QUANDO MORRE UM PEDAÇO DE MIM
QUANDO MORRE UM PEDAÇO DE MIM
A quem devemos a nossa existência se não a Deus e a nossos semelhantes, assim como é certo que fomos planejados pelo Criador para nos relacionarmos com os nossos semelhantes, o primeiro de todos é com o Criador, tanto é que Ele deu como mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Logo o primeiro exercício do amor é para com Deus, depois ao nosso próximo. Com efeito, o exercício do amor em nós, tem uma tríplice dependência para que eu viva – o amor a Deus por eu existir, o amor a mim mesmo, ou seja, o amor que é dispensado a mim, que por ligação depende o amor dispensado ao meu próximo, sendo que, somente será possível se Deus estiver em primeiro lugar. Desta forma, morre um pedaço de mim quando vejo pessoas não tementes a Deus, vivendo num mundo tão belo e atraente, cercado de riquezas mil, somente para se tornar atrativo à vida humana. Toda criação ao meu inteiro dispor, circunstanciada ao reconhecimento da soberania de Deus em louvor a Si mesmo, estando eu ocupando o centro de tudo isso que existe. Se o mundo entendesse o governo de Deus sobre todas as coisas, tudo, com certeza seria bem melhor. Se antes de decisões desonestas, as pessoas fossem mais verdadeiras, admitindo que Deus tudo vê, certamente haveria mais confissões de arrependimento e reconciliação – porque Deus tem prazer em ouvir as nossas petições e nos socorrer a todo o momento. Morre um pedaço de mim, quando deixo de socorrer um necessitado só porque tive pressa em chegar ao trabalho, ou até mesmo quando achei que não poderia me atrasar para o culto na Igreja, julgando ter escolhido a melhor parte; quando aquele aflito estava a beira de suicidar-se e precisava de socorro emergente, se deixando para depois e, fazer o caminho de volta podendo encontrar apenas um morto. Quantas oportunidades perdidas, deixando de me amar o próximo, sempre acreditando que o sucesso de amanhã estava sempre dependente do meu hoje exclusivista. Tive que aprender que meu próximo é minha oportunidade, que dos meus atos de amor era, como é, um meio de estar me amando, uma vez que, não há melhor entendimento do que é amar, de que o retorno do amor que emprestei a alguém deve sempre refletir o amor que tenho por mim. Em outras palavras: como é bom fazer alguém feliz, às vezes, com gestos tão simples, pois o amor não tem medida. Ninguém constrói um mundo somente seu. A beleza do que construímos está em quando partilhamos das nossas vitórias e bem assim das nossas derrotas também. É assim que aprendemos com a vida. Morre um pedaço de mim, quando vejo pais e filhos se matando sem qualquer sentimento, em total desobediência ao mandamento de Deus – “Honra a teu pai e tua mãe, para que prolongue seus dias sobre a terra”. No início era a família, a primeira célula do amor, o ponto de partida do propósito de Deus para o mundo. Na família, o filho aprendia o respeito aos pais, aos mais velhos, a orientação, correção, devoção – construindo em responsabilidade e temor a Deus. Foi com respeito ao pai biológico que a família desenvolveu o entendimento de que acima de todos está o Pai celestiais, o Criador, o único Deus. Quando constituído os clãs, a orientação que vinha de cima, deu ao homem aprendizado para chamar o Deus do céu de “Pai”, o Grande Pai, o Todo Poderoso, Senhor dos céus e da terra. O homem aprendeu a relacionar-se com Deus, assim como cabia aos filhos biológicos relacionarem-se com os pais biológicos. Uma vez havendo respeito em família, colocando os pais em primazia, os filhos eram abençoados. O autor do Livros aos Hebreus assim diz: “No princípio Deus falou pela família, pelos Profetas e a nós nesses dias nos fala por Cristo”. Vemos nessa ordem que, em princípio Deus orientou os pais para que esse bem sagrado pudesse perpetuar, aliás, o que é recomendado o tempo todo no Pentateuco – contar de geração a geração os feitos do Senhor, para que deles não se esquecessem. Na expansão das famílias, Deus passa a falar pelos Profetas, prosseguindo no Seu propósito em continuar dando direcionamento ao povo, o povo que Ele escolheu - aqueles que temem ao Senhor. Falou pelos pais, pelos profetas, Deus assim se comunicava com seu povo desde o princípio. Embora errante, as instruções eram dadas aos pais, seguindo, pelos profetas e, finalmente, a obra redentora por Cristo, o Messias, o Salvador. Portanto, nada mais restando a fazer em favor do homem perdido. Deus continua falando ao homem nestes dias através de Cristo. Ora, Deus não nos criaria pelo simples fato de nos criar – feitos à sua imagem e semelhança para a Sua própria glória, nos fez para a eternidade. Quando não há essa compreensão de que a criatura deve responsabilidade ao seu Criador, morre um pedaço de mim. Por que razão tamanha rebeldia e desinteligência em não temer a Deus? Que razão teria um filho em se arvorar contra um pai? Que razão tem alguém em levantar a mão e agredir ao seu próximo? Bem sabemos que essa rebeldia sempre aconteceu e tem acontecido em face ao afastamento de Deus. O Diabo na sua rebeldia tornou-se inimigo de Deus, embora derrotado na cruz de Cristo, ele sabe quem é Deus e a Ele tem temor. Como fica o homem distante de Deus? Com certeza, presa fácil do inimigo, destroçado pelo poder do maligno, causando a destruição do caráter humano afastando-o da comunhão com Deus, traçando um destino cruel e eterno. Por estar coisas, morre sempre um pedaço de mim por ver tantas pessoas amáveis distantes do caminho do Senhor. Misericórdia peço! 03\11\2020