LIÇÃO 3 – GÊNESIS – CAIM E ABEL
Leitura Bíblica: Gênesis 4.1-9
PARA COMPREENDER A TAREFA DA PREGAÇÃO
Com o tempo o púlpito perdeu o seu lugar no culto e foi substituído por músicas, eventos, teatro, testemunhos, avisos; chegando a alguns lugares a ter 15 minutos, ou menos. Com o tempo foi se perdendo a ideia de palavras estudadas, elaboradas, com profundidade, com vários pontos, com base bíblica, coerentes com as doutrinas básicas. Sumiram os sermões-expositivos. Mas continua valendo a frase “Se o seu sermão não for para tacar fogo na Igreja, então taca fogo no seu sermão”.
CAIM E ABEL
Há duas maneiras de pregar a Bíblia. Uma delas é literal, falar o que está escrito. A outra é interpretar teologicamente. Se é para o pregador falar o que está escrito, eu mesmo leio na minha casa e não precisamos de pregadores. O que diferencia um pregador do outro é a interpretação bíblica que ele consegue fazer do texto. Pois a Bíblia é a mesma para todos. A função de pregador é a função de interprete da Bíblia. O pregador explica o que ninguém está facilmente compreendendo. E os melhores são os que explicam os textos mais difíceis, ou as doutrinas mais complicadas, com uma leveza que faz o auditório ficar mais inteligente.
I - Um entendimento errado sobre o Messias
1- Messias – Para os judeus, o Messias, ou o Salvador, seria alguém que iria restaurar Israel à presença de Deus, Inaugurando um novo reino de paz e prosperidade.
2- As qualificações para ser Messias eram: 1- Ser da descendência de Davi. 2- Ser um líder politico, militar e espiritual. 3 – Ser o retorno do profeta Elias (Mal 4:4-5) 4- Jesus é o Messias.
3- Com certeza Eva deve ter falado muitas vezes a Caim, seu primogênito, que ele seria o Messias(Gênesis 3.15). Ele criou então essas expectativas de salvar a humanidade, que eram ele e seus pais.
4- Entretanto nasceu outro filho: Abel. E Abel cresceu e foi virando um oponente para Caim. Um dia Abel fez um culto e Deus aceitou e Caim entendeu que Deus não aceitou o culto dele e - portanto, a sua conclusão lógica - matou seu irmão.
Lições a aprender.
1- A interpretação errada da Bíblia pode levar ao Inferno. Por exemplo: o Espiritismo acredita na Bíblia, mas distorcem todos os seus ensinos, a ponto de terem um livro inspirado por demônios chamado: O Evangelho segundo o Espiritismo, e outro psicografado por um demônio, chamado “Vivendo o Evangelho”.
2- Um grande passo para a realização da profecia é não ajudar a Deus. Deixa Deus ser Deus. Descanse. O próprio Deus vai fazer na história a profecia se concretizar.
3- Tem culto que Deus não aceita.
4- Quando fazemos o melhor e sentimos que fizemos pouco. Nossos pecados e distrações atrapalham a Deus. Deus pode realizar o infinito, mas através de nós.
II - O primeiro culto a Deus
1- Abel realizou, inspirado pelo Espírito Santo o primeiro culto a Deus da história.
2- Não sabemos exatamente como foi esse culto, o que lemos é que Abel trouxe as partes gordas dos primogênitos do seu rebanho. E o Senhor aceitou com agrado.
3- A aceitação de Deus foi visível e compreensível até pelo irmão Caim, que tentou imitar o irmão e trouxe do fruto da terra, provavelmente frutas e verduras, ao Senhor.
Lições a aprender
1- Abel fez um sacrifício a Deus, que lembrava a Cruz de Cristo. Um animal inocente morreu em oferta a Deus. Ele fez uma propiciação, um ato religioso, onde se procura agradar a Deus, para conseguir o seu perdão. E sem saber era também uma substituição, o inocente morrendo pelo pecador.
2- Abel foi inspirado profeticamente pelo Espírito Santo, no seu ato. Era um ato de fé, onde dependia-se totalmente de Deus para se fazer a oferta e ser aceita por Deus.
3- Caim ofertou do fruto da terra, do seu trabalho. Caim arou a terra, regou, plantou, cuidou e colheu. Caim com seu ato dizia que ele realizou um trabalho perante Deus e trouxe das suas obras para serem aceitas. Essa era uma tentativa de comprar Deus. Deus não aceitou.
4- Um culto é voltar para casa, voltar para Deus, se conectar com Deus novamente, ser aceito por Deus.
5- O motivo do culto é Deus. Nossas orações, cânticos e palavras deveriam ser para compreendermos o que Deus quer de nós e não nós dele.
III – O princípio da guerra: um irmão contra o outro
1- Aqui temos o princípio de todas as guerras: um irmão contra o outro.
2- Resumo de uma Homilia do Papa Francisco, sobre o tema, em 13 de abril de 2017.
“Em Gênesis 4, é a primeira vez que lemos a palavra irmão. É a história de uma comunidade que deveria ser boa e crescer junta, mas acaba destruída. A história começou com um pequeno ciúme, uma inveja. Aquela irritação não era só na alma, era também no corpo, pois Deus lhe pergunta, por que está com o semblante irado? Onde está o seu irmão? Pois todos somos responsáveis pelo outro. Mas o irmão não era mais irmão, mas inimigo. Há uma obsessão que o inimigo o persegue. E já que não é meu irmão, mas um inimigo, deve ser destruído. A pergunta de Deus é: Onde está teu irmão. Não sei, não quero saber, sou eu guardador do meu irmão? Senhor, ajuda-nos hoje a perguntar, como Tu: Onde está o meu irmão? Sou eu sim, responsável pelo meu irmão.”
VAMOS PENSAR UM POUCO?
O que Deus encontrou em Abel, para o Espírito Santo tocá-lo a um ato profético?
Bibliografia: A Bíblia, estudos, pregações, livros e Internet.
Paulo Sergio Larios escreve no Recanto das letras, sob o pseudônimo pslarios