Santificado seja o teu Nome. Mateus 6.9

Novamente estamos aqui na oração mais conhecida do mundo, no entanto, nem sempre bem compreendida, isso se dá por muitos motivos, e talvez o principal seja o problema que abordamos no texto anterior onde falamos das vãs repetições. Infelizmente muitas pessoas usam as palavras dessa oração como se fossem mágicas, como se fossem uma fórmula secreta dos cristãos para obterem favores de Deus como o perdão, mediante a repetição por dez ou vinte vezes. Há também outros cristãos que rejeitam por completo fazer essa oração, pois acreditam ser proibido, ou que ela seja de domínio católico. Pois bem, depois de abordar a forma inicial dessa oração que é em certo sentido revolucionária, pois Jesus diz que Deus não é um Ser distante, mas é um Pai que está próximo, vamos falar sobre a segunda questão presente no texto da oração, uma vez que podemos dividi-la em duas partes, sendo a primeira, depois de uma invocação ao Deus que é Pai, a parte do reconhecimento, da glorificação, da busca por intimidade e da reverência, ou seja, a primeira parte desta oração se refere ao Senhor do universo, não a nós, mas ao Rei da glória. A segunda parte sim, são petições referentes às necessidades humanas, o pão nosso, o perdão dos pecados e o livrar do mal. Sobre isso vamos falar em outros textos, basta por agora enfatizar essa declaração, “Santificado seja o teu nome”. O Catecismo de Heidelberg (1563), importante documento das igrejas Reformadas nos ajuda sobre essa questão quando responde a primeira petição desta oração dizendo: “Santificado seja o teu nome.” Isto é: Ajuda-nos primeiro que tudo, a conhecer-te, glorificar-te e louvar-te e todas as tuas obras, pelas quais brilham o teu poder onipotente, a tua sabedoria, bondade, justiça, misericórdia e verdade. E de tal modo disciplina toda a nossa vida, no que diz respeito a pensamento, palavras e obras, que teu nome nunca seja blasfemado por nossa causa, mas seja sempre honrado e louvado.

Essa resposta é bastante esclarecedora, e nos leva a pensar sobre as muitas vezes em que repetimos sem ter a dimensão exata do que seja a expressão, e se não repetimos como uma oração, lemos também sem analisar a profundidade que há nessas palavras. Volte na bíblia agora e leia novamente essa oração, leia como se estivesse orando, pensando em cada palavra, em cada virgula. Mais do que isso, que tenhamos a ousadia de clamar ao Deus da oração para que sejamos capazes, pelo poder do Espírito Santo de santificar seu Nome, honrá-lo com nossas palavras, com nossos pensamentos, com nossos atos.

Rev. Marcelo Junio

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 06/10/2020
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