O PARALÍTICO DE BETESDA E A LEI DE CAUSA E EFEITO
No episódio ocorrido próximo ao tanque de Betesda, descrito pelo evangelista João [1], Jesus cura um homem paralítico cuja enfermidade o afligira por 38 anos. Mas tarde reencontrando-o adverte: “Vês que já estás São; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.” [2]
Como aquele homem entenderia as palavras de Jesus se não como um aviso de que a sua enfermidade era uma punição e se não melhorasse de conduta e reformasse o seu íntimo, poderia receber outra punição ainda mais rigorosa que a primeira.
Por punição não entendemos castigo, mas retorno, como consequência de uma ação. É a Lei de Causa e Efeito, no qual cada um recebe de volta o resultado de suas ações.
No Espiritismo compreendemos que Deus não castiga. Cada individuo é responsável pelos atos que cometeu e essa ação seja boa ou má retorna na atual existência ou reflete-se nos acontecimentos físicos ou morais das futuras encarnações.
Essa Lei de Causa e Efeito pode ser observada em todos os momentos da nossa vida cotidiana:
- Maus hábitos higiênicos podem desencadear como consequência doenças as vezes incuráveis;
- A falta de atenção pode resultar em acidentes desagradáveis no trabalho;
- Determinadas atitudes inconsequentes ao volante geram desastres rodoviários imprevisíveis.
Outras ocorrências fogem totalmente a nossa responsabilidade na atual existência, tendo sua origem nos refolhos da alma, reflexos de vivências do pretérito:
- Doenças de origem genética, que desencadeiam enfermidades de nascença ou surgem muitos anos depois a feição de moléstias incuráveis;
- Cataclismos e acidentes em que a vitima se encontrava no lugar e na hora “erradas”;
- Traumas e distúrbios psicológicos, cujas explicações não se encontram nos vestígios do inconsciente atual.
A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação são os mecanismos divinos para o nosso aprendizado. O segredo para não passarmos mais pelos efeitos da dor e do sofrimento está nas palavras de Jesus ao ex-paralítico de Betesda, onde o não pecar mais deixa a certeza de que no futuro não acontecerá coisa pior.
Referências:
[1] (Capítulo 5, versículos 1-14)
[2] Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida. Ed. 1995 São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.