EVANGELHO DE JOÃO 3 – NOVO NASCIMENTO
JOÃO 3.1-36
SINÉDRIO, FARISEU, O SÁBADO
Durante muitos anos eu me debati tentando compreender o que exatamente aconteceu aqui e o que as palavras de Jesus queriam dizer, e mais, o que queriam dizer para mim e o que queriam dizer para a Igreja.
Segundo consta, o Sinédrio era um grupo de setenta homens, mais um, herdeiros das tarefas desempenhadas pelos setenta anciãos que ajudaram Moisés no deserto, além do próprio Moisés. Eles julgaram os casos do povo, junto com Moisés. O Sinédrio era um Tribunal, a Coorte Suprema. Portanto podemos dizer que Nicodemos era um advogado, um lider entre outros. Esse grupo desenvolveu-se, integrando membros da nobreza sacerdotal e das familias notáveis. O grupo em si já era notável e Nicodemos era um dos líderes.
O fariseu eram as melhores pessoas do país. Nunca havia mais do que seis mil fariseus ao mesmo tempo. Eles eram uma irmandade, um Chaburah. Para o judeu a Lei, ou os cinco primeiros livros da Bíblia, era o que havia de mais sagrado no mundo. O fariseu obedecia a Lei nos minimos detalhes. E como era de seesperar, começaram a retirar da Lei um numero infinito de normas e regulamentos para governar cada situação da vida. Eles assim, acabaram mudando a Lei dos grandes principios pelo legalismo de leis e regulamentos laterais.
Mas eles tinham um jeitinho para tudo. Barclay, na sua Introdução a João, nos conta, por exemplo, que atar um nó no dia de sábado era trabalhar, o que era proibido. Mas o que era um nó? O nó era todo laço que teria que ser desatado com as duas mãos. Um nó que dava para fazer com uma mão era permitido. Por exemplo, se alguém fosse pegar água e precisasse dar um nó no balde, isso era proibido, mas o nó que a mulher dava na roupa era permitido, então eles davam esse nó permitido no balde e podiam pegar a água.
Outro exemplo é que não se podia viajar a mais do que 900 metros, mas se no dia anterior ele cozinhasse um pouco mais de alimento e colocsse em lugares onde ele pudesse pegar posteriormente, então ele poderia caminhar mais do que a metragem original, pois onde há alimento se torna a sua casa e ele poderia caminhar mais 900 metros a partir desse lugar e isso indefinidamente. Isso me lembra o caminho de migalhas de pão de João e Maria.
Um outro exemplo é Jeremias 17.21: “Assim diz o Senhor: Por amor à vida de vocês, tenham o cuidado de não levar cargas nem de fazê-las passar pelas portas de Jerusalém no dia de sábado.” Aio o fariseu ficava discutindo o que era uma carga e o que se podia carregar. Um alfinete que uma mulher carregava era uma carga? E um copo de leite, mais um pedaço de pão? E uma trouxa de roupas era uma carga? Com certea eles não tinham conseguido compreender de forma alguma nem o sábado e nem o que era a carga que não podiam carregar e as discussões era em definir minucias da Lei, sem entender a Lei.
Quando se diz em Jeremias 17.21 que não é para carregar peso algum no dia de sábado, eles deveriam atentar para o que é o sábado? Mas na defesa deles, o sábado, que era Jesus, tinha acabado de surgir. Jesus aboliu o sábado, o descanso era ele. Então a leitura que deveríamos fazer de Jeremias é que nossas cargas, nossos pesos, o que nos aflige, deve ser posto, apresentado, a Jesus, em oração, confiança e fé. A carga que não era para carregarem era a aflição e eles compreenderam que deveriam compreender se um pedaço de pão, ou dois cintos juntos faziam uma carga.
Nota-se então que por mais que os homens quisessem seguir a Lei, sem a compreensão adquada, seria uma discussão no minimo ridicula. Para o Cristianismo, o farisaismo era ridiculo. Suas discussões tinham uma compreensão totalmente carnais e erradas. Hebreus 4 nos mostra que o sábado que devemos seguir é Jesus. Devemos descansar em Cristo e não fazer regras de quantos passos podemos andar no sábado, ou de quanta comida posso levar para uma viagem de migalhas.
Então, quando falamos de fariseu, é disso que estamos falando. Por falta de uma revelação melhor, eles acrescentaram peso a uma religiosidade que por si só era fadado ao desuso, pois o Sistema Sacrificial, por mais interessante que tenha sido, acabaria no sacrificio de Cristo na Cruz.
Então é desse Nicodemos que estamos falando. De um homem religioso, que tentava seguir a Lei à risca, imaginando que estava fazendo o melhor para Deus. E de certa maneira estava mesmo.
De novo enxergo a ordem que João escreveu o seu Evangelho. Jesus apareceu no cenário publico quando fez uma limpeza do templo. Por mais que a liderança não houvesse gostado, ainda assim Jesus chamou a atenção. Seria ele o Messias? O Prometido por Deus para restaurar e salvar Israel? Não podemos nos esquecer que eles viviam sob o dominio romano. Nenhum judeu era exatamente livre, todos tinham que prestar contas ao poderio romano. Será, que Jesus era o Messias que iria virar o jogo e destruir os romanos invasores?
Além do ocorrido no templo, que era reconhecido como cumprimento de profecias antigas, João 2.23 mostra que Jesus nessa Páscoa, ainda realizou milagres, e muitos creram nele.
A purificação do templo, os milagres, as falas de Jesus, fez com que Nicodemos tivesse a vontade de pessoalmente ir até Jesus, para saber diretamente dele, se ele era ou não o Messias.
EMPURRANDO A IGREJA PRA FRENTE
Mas Jesus falava geralmente em outro nível e o encontro foi mais surpreendente para Nicodemos e para nós, do que imaginaríamos.
A ideia de empurrar a Igreja para frente vem da Homilética, do estudo da pregação. O pregador deve sempre acrescentar um progresso ao ensinar a Igreja. O pregador deve sempre forçar a Igreja a pensar num nível sempre acima. Esse é um fracasso de muitas Igrejas, que em quarenta anos de existência ainda tem uma mensagem para novo-convertido.
Jesus ao começar a conversar com Nicodemos compreendeu na hora o que faltava em Nicodemos: O Espírito Santo e passa a dizer a esse que ele precisa nascer, não da água do bastimo do arrependimento, mas do fogo do Espírito. Jesus disse o que para nós hoje é comum e nem pensamos muito, que é nascer de novo.
Quando li, pelas primeiras vezes eu também não compreendia o que Jesus queria dizer. Cheguei até a orar muitas vezes, perguntado o que era nascer de novo. O tempo teve que passar e tive que estudar muito a Bíblia, até chegar a uma conclusão, que fosse coerente com a tradição bíblica. Demorou um pouco para compreender o que Jesus falou aqui, pois a Igreja da época estava tão preocupada em falar do seu momento, do que acontecia naquela semana, naqueles dias, que não aprofundava os irmãos na Bíblia, nos empurrando para frente. Ainda hoje muitas igrejas são assim: sua mensagem é só para hoje, voltadas para o agora e nunca dá tempo de pregar uma mensagem bíblica, doutrinária, que vá fazer a igreja avançar para outros níveis. Se ficarmos eternamente no mesmo, o muito que vamos ter é mais do mesmo e isso não é aceitável.
Eu li e estudei todas as pasagens da Bíblia, assim com todos os livros da Bíblia, mas o que me ajudou mesmo, não foram as minucias, os detalhes, mas sim observar a Bíblia de forma panorâmica. O que esse capítulo tem a ver com o seguinte, ou com o anterior? O que esse livro acrescenta ao livro anterior, ou ao posterior? O que essa ideia bíblica, esse pensamento, essa doutrina acrescenta ao Plano de Deus para Salvação? Ai acabei sendo levado às perguntas que realmente valem a pena serem pensadas. Quem é Deus? Qual é o seu papel no Antigo Testamento? O que significa a vinda de Jesus? E o próprio Jesus? E o Espírito Santo? Quem é, o que faz, pra que faz?
Nesse escrito que você está lendo estamos fazendo isso. João elaborou o seu material de forma progressiva, com uma certa ordem legível por ele e que deve ser para nós também. No cap. 1 ele apresentou Jesus. No cap. 2 ele falou de um novo casamento e sugere uma nova noiva. No cap. 3, onde estamos, ele fala de Novo Nascimento, que é por excelência o sentido de todo o Novo Testamento. A procura das respostas que o estudante deve procurar no Novo Testamento é o que é o Novo Nascimento. Os Evangelhos levam a isso, as Cartas levam a isso e o Céu de Apocalipse será para o nascido de novo.
Sendo assim, notamos que a elaboração de João é superior aos Evangelhos Sinóticos, pois está voltada para a compreensão do que é o Cristianismo, o Evangelho, o Plano de Deus para Salvação. Como já foi dito, uma nossa procura ao lermos João é compreendermos por que dizem que ler João e Romanos é suficiente para compreendermos a Salvação.
Isso vai nos criando expectativas sobre o que vem além em João. No cap. 4 com o encontro com a Samaritana, é-nos dito onde devemos adorar. A restauração da visão do cego no cap. 9, que nos aponta para a cegueira espiritual dos judeus e do mundo. A ressurreição de Lázaro, no cap. 11, que aponta para a concretização física do novos nascimento, não só a espiritual, mas a promesa que teremos corpos diferentes, glorificados.
Enxergamos então três maneiras de ler João. A primeira é a literal, é o que você está lendo. A segunda é a progressão do que Jesus está falando e fazendo, apontando para frente, sempre para frente, sempre para outro nível espiritual. João é um desafio a ser seguido. É Jesus falando através de João: Sobe mais um degrau na compreensão, sobe mais um e mais um e mais um degrau. A terceira maneira de ler João é observar que ele está trazendo uma história paralela, muito bem contada, a respeito do Plano da Salvação, onde não devemos nos ater aos detalhes, mas ao panorâmico, ao todo.
A DOUTRINA DO NOVO NASCIMENTO
Acredito que ao estudar o Novo Nascimento, vamos compreender corretamente o que significam as palavras de Jesus a Nicodemos. Mas o assunto nos leva a questionamentos outros.
Com o tempo já andamos em muitas Igrejas, congressos, encontros, sítios, na casa de muita gente, conhecemos muitos seguimentos cristãos. O Brasil é tido como um país evangélico, pela quantidade de gente que professa o evangelho, que se dizem cristãos. São milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Algumas igrejas estão abarrotadas de gente. São quantidades incontáveis de pregadores, cantoras, missionárias, evangelistas, diáconos, pastores e membros. O comércio de material evangélico alcança volumes gigantescos. São Bíblias, livros, moda evangélica, CDs. Vídeos. É um verdadeiro exército. A pergunta é: Onde está esse povo todo? Onde está esse povo todo que se professa cristão?
Uma estudante de veterinária tinha um trabalho a fazer, que consistia em fazer um levantamento de quantos Pet Shops haviam na periferia. Não era só teórico, ela tinha que ir nos locais. Ela ficou surpreendida, mas não com o sPet Shops, mas com a quantidade gigantesca de igrejas que encontrou na periferia. Sendo que algumas ruas tinham uma ou mais de uma igrejas.
Porém se existe essa quantidade tão grande, nós não estamos conseguindo influenciar o mundo. Algo em nosso testemunho cristão está deficitário. O que será?
Existe uma outra história que pode nos ajudar a compreender o fenômeno. Um casal jovem da igreja caiu da Graça e acabou praticando sexo e continuou fazendo, mas tinham o desejo de batizar na Igreja. Mas batizar fazendo sexo sem casar, na igreja isso é proibido. Resolveram casar para o pastor batizá-los nas águas. Ai perguntaram: Pastor o senhor casa a gente? É claro... que não. Por que não?
A idéia é que a pessoa casando coloca a sua vida em ordem com Deus. Está correto e tem que casar, já que se amam e já concluíram o ato. Nada contra. Mas batismo é só pra gente convertida. Se batizar alguém que vai casar só para poder batizar, perdeu-se todo o sentido do Batismo nas Águas. O Batismo é para arrependimento dos pecados e não desculpa para continuar a pecar. E ai temos então a resposta por que temos tanta gente professando a fé e influenciando o mundo tão pouco, falta conversão, falta novo nascimento.
O que Jesus disse para Nicodemos ecoa até hoje para nós. Jesus disse algo muito sério para Nicodemos: Se alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Isso chocou Nicodemos. Como assim? Nicodemos era fariseu, quer dizer, era da turma mais religiosa de Israel no momento. Ele era o líder dos religiosos. Ele ensinava os outros a serem fariseus. Com certeza era alguém muito honesto com os dízimos, ofertas e ajuda ao próximo. Ele tinha quantidades enormes de jejum, de sacrifícios e orações e Jesus simplesmente lhe disse que isso tudo de nada valia para Deus. Era só performance, obras religiosas que não salvam. Nicodemos ficou chocado com Jesus.
E nós deveríamos ficar também. A pergunta de Jesus é feita para nós: Você está convertido? Se estivéssemos, os bares, os vizinhos, o ponto de drogas, a prostituição, o roubo, os assassinatos, a corrupção, e todo e qualquer tipo de malignidade já teria acabado, ou diminuído drasticamente no Brasil. Mas todo tipo de malignidade está crescendo ao invés de diminuir. O problema é um só: Temos um exército de diáconos, de cantoras, de líderes, de membros, de pastores, de igrejas, todos não convertidos.
A gente anda por ai e o que mais chama a atenção é a quantidade de gente e igrejas inteiras não convertidas. Gente que acha que passou pelo novo nascimento, mas não passou. Já fui um pregador itinerante, mas cansei de ver tanta gente não convertida. É mais fácil pregar para gente que nunca ouviu o Evangelho, do que pregar para crente velho não convertido. Estou cansado de pastores e pregadores com seus discursos não convertidos. E se não é convertido o que ele vai ensinar é humano, religioso, terreno, maligno. Estou cansado de cantoras, missionárias e líderes da Mocidade na carne. Estou cansado de gente que cobra da gente performances, ternos, gravatas, roupagem de crente, fala e trejeitos de crente, sendo que ele mesmo não é.
Sabe por que o bar perto da igreja, ou perto da casa dos irmãos, quem sabe da sua casa, não fechou? Sabe por que ainda há o ponto de drogas no final da rua? Por que a nossa influência sobre eles é nula, quase nada ou nada. Gente não convertida, que não passou pelo novo nascimento não consegue influenciar ninguém.
É muito grave o que Jesus falou para Nicodemos e fala para nós. Se não nascer de novo, você não vai entrar no Reino de Deus e ai não adianta subir no monte, orar, nem poderia tomar Ceia, nem poderia jamais subir ao púlpito e pregar, ou cantar nada. Nem poderia falar na Igreja, piorou ensinar. Gente que não nasceu de novo não pode ensinar, não pode pregar, não pode nada na Igreja.
O Pastor Paulo Junior - e aqui lhe dou uma honra escrevendo pastor com letra maiúscula – diz que essa é a doutrina esquecida. Tem muitas pessoas que não são pastores, apesar de terem o cargo. Ter o cargo não significa que é. A carta viva de Paulo era que os irmãos indo visitar as Igrejas, o seu dom deveria ser reconhecido pela Igreja. Tem gente que tem o cargo, mas não condiz com o título. Sendo assim conheço um monte de gente que tem o título e acha que é pastor e não é.
Hoje em dia se pede performances na Igreja. Se pede Teologia. Se pede fidelidade no dizimo. Hoje em dia se pede religiosidade, expressada em não faltar nos cultos, vir com a roupa apropriada, com o linguajar cristão, com uma Bíblia de Estudo bem grande, a maior possível - que nunca leu. Hoje em dia se dá cargo ao amigo do pastor, se dá oportunidade para fazer um rodízio de irmãos e não só aos convertidos. Força-se a oportunidade a pessoas que não querem a oportunidade. Se já disse que não quer, não dê. Hoje encontramos numa Igreja muitos poucos novos nascidos no Espírito. E obrigatoriamente deveriam ser esses que deveriam fazer o culto e só esses.
COMO NASCER DE NOVO?
ÁGUA
Retorna a pergunta: Você está convertido? Você nasceu de novo?
Mas o que é nascer de novo? “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” João 3.5
E olhe que foi Jesus quem disse isso, então esses dois quesitos são obrigatórios. O Batismo nas Águas de João era de arrependimento. E esse é o problema: tem muita gente aceitando a Jesus sem nunca ter se arrependido da sua vida, dos seus pecados, da sua velha natureza. É um crente que convive bem com a velha natureza. Esse crente não se arrependeu, não foi tocado de tal forma que houvesse um constrangimento sobre a velha vida. O pecado, a vida de pecado não lhe afeta. Talvez por que ninguém nunca disse que não podia, pois temos visto igrejas, que evitam falar de pecado. Parece até que o pecado perdeu a força de condenação.
Um conhecido meu, há alguns anos atrás estava traindo a esposa e chegava no outro dia de manhã, sete, oito horas da manhã, vindo direto do hotel, onde passou a noite com a outra. Algumas vezes chegava, tomava café e deixava a esposa e a filha de três anos sozinhas. A sua Igreja estava fazendo encontros, com ele e a esposa, conversando, para ele sair do pecado e a mulher compreender o momento que ele vivia. E ele no pecado, todo dia. Ai um dia ele veio expor pra mim o que estava acontecendo e pedir a minha opinião. Eu lhe falei o que ninguém tinha lhe dito antes: Que ou ele parava com aquilo imediatamente, ou separando da esposa e ficando com a outra, ou separando da esposa e ficando com a esposa, pois se não, ele como crente estava dando lugar ao diabo e o seu final seria o Inferno. Eu mostrei a ele um diabo complicado, perverso, com capa vermelha, com chifres, gigante, com cinco metros de altura, no Inferno, gritando e xingando, o fogo crepitando, outros demônios próximos rindo da sua desgraça, enquanto ele, espetado num enorme garfão era enchurrascado no fogo do Inferno eternamente. Enquanto dali via a sua esposa no Céu, com sua filha, o Trono de Deus, os anjos e ele na aflição eterna, pois era um pecador que não queria se converter. Eu falei claramente: Irmão, vá se converter, você está desviado e pede opinião pra mim. A minha opinião é ou você se converte ou vai pro Inferno, seu des-Graçado, seu caído da Graça. O irmão brigou, esperneou, nunca mais falou comigo.
Alguns anos depois fiquei sabendo que ele havia sido preso, por tentar extorquir dinheiro de uma família. Eu não sei se ele ainda está preso, ou não, mas de qualquer forma até a prisão é uma oportunidade de salvação. Com certeza, pela sua reação, falar que ou ele parava com o pecado ou iria para o Inferno, ficou ecoando na sua mente. Além de quê o Espírito Santo deve ter usado outros para falar as mesmas verdades. Eu fui o mais grosso, o mais mal-educado e o mais direto a lhe dizer que ele estava errado. Acredito que eu tenha sido quem mais o amou, exatamente por isso mesmo.
Pra nascer de novo tem que se arrepender do pecado, da velha natureza, da velha vida e tem que desejar ardentemente a nova vida em Cristo. Não é batizado não pode de jeito algum fazer nada na Igreja. Mas muitas Igrejas estão batizando e dando legalidade a quem nunca se converteu, nunca nasceu de novo, achar que pode alguma coisa. Não pode. Nicodemos era um homem temente a Deus, fariseu, o que era bom, altamente religioso e ainda assim Jesus disse que se ele não nascesse de novo não iria para o Céu, que é o mesmo que dizer que vai para o Inferno. Se você não nascer de novo além de não ser salvo vai para o Inferno.
Arrepender não é chorar, mas é antes rejeitar totalmente a velha natureza e todos os seus defeitos pecadores. Se a Igreja deixar alguém que não nasceu de novo ficar fazendo a obra, nós não vamos conseguir a espiritualidade que traz Deus. Qualquer coisa que faça alguém não convertido é pecado. Ele pode pregar em pecado, pode cantar em pecado e pode até ser um pastor em pecado, ou nas velhas obras, na velha natureza pecadora. Por melhor que faça, ainda serão trapos de imundícia.
ESPÍRITO
Mas o que é nascer do Espírito? O Pastor Caio Fabio diz que é ter o seu espírito humano ativado pelo Espírito de Deus. Ele diz que é ser cristianizado, se parecer com Cristo. Esses são ermos estranhos, mas são verdadeiros. Quando o homem pecou no Jardim do Eden, o seu espírito perdeu a presença do Espírito de Deus. A isso Deus chamou de morte. Uma barreira intransponível se abriu entre o homem e Deus. Cristo Jesus veio paa trazer a paz entre Deus e os homens. Em Cristo, que serve como uma ponte, o Espírito Santo pode voltar ao homem.
Esse é um dos versículos mais esculhambadores do homem não nascido que podemos ter: "Escutem-me, vocês que buscam a retidão e procuram pelo Senhor: Olhem para a rocha da qual foram cortados e para a pedreira de onde foram cavados.” Isaías 51:1
Deus revelou para Ezequiel o que Deus iria fazer em breve, para abençoar o seu povo: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ezequiel 36:26 Esse novo coração é o Novo Testamento, em oposição ao Velho Testamento que consistia de alguém com um coração de pedra. Voltando a Isaías 51.1, o profeta manda que olhemos a pedreira de onde saímos, o pedaço de rocah de onde fomos tirados. Ou seja, o nosso coração não nascido de novo é uma pedra, sem emoções, sem as compreensões do Espírito.
Enquanto a pessoa não compreender que na velha natureza é um miserável, um dês-Graçado, alguém que tem o Inferno garantido, ela não se converte. A gente precisa falar com todas as letras possíveis que o problema da Igreja são pessoas não convertidas. Um pastor estava pregando no dia de Ceia e nos disse que alguém falou algo na porta da Igreja e ele ia dar um soco na pessoa. Ele disse isso na Ceia e enquanto estava pregando. Você acha que uma pessoa dessas poderia ser pastor, poderia pregar e ministrar a Ceia? Você acha que alguém que fala isso está convertido?
Ser freqüentador de Igreja não nos faz cristãos. Ser pregador ou cantora não nos faz cristãos. Fazer Teologia e virar pastor não nos faz salvos. O que nos faz salvos é se arrepender e nascer do Espírito.
Deus sabe quem deseja e precisa de uma nova vida. Não é algo formatado, em dez passos bíblicos que você possa fazer. E a mudança é tão radical que é impressionante. Alguém com décadas de vicio pecador, se converte na hora e para na hora o seu pecado, quando tocado pelo Espírito e isso não é força de vontade, pois vontade nenhuma tem força contra o pecado. Décadas de impulsionamentos errados, compulsões malignas, são libertos num instante. Por que? Como é isso? É porque quando há o novo nascimento o Espírito de Deus está em contato com o espírito humano e a natureza divina, de Deus está agindo. É tão potente o entranhamento do Espírito em nós, nos moldando, nos mudando, nos salvando que décadas de compulsões loucas, irressístiveis, vão embora facilmente. Mas isso é o Espírito em nós. Isso é a natureza de dEus agindo em nós. Não somos nós. É Deus em nós. No novo nascimento Deus compartilha com os salvos a sua natureza. Paulo resumiu isso chamando de A Mente de Cristo. Nós mudamos pois há um novo dono em nós. No Novo Nascimento estamos debaixo de outra Direção. O Diretor da empresa mudou. Estamos debaixo de Nova Administração eu não admite o pecado e nos livra e liberta do pecado. Não é esforço próprio algum.
Essa Nova Direção não é falar em línguas, que é só mais um dom do Espírito, assim como há outros dons de poder e dons ministeriais. O que precisamos não é falar em línguas, é do Novo Diretor em nós. Precisamos que Deus venha fazer morada em nós.
É necessário compreendermos que todos os nossos esforços acabaram e precisamos desesperadamente de Deus. A minha conversão, por exemplo, foi dramática. Eu estava a seis anos separado, pois perdi a esposa que me traiu e ficou com as crianças, a casa, os móveis, a horta que eu tinha, o cachorrinho, os vizinhos, os amigos, a família, tudo. Eu estava a seis anos em depressão e no dia em que resolvi tirar a minha vida, fui tocado por Deus e aqui estou, fazendo esse ano 30 anos de Igreja. Quando a minha vida acabou, foi o momento em que Deus apareceu. Enquanto acharmos uqe podemos administrar essa vida, não vamos nascer de novo. O novo nascimento é dramático. Para nascer de novo você tem que morrer para a vida antiga. Sem morte, não dá para ressuscitar.
Amém?
Fique na paz.