crônicas de Nárnia” através dos filmes lançados há alguns anos. No entanto, eles são baseados em uma série de 7 livros, escrita por C.S.Lewis, que é bastante apreciada por crianças e adultos ao redor do mundo. Seu autor, cujo talento e grande conhecimento foi exposto neste texto aqui :

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-religiao-e-teologia/7135136  
tornou a obra cativante, criativa e interessante para diferentes gerações. Com seus personagens heroicos e míticos e suas surpreendentes histórias, Nárnia é sempre um estímulo à imaginação de todas as idades. Sendo assim, quero compartilhar aqui algumas das muitas razões para ler esta obra.

É uma oportunidade para despertar o interesse pela literatura.

A leitura é um hábito desenvolvido. São muitas as maneiras de tornar essa prática prazerosa e intelectualmente construtiva, mas a maioria dos educadores concorda que a melhor delas é estimulá-la desde criança. Contudo, infelizmente nossa educação nem sempre proporciona este estímulo, de modo que muitos adultos acabam tendo muita dificuldade e resistência à literatura. Deste modo, àqueles que não estão habituados à leitura, as Crônicas podem ser uma excelente porta de entrada. Isso porque, embora Lewis tenha criado Nárnia a partir de um grande conhecimento literário, não se trata de uma leitura difícil. Na verdade,  as histórias são bem claras e inteligíveis, e ao mesmo tempo instigantes daquele jeito que faz o leitor querer saber mais e mais. Para mim, foi justamente esta obra que há muitos anos despertou o encantamento por esse universo maravilhoso da literatura.
 
Elas possuem um conteúdo literário riquíssimo
 
Embora os livros nos tragam lindas histórias, e, conforme já mencionado, de fácil compreensão, em seus detalhes, como veremos esta semana na série, perceberemos quão profunda é a obra do professor de Oxford. De fato, o modo inteligente e detalhista com que ele construiu cada personagem é desafiador e intelectualmente enriquecedor para todos aqueles que apreciam boa literatura. São tantas as metáforas e mensagens nas entrelinhas das diversas aventuras vividas no país de Aslam, que facilmente podemos deixar algum detalhe importante e especial passar despercebido.
 
É uma obra que nos desafia a refletir a respeito de nossa fé


Mesmo um leitor distraído consegue facilmente perceber a evidente relação entre o livro e a teologia cristã. Como em “O peregrino”, de John Bunyan, vez ou outra nos encontramos nas dúvidas, na tristeza, na incredulidade, na inocência, nos pecados, no encantamento, e em diversas outras características dos personagens criados por Lewis. As respostas que eles encontram, são talvez as que nós procuramos. Suas ações nos ensinam sobre nossas ações. Suas batalhas, sobre as nossas. Seu redentor, sobre o nosso Cristo. E isso se resume em uma das falas do famoso Leão, Aslam, no final de “A viagem do Peregrino da alvorada”. Segundo ele, nós “o conhecemos lá, para conhecê-lo melhor aqui”.

É uma alternativa para a imaginação
 
     Se me fosse possível resumir As Crônicas de Nárnia em uma frase seria esta:
“Contos de fada não dizem às crianças que dragões existem. Crianças já sabem que dragões existem. Contos de fada dizem às crianças que dragões podem ser mortos.” G.K. Chesterton. 
     Vivemos constantemente expostos a informações e entretenimento. Com frequência surgem novos serviços de streaming, jogos e redes sociais. Isso sem contar o impassível noticiário. Deste modo torna-se praticamente inevitável o bombardeio de notícias ruins e maus exemplos todos os dias. Além disso, a própria realidade, como bem sabemos, nos apresenta diariamente as mais complexas situações. Sendo assim, faz-se necessária uma busca voluntária para inspirar-se em um modo de enxergar e imaginar a realidade para além desses elementos. A pintura,  o cinema, a música e a literatura podem ser grandes fontes não só de aprendizado, mas de toda uma experiência que eleva nossa alma àquilo que é bom, verdadeiro e belo. Em As Crônicas de Nárnia, ainda que se trate de um mundo de fantasia, não encontramos uma utopia, mas sim diversos elementos que dialogam com nossa vida diária, mas que também lhe trazem respostas.  Como na frase de Chesterton,  em Nárnia fica explícita a inevitabilidade dos dragões, ou seja, do mal, dos vilões, e dos grandes desafios. Mas livro após livro vemos o triunfo do bem sobre o mal, esplêndidos exemplos de heroísmo, de bondade, de bom caráter,  de amor ao próximo, de justiça e de coragem. Deste modo, ainda que a frase de Chesterton se direcione às crianças, ela descreve muito bem o que As Crônicas de Nárnia representam para todos nós: uma alternativa para a imaginação que nos direciona àquilo que é bom.
     Haveria ainda muitas outras razões para ler Nárnia. Todavia, é importante saber que é uma leitura prazerosa, saudável, e que sempre tem muito a nos acrescentar. Ao analisar essa obra de forma mais profunda, estaremos dando-nos a oportunidade de aprender muito sobre Deus, sobre as relações humanas, e sobre nós mesmos. Ao apresentá-la às crianças, estamos proporcionando-lhes diversas lições que elas sempre vão recordar, e ainda dando-lhes a chance de conhecer logo cedo histórias que terão muito a lhes ensinar nas diversas fases da vida. Afinal, é como seu próprio autor disse: “Não há livro que valha a pena ser lido aos dez anos de idade, que não seja digno de ser lido aos cinquenta”.
     Diante disso, àqueles que querem conhecer melhor esse mundo fantástico, fica o nosso convite para que acompanhem os textos que faremos sobre cada um dos Livros que compõem “As crônicas de Nárnia”, durante as próximas semanas. Vamos juntos aprender mais sobre a “Magia profunda de antes da Aurora do tempo”.
Abra a Porta e Mayara Lima
Enviado por Abra a Porta em 16/12/2020
Reeditado em 16/12/2020
Código do texto: T7136813
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