A REENCARNAÇÃO DO PROFETA ELIAS PARTE I
“Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.”
(Mateus 17: 13)
Descendo Jesus e seus discípulos do monte Tabor, uma dúvida inquietava Pedro, Tiago e João, acerca da exatidão das profecias relacionadas à volta do profeta Elias. Tendo eles presenciado o fenômeno da transfiguração poucos minutos antes (Mateus 17: 1- 4), um conflito se estabeleceu: Se as antigas profecias predisseram que Elias viria antes do Messias, como Elias veio somente agora em espírito e conversou com Jesus acompanhado de Moisés? Será que ainda teremos que esperar outro messias ou os profetas erraram?
Incomodados com aquela dúvida, resolveram externar para o mestre suas preocupações: “Por que dizem, então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?” Jesus, que perscrutava o íntimo das pessoas e conhecia os seus pensamentos, provavelmente já esperava ser interrogado, por isso, prontamente elucidou a questão dizendo:
“Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. – Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. (Mateus 17: 10 – 12)
Diante dessa declaração do Mestre os discípulos não tiveram mais dúvidas reconhecendo que as profecias estavam corretas e que Jesus discorria a respeito de João Batista.
Essa explicação de Jesus e o entendimento dos discípulos são extremamente significativos, pois expressam sem rodeios a ideia reencarnacionista. Ora, Jesus afirmou que o profeta em pessoa já havia passado pelo mundo como predisseram as escrituras: “Elias já veio”, mas, não foi reconhecido. Logo, não foi alguém com a intenção e os poderes de Elias, como é comumente interpretado pelo cristianismo tradicional, mas, o próprio Elias como consta em (Malaquias 3:23) e na revelação de Gabriel a Zacarias, João iria adiante de Deus “com o espírito e poder de Elias” (Lucas 1:17).
Sendo assim, aquelas palavras do anjo mais o testemunho de Jesus aos pensativos discípulos só poderiam referir-se a um ser espiritual retornado ao mundo físico, Elias havia regressado como João.
Outra passagem onde Jesus oferece mais uma pista a respeito de Elias reencarnado está em (Mateus 11: 9,10, 13,14), esse pronunciamento aconteceu antes da morte do Batista.
“Mas, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que um profeta; – porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu mensageiro, que preparará diante de ti o teu caminho. – porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. – E, se quereis dar credito, é este o Elias que havia de vir.”
No texto o Mestre Divino afirma mais uma vez, com extrema precisão que João era Elias. O nome Elias antecedido de um artigo definido “o” determina o substantivo de maneira precisa: “este é o (profeta) Elias que deveria vir.” Muitas traduções, principalmente as mais antigas, são ainda mais concisas e trazem: “este é Elias que havia de vir”, não deixando dúvidas quanto ao pensamento do divino Mestre.
A preferência de João Batista por trajes semelhantes aos usados por Elias denunciava a sua identidade espiritual, sendo possivelmente reminiscências do seu passado reencarnatório e da missão que iria desempenhar:
“E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno dos seus lombos.” (Mateus 3:4).
“E ele lhes disse: qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? – e eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita.” (2Reis 1: 7-8).