O PARAÍSO DE JESUS CRISTO
O PARAÍSO DE JESUS CRISTO
Lucas 23.43
INTRODUÇÃO
1. Paraíso era na linguagem dos povos antigos e também dos hebreus o nome dado apenas aos jardins, bosques, parques onde havia árvores, rios, frutos, flores, pássaros.
2. Nesse sentido, quando o Velho Testamento na língua hebraica foi traduzido para a língua grega (Septuaginta), o Jardim do Édem foi chamado de Paraíso.
3. Com o passar dos anos, os rabinos judeus, inclusive por influência de outras religiões, passaram a espiritualizar o Paraíso, identificando-o como um lugar para aonde vão os justos depois da morte, diferentemente do inferno para aonde vão os iníquos.
3.1. Como consequência, foi produzido um texto religioso apócrifo chamado “os Segredos de Enoque”, que descreve assim o Paraíso: “...então me conduziram ao terceiro céu, e lá me puseram: e olhei para baixo e vi os produtos daquele lugar, que jamais foram conhecidos. E vi as mais doces árvores floridas e olhei os frutos e os alimentos que produziam e todos exalavam as mais doces fragrâncias. E no meio daquelas árvores, a da vida, naquele lugar onde Deus descansa quando vai para o paraíso; e essa árvore é de uma qualidade e fragrância inefáveis, e mais adornada do que qualquer coisa que existe...”.
3.2. Enquanto assim pensavam alguns religiosos judeus, os mulçumanos que também acreditam no Paraíso, passaram a descrevê-lo de modo carnal e mundano: “Os crentes habitarão os jardins da volúpia. Distantes das penas do inferno, gozarão os favores celestiais... e habitarão o jardim das delícias..., virgens com olhos negros e luminosos vão brindá-los com suas carícias... lhes será servido vinho delicioso... terão todos os frutos que desejarem... os favores das virgens serão o prêmio dos virtuosos...”.
3.3. Hoje, os Testemunhas de Jeová falam do Paraíso como um lugar que será recriado na Terra, depois da destruição de tudo: “A Terra inteira irradiará então felicidade. Será como se os seus prados e suas montanhas, suas árvores e flores, seus rios e mares se alegrassem todos diante da regência justa de Jeová. Toda a terra – suas florestas, seus campos, suas montanhas – será um belo parque, animado com uma variedade colorida de animais e aves...”.
DESENVOLVIMENTO
1. À luz de todas essa idéias e sonhos, eu pergunto: “O que Jesus estava querendo dizer quando falou em Paraíso ao malfeitor arrependido, dizendo-lhe: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso?”.
1.1. Se Ele ia morrer, como de fato morreu, podemos entender que é um lugar para aonde se vai após a morte.
1.2. Como Ele usou a expressão “ainda hoje”, podemos também concluir que é um lugar para aonde iremos imediatamente após a morte.
1.3. Ao dizer “comigo”, podemos ainda afirmar que o Paraíso é um lugar onde Jesus esteve e está hoje.
2. Na visão do apóstolo Paulo, narrada em II Coríntios 12.1-4, também aprendemos:
2.1. Que o Paraíso está no céu – Ele chama de 3º céu, distinguindo da atmosfera (1º céu) e do 2º céu onde estão os planetas, estrelas e galáxias. É como diz o salmista: “Deus habita no céu dos céus”. Também Paulo: “Ele mesmo é o que subiu acima de todos os céus” (Éfesios 4.10);
2.2. Que o Paraíso já existe, pois para ele foi arrebatado e lá se achou. Se não existisse, o malfeitor não poderia ter ido para essa dimensão. Não será, pois, estabelecido na terra. Já existe no céu!
3. Apocalipse registra as palavras de Jesus prometendo a “quem vencer dar-lhe de comer das árvores da vida que está no Paraíso de Deus” (Apocalipse 2.7). A árvore que nos foi tirada no Éden está no Paraíso. O Apocalipse também é encerrado com uma maravilhosa visão do Paraíso como um lugar perfeito (Apocalipse 22. 1-5).
CONCLUSÃO
No Paraíso nós vamos habitar logo após a morte, desfrutando da presença de Jesus no céu. No Paraíso também estaremos por toda a eternidade, numa rica experiência espiritual com Deus. Nós e os que acreditarem em Jesus Cristo. Na eternidade, além de ser um estado, será um lugar definitivo.
BIBLIOGRAFIA
• ELWLL, W. A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã.
SP; Vida Nova, 1990.
• HUME, R. E. Las Religiones vivas. El Paso: Ed. Verdade.
• TRICCA, Mª Helena O. Apócrifos. São Paulo: Ed. Mercuryo, 1992.
• STAGG, F. Teologia do NT. El Paso: C.B.P., 1976.