O Espinheiro como Líder
Quero refletir sobre o tema de uma liderança. Muitas vezes, o anseio de um povo por dias melhores, condições melhores, faz com que se escolha um líder de forma aleatória, sem conhecer direito seu exato compromisso com a coletividade, e o que temos são, muitas vezes líderes desastrosos que ao ser colocado no poder faz tudo ao contrário do que parecia ser o ideal com qual sonhavam um povo, e com palavras e discursos sedutores, enganam, e governam para si e seus partidos, exclui o todo, para governar para alguns, e defender interesses escusos. Isso também acontece no âmbito religioso, quando se enaltece um determinado líder, e coloca-se toda a sua confiança no que ele diz e faz. Isso, faz com que o líder note a submissão de um povo, e o dominem para seus interesses pessoais, que inflam o seu ego, com o poder que tem sobre as pessoas, e determinado momento, mostram de fato, para que vieram. Quando se faz em nome de Deus, o perigo é ainda maior. Como já refleti em outro artigo, a Sagrada Escritura torna claro as prédicas do Deus verdadeiro, apresentado pelos patriarcas, profetas e revelado pelo próprio Jesus Cristo, e outro deus com poder parcial, que seduz, engana, leva à destruição. É preciso discernir pelas ações, qual Deus estão servindo.
Por isso, o perigo de se colocar em defesa de alguém, só porque seduz com palavras e promessas, é perigoso, tanto no âmbito político-social, quanto no religioso.
No livro dos Juízes o autor sagrado relata este anseio do povo de Israel, em querer alguém que reine sobre eles a todo custo, e a má escolha devido à precipitação, resultou em desastre para todos. É bom conferir em Juízes nos capítulos 7,8 e 9. Exatamente no capítulo 9 acontece a má escolha, não foi de boa-fé, mas ao contrário foi atitude precipitada que resultou em desgraça.
O autor sagrado ilustra esta má escolha com uma fábula para que todos entendam.
Joatão sobe ao cume do monte Garizim e lhes diz:
“Um dia as árvores se puseram a caminho para ungir um rei que reinasse sobre elas, disseram à oliveira: “Reina sobre nós! ”
A oliveira respondeu: “Renunciaria eu ao meu azeite, que tanto honra aos deuses como os homens, a fim de balançar-me por sobre as árvores? ”
Então as árvores disseram à figueira: “Vem tu, e reina sobre nós! ”
A figueira lhes respondeu: “Iria eu abandonar minha doçura e o meu saboroso fruto, a fim de balançar-me por sobre as árvores? ”
As árvores disseram então à videira: “Vem tu, e reina sobre nós! ”
A videira lhes respondeu: “Iria eu abandonar meu vinho novo, que alegra os deuses e os homens, a fim de balançar-me por sobre as árvores? ”
Então todas as árvores disseram ao espinheiro: “Vem tu, e reina sobre nós! ”
E o espinheiro respondeu às árvores: “Se é de boa-fé que me ungis como rei sobre vós, vinde abrigai-vos à minha sombra. Se não, sairá fogo dos espinheiros e devorará os cedros do Líbano!” (cf. Jz 9, 8-15).
Ações precipitadas resultam em desastres incalculáveis. No contexto que lemos esta fábula, o povo de Israel, não deixou Deus escolher quem seria o melhor líder, eles assumiram o lugar de Deus, a escolha foi frustrante.
Para um país que é considerado de maioria cristã, as ações que vemos muitas vezes são, de euforia, insensatez, atitudes totalmente opostas à fé que dizem professar, e repetem a mesma atitude do povo primitivo, de querer assumir o lugar de Deus, quando deveriam ser submissos a Deus. Deus muitas vezes é colocado à distância, à margem, e as escolhas desastrosas jamais podem ser atribuídas a Deus, não ao Deus de Jesus Cristo.
Que tal, se os cristãos se voltassem a Deus de todo o coração, e unânimes pedissem discernimento em suas escolhas, e com humildade, ouvissem a vós de Deus. Ele fala sim, não é uma estátua, nem tão pouco algo abstrato, é só abrir as Escrituras e ouvi-lo. Deus se comunica com as pessoas, de forma simples, de forma que o entendam, e coloquem em prática suas palavras, sem fundamentalismo, fanatismo, mas na simplicidade do seu Espírito.
Olhando para o texto Sagrado, somos sempre convidados a agir bem no hoje, para termos um futuro melhor.