Essênios, Gnósticos, Pistis Sophia e o Cristianismo.

Para podermos melhor entender como foi o cristianismo primitivo temos que voltar ao tempo em que os hebreus viviam no Egito.

Nessa época, a crença dominante entre os hebreus era uma mistura de zoroastrismo, herdado do pai Abrão, com o misticismo babilônico.

No Egito, existia uma Confraria de sábios que foi fundada por um mago e denominada Essenios que significa secreto.

O objetivo principal dessa Confraria era o de conservar e manter restrito aos iniciados todo o conhecimento sobre astrologia, medicina, geometria, cálculos, engenharia, física, filosofia, astronomia, ciências ocultas e esotéricas como a alquimia etc.

Já o conjunto de conhecimentos metafísicos sobre o mundo espiritual, a reencarnação, céu, inferno, comunicação com os espíritos, exorcismo etc. estava registrado no Livro dos Mortos.

O contato permanente com a cultura egípcia fez com que alguns sábios hebreus fossem convidados a participar da confraria onde assimilaram todos esses conhecimentos.

Durante a longa caminhada de volta para a Palestina, os conhecimentos adquiridos no Egito foram sendo transmitidos para um grupo de hebreus escolhidos e foi esse grupo de Essênios que Moisés excomungou quando desceu do Monte Sinai.

Na Palestina, os Essenios construíram um sistema religioso denominado Gnose ou teologia superior que foi criado a partir do hermetismo egípcio, babilônico e grego agora mesclado com a secreta cabala hebreia.

Não só por haverem sidos excomungados por Moisés, mas principalmente devido as suas práticas místicas e exotéricas os Essenios foram considerados, pelos demais hebreus, como feiticeiros e por isso passaram a viver em comunidades nos desertos longe dos centros urbanos.

Depois dos debates com os doutores da lei no Templo, Jesus, então com 12 anos, foi morar numa comunidade Essenia onde aprendeu todo o conhecimento da gnose.

Nessa comunidade, viviam José de Arimatéia, seu tio e seu primo João Batista, por quem, bem mais tarde, Jesus foi batizado. O batismo de Jesus foi o ultimo ato do profetismo Essênico que a partir dai seus membros passaram a denominarem-se gnósticos.

A partir das pregações e ensinamentos de Jesus os gnósticos foram escrevendo seus próprios evangelhos e compilando-os num volumoso compendio conhecido como Pistis Sophia que é basicamente a descrição objetiva da vida do homem Jesus, seu relacionamento com Maria Madalena, com seus irmãos e irmãs.

Escrita originalmente em copta e posteriormente traduzida para grego a Pistis Sophia é uma relíquia venerada até hoje pelas diversas Confrarias gnósticas que sucederam os essênios ao longo da história e é considerada a bíblia dos gnósticos.

A Pistis Sophia contém mais de quarenta evangelhos, fora os quatro evangelhos conhecidos. Nessa obra estão todos os diálogos mantidos e ditados por Jesus aos seus apóstolos durante a sua pregação e foi escrita pelos apóstolos e discípulos que acompanharam os passos do Mestre, como Tomé, Maria Madalena, Judas, Pedro, Tomas, Tiago, Felipe e muitos outros.

Assim, a grande diferença dos evangelhos contidos na Pistis Sophia com os evangelhos canônicos, é que os evangelhos gnósticos foram sendo escritos ao mesmo tempo em que os fatos iam acontecendo, enquanto que os evangelhos canônicos foram escritos, pelo menos, cinquenta anos depois da morte de Cristo.

É exatamente por isso que os gnósticos foram, a rigor, os primeiros cristãos, mas como ainda não existia formalmente o cristianismo os cristãos primitivos eram conhecidos apenas como gnósticos.

Embora sempre omitida pelos novos teólogos e pregadores cristãos, sem dúvida alguma, a doutrina do gnosticismo, foi a crença que deu as bases para a formação do cristianismo.

Jhon Macker
Enviado por Jhon Macker em 18/05/2020
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