APOCALIPSE CAP. 1 – A PRIMEIRA VISÃO
É inegável que o livro de Apocalipse é o livro mais difícil de se ler, estudar, compreender e pregar, de toda a Bíblia. Parece-nos que ele é um livro escrito para iniciados, ou estudantes do próprio livro e não para qualquer um. Não se descortina facilmente os seus ensinos, apesar de que temos uma benção, que é uma orientação, sobre todos aqueles que lerem o livro. “Bem aventurados (ou abençoados) os que leem e bem-aventurados os que ouvem as palavras dessa profecia.” (Ap. 1.3)
Como ler e como pregar, Apocalipse? Com calma, sem pressa, com muita base. Esse é o livro da Bíblia que nos deixa mais desconfortáveis na sua compreensão. Vou propor aqui uma visão baseada em versículo por versículo, uma leitura mais livre e mais bíblica possível, para tentarmos compreender melhor Apocalipse. Vou tentar aqui trazer um resumo dos principais fatos, sem me ater muito em detalhes que mais nos confundem do que nos ajudam. Não podemos nos esquecer que esse foi um livro escrito para a Igreja e não para Teólogos. Apocalipse deveria ser lido, ouvido e guardado nos corações. Muitos que ouviram a leitura de Apocalipse eram analfabetos, novos-convertidos, curiosos e não Teólogos, com anos de ensino numa Faculdade. Então, alguma coisa vamos compreender, com a ajuda do Espírito Santo.
1.1-2 – Esse livro é uma revelação que Deus deu a Jesus, para que nós, a Igreja compreendamos as coisas que brevemente devem acontecer. O final da frase é enigmático. Não compreendemos como um anjo poderia trazer a revelação que Jesus recebeu, até o apóstolo João. A partir de 1.9, o próprio Jesus aparece a João e começa a se revelar a ele. Então presumimos dai que o anjo é o próprio Jesus, o Anjo do Senhor, que aparecia no Antigo Testamento. E João escreveu então a revelação que recebeu e é o que lemos.
1.3-6 – Depois de abençoar os que leem e ouvem essa profecia, João anuncia que está endereçando esses escritos para as sete Igrejas da Ásia. (cap.2 e 3 de Ap.) Graça e paz, daquele que é, que era e que há de vir. Temos aqui Jesus no passado, no presente e no futuro. Os sete espíritos que estão diante de Deus compreendemos que seja a Igreja. Isaías 11.1-3 nos fala que nasceria Jesus e que repousaria sobre ele a presença do Espírito Santo. Essas características do Espírito Santo que estão em Jesus, foram repassadas à Igreja. Então esses sete espíritos, ou sete características estão na Igreja.
1.7 João revela que Jesus vem com as nuvens, ou seja, está descrevendo a Segunda Volta de Jesus, a Primeira foi a encarnação, o nascimento, vida e ministério de Jesus descrito nos Evangelhos. Eis que todo olho o verá, até os que o perseguiram, e todas as tribos da Terra se lamentarão. Sim, vai acontecer. Amém, assim seja.
Essa volta de Jesus difere de certas doutrinas não bíblicas, que dizem que Jesus vai voltar de forma invisível, sendo que toda as pessoas, tribos e nações, que estiverem vivas no momento da sua volta, o verão e aqueles que não são de Deus, os não salvos, se lamentarão, em descobrir que perderam a salvação.
1.8 Repete-se que Jesus é o principio e o fim, e o tempo de Jesus: o que era, o que é e o que há de vir. Isso nos fala de eternidade. Todo-poderoso nos afirma que Jesus é Deus.
1.9-20 – João nos relata que estava preso na ilha de Patmos, quando recebeu a revelação. Então temos aqui o ultimo livro da Bíblia, no final do século I, sendo João já velho. João teve uma visão onde ouviu a uma voz que o mandava escrever a visão e mandar para as sete Igrejas da Ásia. Por que foi mandado para essas Igrejas e não para a Igreja que estava em Israel? A resposta me parece que era uma questão de preservação. Se Apocalipse tivesse sido mandado para Israel, talvez nunca tivesse chegado a nós. Mas as igrejas da Ásia conseguiram nos transmitir o ensinamento.
Voltando-se para olhar João viu sete castiçais de ouro, que são sete lampadas. E no meio das lampadas, ou das luzes, ele viu um homem com uma roupa sacerdotal, que indicava aquele homem ser uma autoridade eclesiástica. Ele tinha um cinto de ouro. O ouro indica santidade. O homem era santo. O homem era alguém com cabelos brancos, um velho, um sábio. Ele está vendo o Ancião dos Dias, de Daniel 7, ou a imagem de Deus, em Jesus. Olhos como chama de fogo, quer dizer olhos que enxergam até a alma humana, o pensamento humano, o coração do homem, as intenções do coração. Seus pés, como bronze reluzente, nos diz que Jesus passou pela provação.
O bronze nos fala de provação. A voz como de muitas águas, ou de uma cahoeira, nos fala que a voz de Deus deve vir acima das outras vozes. A voz de Deus deve ser ouvida acima das nossas vozes, dos nossos pensamentos, das vozes que nos cercam, amigos ou inimigos, dos ensinos, dos parendizados e sobretudo do inimigio: Satanás. A voz que todo homem deve ouvir é a de Deus.
Ele tinha na sua mão direita sete estrelas, que significam as sete Igrejas da Ásia, que significam a Igreja em sua totalidade. Da sua boca saia uma espada de dois fios, ou que corta dos dois lados. Isso nos fala da palavra de Deus que divide opiniões, separa o que não é de Deus do que deve ser. (Ef. 6.17)
O seu rosto brilhava como o Sol. Isso significa que Jo~]ao está vendo Cristo Glorificado, aquele que passou pela Terra, foi vitorioso no seu ministério e agora está em Glória.
Quando João viu tudo isso, ele teve a reação que qualquer um de nós deveríamos ter frente a glória de Deus, ele caiu desmaiado. Mas Jesus colocou sobre João a sua mão direita, o uqe significa que o ungiu para essa obra de revelação, pasando a santidade de jesus para João, curando-o, levantando-o, reprendendo qualquer coisa que não de Deus, para que a revelação fosse a mais pura, a mais fiel possível. Jesus disse então a João: Não tenha medo, sou eu, o primeiro e o ultimo. O que vivo, mas fui morto, mas eis que eu estou aqui, pelos séculos dos séculos.
É significativo Jesus dizer a João para que não tenha medo, pois o medo é talvez um dos maiores empecilhos para o cristão. Não tenha medo sou eu. Jesus vai revelara a João a maior provação de todas, como nunca houve uma igual na Terra, onde a Terra toda será provada. As revelações de João são de tremer de medo e de desmaiar de pavor. Porém nós temos a Deus do nosso lado, do lado do cristão praticante, não do nominal, do cristão que exerce sua fé, que espera em Deus. Aquele que está no Espírito, não deve temer a Deus, mas esperar ser abençoado por Ele. Mas quem não está em Deus, ao ler sobre as coisas que sobrevirão ao mundo, no final dos tempos, deve suplicar a misericórdia. Está chegando a hora do julgamento do mundo e de todos aqueles que perseguiram a Cristo e aos cristãos.
Não tenha medo eu tenho as chaves da morte e do Inferno. A morte é o ultimo inimigo a ser vencido. E o Inferno até então ainda não havia sido inaugurado, ocorrendo isso só no final de Apocalipse. Compreendemos uqe mesmo que alguém morra, porém em Cristo, ele ainda tem esperanças de ser ressuscitado, para viver com Cristo pela eternidade. E sobre o Inferno, mesmo antes de ser inaugurado, Jesus já tinha as chaves, então quem é que manda no Inferno? Quem tem as chaves. O Inferno é uma prisão e não um reino de trevas onde Satanás governa o mundo, tendo ali o seu trono. Até o fim de Apocalipse o Inferno ainda não será inaugurado.
Jesus dá então uma ordem a João. Escreva as coisas que tens visto e ouvido. Escreva, pregue, anuncie o Evangelho. Essa ordem a João é por extensão a todos nós, cristãos, homens ou mulheres de Deus.
E por fim Jesus revela que as sete estrelas são as sete Igrejas. As estrelas são os anjos das Igrejas, e os sete candeeiros ou luzes, são as sete Igrejas. A interpretação de quem são esses anjos é difícil. O mais fácil é dizer que esses anjos são os pastores dessas Igrejas. Uma outra interpretação é que ao descrever anjos levando a mensagem para as Igrejas, numa descrição incomum, descreve o caráter espiritual e sobrenatural da Igreja.
CONCLUSÃO
A minha filha Stephanie, hoje com 13 anos, fica meio decepcionada com os livros de Teologia que tenho. Eu lhe disse a ela que a interpretação que ela quer é subjetiva, pessoal, dependendo da ocasião. A base dos nossos escritos devem ser a todos, mas a interpretação depende do ouvinte. O texto não muda , mas o uso do texto sim. A interpretação não muda, mas onde e para quem você vai ensinar muda. Esse mesmo texto que acabamos de escrever, sobre Apocalipse 1, vai ter interpretações diferenciadas dependendo onde o professor de B´piblia vai ensinar ou onde o pregador vai pregar. Se esse mesmo texto for ensinado numa classe de crianças de 1 a 10 anos, a leitura se faz de uma forma, se porém for pregado a um grupo de pastores, a pregação vai ser de forma diferente. Uma coisa é pregar um texto biblico num culto de terça-feira, com portas abertas, para novos convertidos, e até simpatizantes do Evangelho, outra diferente é ensinar numa classe de futuros professores de Escola bíblica, ou num seminário teológico.
Escrevi numa base mais isenta possível, mas a subjetividade, a criatividade, o momento, ou a direção que a pessoa vai receber do Espírito para pregar, é individual, localizada geograficamente e no tempo. O mesmo texto da Bíblia, seja qual for, ao ser pregado, não servirá para a mesma Igreja em épocas diferentes. O ensino entretanto, principalmente se for isento, sem levar o leitor a essa ou outra doutrina, é eterno.
O texto de Apocalipse 1 está ai, o mais claro e simples possível de interpretação, porém a quem você vai ensinar, em que época, visando qual mensagem, isso difere demais. A subjetividade que a minha filha busca e que todos deveriam buscar, o individualismo, depende do seu aprendizado sobre a sociedade, sobre a vida. Isso vem com a maturidade, com o tempo. O que você diria a um grupo de drogados se fosse ensiná-los sobre Apocalipse 1. Eu diria a eles confiarem em Deus, pois ele tem todo o poder e todas as chaves nas suas mãos. O que você diria a um grupo de Teólogos sobre o mesmo texto? Você aprofundaria os temas mais dificeis. E o que você diria a um novo convertido? Entendeu? Depende do seu publico. Depende a quem será dirigido.
JESUS NUM NOVO NÍVEL – Eu quero encerrar, com a revelação de Jesus Cristo. A Bíblia nos fala que Jesus foi o cordeiro do sacrificio , antes do mundo ser criado. Temos o nascimento de Jesus descrito no século I. Lemos nos Evangelhos sobre o ministério de Jesus, de pregação, de ensino, de cura, de profecia e revelação e por fim o sacrifício de Cruz e a ressurreição. No fim dos Evangelhos Jesus foi levado aos céus, escoltado por anjos. Lemos no Antigo Testamento muitas passagens onde temos um Jesus pré-encarnado, ou seja, depois que Jesus acabou o seu ministério na Terra, ou até durante ele, Jesus apareceu no Antigo Testamento como o Anjo do Senhor. Anjo com letra maiúscula, recebendo adoração, por tanto Jesus. Sabemos que no Céu Jesus exerce o ministério sacertodal, intercessor por nós, de advogado e líder supremo da Igreja na Terra. Porém em Apocalipse ele aparece em Glória, á imagem de Deus Pai. O Jesus que revela Apocalipse a João e a nós é o Rei Entronizado. O Cristo Eterno.
Amém.
Fique na paz.