REFLEXÃO
 

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Atemo-nos, em primeiro momento, ao sentido dicionarizado de reflexão como: volta da consciência, para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento da razão. Mas, como este estado de espírito, pode levar à distração?

Como e quando ocorre a distração durante a oração?
A distração é o desvio provocado por agentes externos, durante a reflexão, ou momentos de intimidade com Deus. Isso não significa que não se possa entrar em êxtase, mas, primeiro você fala, ou balbucia, ouve o que diz, medita em seu coração e entra em sintonia com Deus. Não raro, vimo-nos orando sem prezar as palavras, sem pensar no que estamos dizendo. Seria injusto afirmar que este tipo de oração não é válido por causa da distração. A oração tem seu valor diante de Deus, em qualquer circunstância, só pelo fato de você se dispor estar  com Deus em oração.
 
Como resolver o problema e  enfrentar essas tentações?

Muitos padres da Igreja Católica já ensinaram como evitar a distração, procurando um ambiente calmo, e acomodando-se  em postura, anatomicamente, correta de modo a não se sentir desconfortado, açoitado por qualquer tipo de dor que lhe retire a atenção. Procure  concentrar-se naquilo que está dizendo ou fazendo. Viva aquele momento especial de intimide com Deus, se possível, (acrescento, de nossa parte) imagine-se na cena do episódio, objeto da reflexão ou contemplação. Em se tratando de rezas como o rosário, terço, ou outras orações, os santos padres procuravam fixar as vistas numa imagem, quer de Jesus, quer de Maria ou outro santo da devoção.

Para fugir à distração, muitos santos recorriam à contemplação de imagens.

Isso não seria idolatria?

O Catecismo da Igreja Católica responde:

As santas imagens, presentes em nossas igrejas e em nossas casas, destinam-se a despertar e alimentar nossa fé no mistério de Cristo. Por meio do ícone de Cristo e de suas obras salvíficas, é a ele que adoramos. Mediante as santas imagens da santa mãe de Deus, dos anjos e dos santos, veneramos as pessoas nelas representadas ( CIC § 1192)

Apresento aqui um testemunho do sofrimento pelo qual passei, e ainda passo, com menor frequência. Faço isso para que, quem já passou por situação semelhante, não se culpe, não se penalize.
Naturalmente, nem  todos passam, ou passaram por este “martírio”, mas muitos dirão:

“Acontece comigo, ou acontecia comigo.”

Por certo, já aconteceu comigo, com você e com muitos que, estando em oração, são levados do momento de espiritualidade, para uma condição totalmente humana e secular.

Aconteceu comigo.

E quando fui confessar-me, precisei dizer essas coisas ao confessor. Aí, minha dor foi cumulada pela flagelação: quase fui excomungado.

“ Isso é um sacrilégio – disse o padre – só não vou...”

E não concluiu a frase.

Qual seria o pecado?

 Bem, se é pecado, é melhor que cada um examine a forma como a distração entra em seu momento de intimidade com Deus, durante a oração.
Para evitar a distração, inibi-la ou dissolvê-la totalmente, deve-se escolher um lugar calmo, um cantinho sossegado da casa para orar. Acomode-se  em postura anatomicamente correta, ainda que em pé, ajoelhado, ou sentado, de modo a não sentir  um desconforto insuportável que lhe venha  retirar  a capacidade de concentração.

Concentrar-se naquilo que está dizendo ou fazendo e procurar viver aquele momento especial de intimide com Deus. Se possível, participando da cena. Padre Pio quando celebrava a santa missa, sentia-se crucificado. Sofria, sangrava. Nós não somos capazes de tanto. Seríamos fulminados. Morreríamos. Mas, façamos segundo nossa capacidade de suportar.

Não disse ainda o que confessei.

Não disse, porque não encontrei a palavra adequada. Então, recorro ao que disse Márcio Mendes  na página 19 do livreto “ 30 minutos para mudar o seu dia.”

"Quando comecei a reservar um momento do meu dia para estar a sós com o Senhor, enfrentei muitas dificuldades para ser fiel a essa decisão. Tudo parecia colaborar para que aquela hora não acontecesse. Apareciam situações que requisitavam a minha presença, pessoas vinham me visitar justo naquele horário, outras ficavam incomodadas e reclamavam que eu rezava demais. Além disso, eu sentia como se estivesse falando com as paredes, tinha a impressão de que Deus não me ouvia, e pensamentos ruins, até mesmo indecentes invadiam a minha cabeça. Mas tarde, descobri que eu não era o único. Muitas pessoas enfrentavam o mesmo problema e assim como eu, precisavam de ajuda para enfrentar essas tentações e se firmar."
 
Sobre distração nos momentos de oração. Preciso dizer mais alguma coisa?
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Adalberto Lima