COMO DEUS EXISTE?

Deus existe?

Para quem acredita, sim! Dentro de mim; dentro de você; nas relações, em toda parte.

Para quem não acredita...

A ideia, aqui, agora, é pensar na perspectiva ‘como ele existe’?

Bem, entender ou explicar ‘como’ Deus existe não é tarefa simples. E pode perceber-se esta complexidade de uma possível resposta verificando-se a quantidade de respostas disponíveis nas redes de conhecimentos. São milhares. Muitas convergentes, outras divergentes, várias contraditórias e até confusas.

Interessante é notar que todas, por mais estranhas que parecem entre si, encontram adeptos e crentes que defendem suas respostas. Muitos a ponto de morrer e matar em nome de suas crenças.

Uma torre de babel em definições e concepções. Sem falar nos significados e sentidos que emanam das diferentes concepções e customização das definições.

Mas, voltando à explicação acerca de Deus.

As religiões defendem que ninguém nunca viu e nem verá a Deus. Baseiam-se em trechos bíblicos do Novo Testamento em que o mais citado é São João (1,18). Entretanto a mesma bíblia também diz que uma categoria de bem aventurados verão a Deus (Mateus, 5,8).

No contexto geral da bíblia, isto é, ao se pensar em antigo e novo testamentos, faz-se necessário destacar que discursiva, histórica e presencialmente os ‘deuses’ são diferentes. No antigo testamento é um ‘deus’ presente, partícipe direto das ações humanas; um ‘deus’ que condena e salva participando das próprias lutas de povos escolhidos. O Deus é ‘real’. Enquanto que o Deus do novo testamento é ‘ideal’ no sentido que não participa mais – diretamente – das ações humanas. Há uma mediação divina por meio de seu(s) representante(s). A representação sobre como Deus participa muda radicalmente em relação ao Velho Testamento.

Na vida das pessoas e especialmente nas crenças nem sempre é possível encontrar uma definição comum. Cada um percebe Deus de forma singular. Em uma análise comparativa encontram-se convergências e divergências.

O que eu penso?

Tenho um pensamento há muito formulado. Quero fazer um estudo mais aprofundando sobre Deus e seus sentidos e efeitos. Talvez não dê tempo, mas continuo desejando.

Não sou crente, nem descrente. Analiso. Estudo. Dialogo. Discuto. Provoco. Fascina-me encontrar ideias que fogem do comum.

Como todo conhecimento humano, o conhecimento metafísico e divino é aproximativo, especulativo, representativo. Quando se tem esta noção bem firmada, a existência real concreta não tem muita importância. Todo conhecimento precisa da crença para se efetivar. Se você não acredita que a terra é em forma de ogiva (conhecimento científico) você pode acreditar que ela é plana (conhecimento não científico). Outros exemplos da relação crença-efeito podem ser encontrados nos diferentes ensaios já produzidos nas ciências médicas com medicamentos ‘placebo’ e mesmo com outras variáveis. Ou seja, para que o conhecimento tenha valor precisamos acreditar nele.

As palavras e as categorias não tem força, poder e nenhum efeito em si. É a cultura, por meio de crenças, educação e outras experiências que atribui o ‘poder’ às palavras, ao discurso.

Neste sentido Deus é uma categoria do conhecimento. Pode ter efeitos dos mais diversos. Pode ajudar e não funcionar. Salvar e condenar. Ser amor e ódio. Depende do tipo de crença que se tem em relação a Deus e sua representação.