Não existe Igreja Católica sem Papa

NÃO EXISTE IGREJA CATÓLICA SEM PAPA
Miguel Carqueija

“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”
(Mt 16, 18-19)


É muito estranho o fenômeno de grupos católicos fundamentalistas que se opõem ao Papa Francisco, chamando-o inclusive de “comunista”.
Não se deve confundir conservadores com fundamentalistas. Os católicos conservadores, como o Professor Felipe Aquino, apoiam o Papa. E, para falar a verdade, esta ala de católicos fundamentalistas vem rejeitando todos os pontífices após Pio XII, porque rejeitam o Concílio Vaticano II. Assim, na visão dos mais extremistas, são ilegítimos João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
O que parece não entrar na cabeça desses irmãos é que, se a Igreja Católica está sem papa desde 1958, então é porque não existe mais a Igreja Católica. Ou será que Deus permitiria uma Igreja com sede vacante por mais de 60 anos?
Por que são repudiados por tais grupos os papas após o grande Pio XII? Sem dúvida, porque todos eles aceitaram o Concílio, convocado por João XXIII. É fácil ver que os meios católicos, inclusive clero e episcopado, já se achavam gravemente infiltrados pela heresia progressista quando do início do Vaticano II em 1962. Aproveitaram-se do Concílio para promover a subversão doutrinal, o que resultou em fatos gravíssimos. Na revista Permanência li que o eminente Professor Gladstone Chaves de Melo, católico exemplar e militante, recebeu naquele tempo o telefonema de uma senhora devota que, angustiada, perguntou se era verdade que o Vaticano havia proibido de se rezar o terço (???).
Tais desvios e tais loucuras aconteceram a torto e a direito e afinal se concentraram na chamada “teologia da libertação”, marxista. Porém é preciso frisar que a Igreja resistiu a tais abusos. E os documentos conciliares oficiais são conservadores, e isso é o que importa. A doutrina não foi mudada. O Vaticano II difere dos concílios anteriores porque já não se tratava de combater alguma heresia. Não foi um concílio doutrinal e sim pastoral, uma tomada de posição da Igreja face ao mundo moderno. Daí, por exemplo, a opção de colocar as missas em vernáculo para melhor ser entendida pelo povo. O Latim não foi abolido, mas substituído em circunstâncias comuns.
Três dos papas pós-conciliares já foram canonizados: João XXIII, Paulo VI e João Paulo II. O Papa Emérito Bento XVI é considerado um grande teólogo. Quanto ao Papa Francisco, quem o acompanha quase diariamente como eu faço, sabe bem quão sábio, doutrinal e espiritual é o seu discurso.
É deplorável ver pessoas que se dizem católicas e que, sem um pingo de humildade, ficam julgando os papas com critérios mesquinhos, tornando-se assim, tais pessoas, uma cizânia dentro da Igreja Católica.
Quanto a nós, estaremos com o Papado até a morte se preciso for. Não foi por brincadeirinha que Nosso Senhor estabeleceu Pedro e seus sucessores como seus representantes máximos na Igreja Militante.

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2020.

imagem Loja Canção Nova