DOM ALDO DI CILLO PAGOTTO -  O BISPO CATÓLICO QUE ABRAÇOU CHICO XAVIER
Nair Lúcia de Britto

Dom Aldo Pagotto, uma eterna luz!
 

Só recentemente tive a grata oportunidade de conhecer essa personalidade brilhante da Igreja Católica, que encontrei por acaso através de vídeos do YouTube.
Logo às suas primeiras palavras a serviço dos sagrados ensinamentos de Jesus, o Bispo Aldo Pagotto me encantou. Do primeiro vídeo fui acessando vários outros que igualmente causaram-me grande admiração.
Energia, coragem, determinação, eloquência, orações e ações, percorrendo o único caminho que nos leva à paz, à felicidade e, consequentemente, à salvação e à vida eterna.
No ano de 1985 Dom Aldo mudou-se de São Paulo para Fortaleza; onde, depois de ter exercido várias e valiosas funções religiosas, ele foi ordenado como Bispo local.
Em 2000, foi entrevistado pela Rede Visão, em Sobral (CE) por Alamar Regis Carvalho (Comunicador Espírita). Logo de início foi muito elogiado pelo radialista, que  reconheceu em Dom Aldo as grandes virtudes e benfeitorias, aliadas a uma ímpar simpatia; o que logo conquistou todos religiosos: tanto os da Igreja Católica, como os de outras religiões.
Durante a entrevista, Dom Aldo falou de sua proposta, que era a da promoção humana. Ou seja, se sobrepor às divergências religiosas e criar entre elas um laço de união. Uma vez que, segundo o Bispo, toda e qualquer divisão vem do egoísmo interior, da vaidade, do sentimento de poder.
Ou seja, quando se esquece de que ninguém é o dono da verdade. Pois todos nós estamos aqui na Terra não como mestres; mas, sim, como aprendizes. Para aprendermos e servirmos uns aos outros, somar conhecimentos; sem estabelecer regras e sem desrespeitar quaisquer diferenças.
A idéia de Dom Aldo baseia-se no acolhimento, na união. Fazer entender que aceitar o diferente trás mais conhecimento e o aprendizado é mais enriquecedor. Sobre os erros do passado que a Igreja Católica cometeu, e pelos quais o Papa João Paulo II humildemente pediu perdão, Don Aldo admitiu ter sido um gesto de humildade admirável; que mostrava uma vontade sincera do Papa em corrigi-los.
“Os tempos mudam e a Igreja precisa se adequar a essas  mudanças que, pouco a pouco, o mundo moderno vem sofrendo. “ Abrir mão de certos tabus do passado para privilegiar o amor e abolir as divergências."
Quando fez seu noviciado, em 1980, a casa onde Dom Aldo se formou ficava em Uberaba. Ele já tinha ouvido falar muito de Chico Xavier e, então, não perdeu a ótima oportunidade de conhecê-lo.
“ E quais foram suas impressões sobre Chico Xavier?”, Alamar perguntou.
Com um sorriso largo em seus lábios Dom Aldo não hesitou em responder:
“ Foram as melhores! Uma pessoa de grande elevação espiritual e caridade. O Evangelho vivo à sua frente! Um homem que destila doçura, paz interior, mostrando que Deus realiza milagres naqueles que se dedicam ao Seu amor.”
Quando perguntado sobre o livro “Paulo e Estevão”, psicografado por Chico Xavier (ditado pelo espírito de Emmanuel),  que Dom Aldo ganhou de presente, o Bispo aconselhou, entusiasmado:
“Quem  não leu, leia!”
Durante o percurso da sua carreira religiosa, Dom Aldo realizou vários projetos, tais como: uma casa de revitalização da saúde dos idosos; outra, de recuperação para os dependentes químicos. Promoveu um trabalho de reconciliação dos casais, porque, segundo ele, a dependência química muitas vezes acontece por causa da desestruturação familiar. Incentivou o trabalho voluntário para ajudar na realização desses projetos, capacitando os voluntários para esses serviços.
Deu total apoio ao Projeto Pró-Vida (movimento criado pelo filósofo e medico genicologista Celso Charuri), contra o aborto); isto, em promoção à importância do valor da Vida e da Família.
Dom Aldo cobrava dos políticos o bem-estar da população, principalmente o dos mais pobres. Mostrava aos eleitores a importância do voto, nas eleições. Chegou mesmo a criar uma Cartilha para ajudar os  eleitores menos esclarecidos a votarem com consciência; em candidatos  honestos que não fizessem promessas vãs. Mas naqueles que apresentassem projetos que pudessem realmente realizar, priorizando a população mais carente.
Ele era totalmente contra a participação de religiosos na Política porque as Leis dos homens muitas vezes não coincidem com as Leis de Deus; que é a Lei do Amor.
Numa de suas declarações à Imprensa, defendeu ardorosamente a Amazônia. A importância de priorizar o meio-ambiente, a Natureza e proteger a população local; garantindo seus direitos de lá se estabelecer e trabalhar pela própria sobrevivênca.
Cobrava do Poder Público providências urgentes no sentido de preservar nossas florestas. E outras que  evitassem mortes, derramamento de sangue e destruição.
Amor, alegria, disposição e, sobretudo, caridade foram as virtudes que o acompanharam ao longo da vida. Nas horas de folga tocava piano ou sanfona. Uma dessas ocasiões festivas é testemunhada por um vídeo, no YouTube, mostrando Dom Aldo tocando sanfona, para amigos, uma canção de Luíz Gonzaga. Motivou até os padres a dançarem o xaxado nordestino.

CONDECORAÇÕES
No dia 30 de outubro de 2007 Dom Aldo recebeu da Câmara Municipal de João Pessoa a Medalha Papa Paulo II, de Mérito da cidade de João Pessoa.
Em 24 de maio o arcebispo emérito foi agraciado com o Título de Cidadão Cearense.
 

OUTROS DADOS BIOGRÁFICOS
Dom Aldo Di Cillo Pagotto nasceu em Santa Bárbara d’Oeste, no dia 16 de setembro de 1949. Deixou-nos no dia 14 de abril deste ano (2020), em Fortaleza-Ceará.
Era filho de imigrantes italianos (Rosa di Cillo e Ângelo Pagotto). Tornou-se padre, ligado à Congregação do Santíssimo Sacramento e, em 1977) foi escolhido para ser Bispo-coadjutor da Diocese de Sobral, no Ceará. Um ano depois, passou a governar esta Diocese até o mês de maio de 2004, quando foi transferido para a Arquidiocese de Paraíba.
Foi considerado como um dos principais nomes da chamada “Ala Conservadora” da Igreja Católica do Brasil. Cursou Filosofia e Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário e no Seminário S. Pio X, dos Padres Sacramentinos, ambos em Caratinga-MG.
Foi ordenado Bispo em 31 de outubro de 1997; tendo sido encarregado da Dimensão Ecumênica, no Regional NE1. No ano 2000 foi eleito Presidente do Regional NE1 CNBB. Foi também presidente da Comissão Episcopal “Serviço, Caridade, Justiça e Paz; entre os anos de 2003 a 2007).

 
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 02/10/2020
Reeditado em 02/10/2020
Código do texto: T7078006
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